Envision vê culpa de rivais em batida que gerou punição a Cassidy: “Corrida roubada”
Nick Cassidy fez as duas poles do final de semana em Nova York, mas largou no fundo do grid na corrida 2 após trocar bateria e radiador — danificados após ser acertado por Stoffel Vandoorne e Lucas Di Grassi no dia anterior
A Envision viveu uma montanha russa de emoções no último final de semana, quando a Fórmula E desembarcou em Nova York para a antepenúltima etapa da temporada. Na primeira corrida, Nick Cassidy conquistou o primeiro triunfo da equipe no ano após uma batida generalizada na chuva que encerrou a corrida por questões de segurança. No dia seguinte, o neozelandês emendou a segunda pole consecutiva, mas foi obrigado a largar do fundo do grid após receber 30 posições de punição.
O motivo é muito simples: a Envision trocou a bateria e o radiador de Cassidy de um dia para o outro, já que precisou praticamente construir um carro novo após as batidas da corrida 1. A questão é que as peças se quebraram não no momento em que Nick atingiu o muro, mas sim quando foi acertado logo em seguida por Lucas Di Grassi e Stoffel Vandoorne. Assim, sua equipe não crê que a punição tenha sido justa.
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“Estou muito orgulhoso da equipe por construir um novo carro para Nick Cassidy ao longo da noite e por sermos tão competitivos de novo”, disse Sylvain Filippi, chefe da Envision. “Nick garantiu mais uma pole-position, e estou muito frustrado pela punição que ele recebeu por trocar bateria e radiador”, lamentou.
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“Essas peças foram danificadas por outros carros acertando o dele, quando Nick já estava fora da pista por causa da chuva torrencial que pegou os líderes de surpresa”, explicou Filippi. “Não acho que seja certo você ser penalizado quando não é responsável pela situação. Sinto muito por Nick, que mais uma vez mostrou um ritmo incrível, mas sua corrida foi roubada dele”, criticou.
Na mesma linha do que disse o chefão, Cassidy lamentou bastante ter sido punido por batidas que já não tinha como evitar, já que o carro se encontrava destruído na barreira de pneus. Além disso, o neozelandês ainda ressaltou o fato de que Vandoorne — um dos carros que lhe atingiram no acidente — foi ao pódio na segunda corrida, enquanto Nick precisou lutar no fundo do grid e ainda cumprir um drive-through — por ter sido punido em 30 posições em um grid que só possui 22 carros.
“O que eu tenho dificuldade de digerir é que eu tomei uma punição por algo que foi causado por outros dois carros me acertando”, reclamou Cassidy em entrevista ao portal inglês The Race. “Esses carros terminaram no pódio [na corrida 2]. É o mais duro de aceitar, porque não foi minha culpa. Eles me acertaram no lado da bateria e na traseira do carro. Não sei se a FIA viu ou não. Não quero falar muito, está feito, não posso mudar”, criticou bastante o companheiro de Robin Frijns.
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“Em Diriyah, eu troquei a bateria, tive que começar do fundo do grid e foi completamente minha culpa — eu bati sozinho”, explicou. “Mas ontem, é questionável se até mesmo foi minha culpa. Além disso, outros dois carros bateram em mim e causaram a punição, isso dói ainda mais. Então, isso é duro para mim de aceitar”, ressaltou.
Cassidy revelou que, surpreendentemente, o carro que a Envision construiu para a segunda corrida parecia mais rápido do que o primeiro. Assim, o neozelandês garantiu mais uma pole para o dia seguinte, mas viu tudo ir por água abaixo ao saber — em entrevista constrangedora ao vivo — que teria que largar do fundo do grid e ainda cumprir um drive-through durante a corrida.
“Tínhamos um carro completamente novo: chassi diferente, traseira diferente, caixa de câmbio diferente, e não era a mesma coisa”, revelou. “Na segunda volta do treino livre eu pensei: ‘nossa, isso é melhor’. Eu senti que poderia chegar em primeiro se quisesse. O carro era diferente e tinha uma configuração diferente, queríamos usar a corrida também para ter uma noção do equilíbrio porque era um carro novo para nós, e foi super rápido”, salientou.
“Isso me deixa ainda mais frustrado. Antes da corrida de sábado, eu achei que não tivesse o ritmo para brigar com eles”, afirmou. “Eu pensava: ‘talvez eu consiga um pódio, estou começando na pole’, e hoje [domingo] eu sinto que estávamos em outro nível. É bom, mas também irritante”, reconheceu.

