Guia Fórmula E 2025: Jaguar ainda tem contas a acertar após perda dramática para Porsche

Embora tenha faturado o título de Equipes na ExCel Arena, em Londres, o título foi agridoce, já que nem Mitch Evans nem Nick Cassidy ficaram com o Mundial de Pilotos. A temporada 2024/25 será mais uma chance para a dupla neozelandesa

Ainda que o Mundial de Equipes tenha sido conquistado por uma Jaguar forte do início ao fim da temporada 2023/24 da Fórmula E, o desfecho do título do Mundial de Pilotos abocanhado pela Porsche deixou um gosto agridoce nos arredores da ExCel Arena. Foi lá, na antiga zona portuária de Londres, que os felinos Mitch Evans e Nick Cassidy não conseguiram segurar o intenso Pascal Wehrlein e tiveram de se contentar com o título coletivo correndo em casa. O que deixa contas por acertar.

A temporada 2024/25 não começou da melhor maneira para o time britânico, é verdade. Punido por extrapolar o teto de gastos, a Jaguar foi a segunda equipe que menos testou o Gen3 Evo, novo carro da categoria, em Jarama, na Espanha, durante a pré-temporada. Foram 419 voltas e um tempo de pista regular. No fim das contas, ao menos serviu para agradar o time.

“Conseguimos uma quilometragem crucial ao longo da semana em Madri, algo que espero que nos coloque no caminho certo para a temporada”, destacou Cassidy. “Todos na equipe trabalharam muito duro durante a semana, e acho que conseguimos dar um grande salto adiante”, analisou o neozelandês.

As 419 voltas representam um número maior apenas do que a Lola Yamaha, que estreia novo trem de força na temporada 2024/25 e ficou em 401 giros. Para efeito de comparação, Andretti McLaren — as que mais andaram em Jarama — deram 544 voltas cada. Mesmo assim, Mitch Evans mostrou que a equipe será, sim, competitiva novamente e fechou o último treino da pré-temporada na liderança. Obviamente, isso trouxe ânimo sobre o que a equipe deve mostrar a partir do eP de São Paulo.

A Jaguar bem que tentou, mas terminou a temporada 2023/24 sem o Mundial de Pilotos (Foto: Jaguar)

A ligação entre a Fórmula E e a Jaguar vem ganhando novos capítulos e se misturando a cada ano. Hoje, o time inglês é um dos principais do grid e construiu uma história respeitável na categoria. Tudo começou há quase uma década, quando a Jaguar bateu o martelo que voltaria a figurar numa categoria internacional com sua clássica marca felina.

Até isso acontecer novamente, passaram-se mais de 10 anos, desde o fim das operações na Fórmula 1 após a venda para a Red Bull. Entendendo a necessidade de adotar uma pauta sustentável e ao mesmo tempo competitiva, de uma categoria em pleno crescimento, a Jaguar entendeu que precisava estar ali. Hoje, Porsche, Nissan, McLaren e Maserati, por exemplo, outras marcas fortes da indústria automobilística, pensam o mesmo.

A estreia veio em 2016/17 e a Jaguar ajudou a consolidar a categoria dos carros elétricos no calendário do esporte a motor. A segunda categoria que melhor paga pilotos em todo o mundo — atrás apenas da F1 — de acordo com Lucas Di Grassi.

Mitch Evans e Nick Cassidy (Foto: Fórmula E)

Demorou até a Jaguar conseguir se colocar como equipe competitiva na Fórmula E. Foram dois anos até o primeiro pódio e três até a primeira vitória, ambos conquistados por Evans.

Mas, para 2024, o foco sempre foi o título. Evans e Cassidy são velhos amigos de infância, criados na mesma cidade da Nova Zelândia e que juntaram forças para tentar competir com o poderoso trem de força da Porsche. Embora tenha sido bastante regular durante toda a temporada, o título individual não veio. Cassidy, que parecia favorito para levar o título e liderava o campeonato, errou durante o eP de Portland, penúltimo do ano, quando estava perto de selar o título. Saiu da pista na penúltima volta quando liderava e acabou a primeira corrida daquele fim sem pontos. No dia seguinte, também não pontuou.

Tudo foi para Londres em aberto e com chances de títulos de Cassidy, Evans, e Wehrlein. Na Inglaterra, o alemão foi quem conseguiu administrar melhor as duas etapas, poupas equipamento e garantir o título inédito para ele e a Porsche. Decepção impossível esconder mesmo com o outro título, o de Equipes, consumado. Mesmo num dia que a marca esperava há 33 anos.

“Primeiramente, é o primeiro mundial da Jaguar desde 1991, mas eu não vou mentir, é dolorido no momento”, comentou o chefe James Barclay em Londres. “É muito difícil explicar a sensação. Difícil processá-la. Estamos há oito anos neste campeonato e nos colocamos em uma situação incrível para poder vencer e vencemos. Colocamos também os dois pilotos em posição para ganhar o campeonato e não conseguimos. Vai demorar um pouquinho até isso parar de doer”, completou.

Nick Cassidy e Mitch Evans tentaram, mas não conseguiram superar Pascal Wehrlein (Foto: Fórmula E)

Uma coisa que não podemos deixar de citar é que, embora Evans e Cassidy tenham competido entre si nos momentos necessários dentro da pista, a dupla foi uma das mais colaborativas do grid durante as 16 etapas. Na Fórmula E, isso é extremamente necessário e recomendável.

A lição? O reconhecimento de que a Jaguar venceu o primeiro título Mundial FIA desde 1991 — a versão prévia do que hoje é o WEC —, mas que poderá reeditar a conquista, agora equipada pelo Mundial de Pilotos, com os neozelandeses criando uma segunda possibilidade — totalmente aberta — na temporada 2024/25. Carro para isso tem tido. Motor, também. Pilotos, certamente.

Fórmula E começa a se preparar oficialmente para a estreia da temporada, já nesta semana, no dia 7 de dezembro, em São Paulo. O GRANDE PRÊMIO fará a cobertura completa do evento, com presença IN LOCO, e do campeonato na íntegra.

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