A Era Gen3 segue a todo vapor na Fórmula E, e o GRANDE PREMIUM listou dez destaques — cinco positivos e cinco negativos — do que pôde ser visto até aqui na temporada 2022/2023 da categoria após quatro corridas

A temporada 2022/2023 da Fórmula E encerrou sua quarta etapa no último sábado (11), com a primeira visita da categoria à Índia no eP de Hyderabad, e alguns pontos da Era Gen3 começam a ficar cada vez mais claros com o desenrolar do campeonato. Entre a soberania da Porsche, a adaptação assombrosa do novato Jake Hughes e algumas decepções, como as estreantes DS Penske e Abt Cupra, o GRANDE PREMIUM separou 10 destaques — cinco positivos e cinco negativos — da disputa até aqui. Confira!

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Pascal Wehrlein reina como líder da Fórmula E até o momento, com duas vitórias em quatro corridas (Foto: Fórmula E)

Positivos

1. Porsche

A força dominante da Fórmula E até aqui. Líder do Mundial de Pilotos e de Construtores, a Porsche subiu de nível na categoria e tomou o posto da Mercedes como potência do campeonato: seu trem de força venceu as três primeiras corridas, duas vezes com Pascal Wehrlein e uma com Jake Dennis — a Andretti usa o motor alemão —, e ocupou também os segundos lugares em todas elas, com os mesmos dois pilotos.

Além disso, mesmo fora do pódio, Wehrlein mostrou em Hyderabad que tem sido sempre possível para a equipe galgar posições durante a corrida — após largar em nono e vencer em Diriyah, saiu de 12º para quarto na Índia. Com 80 pontos, a liderança do alemão já começa a preocupar: são 18 tentos de vantagem para Dennis e incríveis 49 para Jean-Èric Vergne, o terceiro colocado. É o melhor momento da história da montadora alemã na Fórmula E.

2. McLaren

Ao incorporar a estrutura da vencedora Mercedes na Fórmula E, a McLaren já indicava que daria passos conscientes em seu início de trajetória na categoria. Ainda assim, o time inglês tem impressionado pela consistência, que só não deu as caras em Hyderabad — quando sofreu um abandono duplo.

Constantemente ocupando a posição de segunda força nas corridas, a equipe de Woking ainda precisa de um resultado de respeito — só conquistou um pódio, com René Rast em Diriyah 2. Ainda assim, de todas as estreantes, é a única que se coloca entre os ponteiros neste início, muito à frente da fornecedora Nissan. Começo promissor.

A McLaren tem sido uma estreante de respeito na Fórmula E (Foto: McLaren)

3. Jaguar

A situação da Jaguar no campeonato é extremamente curiosa. Quinta colocada entre as Construtoras, com 42 pontos conquistados, a equipe britânica tem um trem de força que deu mostras de ser o segundo mais eficiente do grid — e por isso, merece a menção entre os destaques positivos.

No entanto, entre o azar de Mitch Evans — que falaremos mais adiante — e a fase de Sam Bird — que alterna grandes momentos com atuações desastrosas —, o time precisa de uma virada de chave urgente se quiser manter as chances de ascender ao topo da categoria. A depender do resultado da próxima etapa, na Cidade do Cabo, já poderá se juntar ao grupo das decepções.

4. Jake Hughes

Certamente, o estreante do ano até aqui. Jake Hughes largou suas funções na Fórmula 2 para assumir o posto de titular na Fórmula E, e vem mostrando que a decisão foi acertada. O inglês pontuou em todas as suas primeiras três corridas na categoria, sempre andando na parte da frente do pelotão, e ainda conquistou uma pole logo na terceira aparição, em Diriyah.

O que mais chama atenção na pilotagem do britânico, sem dúvidas, é sua capacidade de extrair do carro em ritmo de volta rápida. Em uma curva de evolução impressionante na classificação, Jake foi às quartas na estreia, alcançou a semifinal na etapa seguinte e venceu o mata-mata na corrida árabe.

Como contraponto, vale ressaltar que a falta de experiência cobra seu preço ao britânico. Hughes sentiu a dificuldade ao precisar gerenciar a energia do carro e perdeu posições em todas as corridas, além de ter cometido seu primeiro grande erro em Hyderabad — quando bateu no muro sozinho. Ainda precisa aprender bastante, mas o caminho à frente parece iluminado.

5. eP de Hyderabad

A estreia da Índia na Fórmula E não poderia ser melhor. Se a segunda corrida de Diriyah reservou uma disputa emocionante, o primeiro eP de Hyderabad da história da categoria conseguiu subir o nível ainda mais. Uma briga incessante até o fim pela vitória, diversas batidas, treta entre companheiros de equipe, punições e muitas — muitas — ultrapassagens foram alguns dos aspectos que marcaram a etapa indiana. Decididamente, estreia com o pé direito.

Caótico e emocionante, eP de Hyderabad fez estreia dos sonhos na Fórmula E (Foto: Fórmula E)Start

Negativos

1. Abt Cupra

De passado honrado na Fórmula E, parceira da Audi no título de Lucas Di Grassi em 2016/2017, a Abt Cupra se tornou a “Dragon de 2023” em sua temporada de estreia como equipe própria. Única escuderia zerada do grid, a esquadra alemã simplesmente não apareceu na temporada até aqui — se descontarmos, é claro, os acidentes e abandonos.

Robin Frijns se machucou logo na estreia, em um acidente que parecia simples com Norman Nato, mas se provou uma intensa dor de cabeça — já são duas etapas de ausência após serem constatadas fraturas em uma das mãos e no pulso. Seu substituto, Kelvin van der Linde, não possui experiência na categoria — muito menos com o Gen3 —, e isso ficou muito claro em suas duas atuações até aqui.

Por fim, Nico Müller também não consegue se destacar e voltou a terminar uma corrida em Hyderabad pela primeira vez desde a estreia, na Cidade do México — conquistou, inclusive, a melhor colocação da equipe no ano, com o 11º lugar.

O fato é que em uma disputa com tantos incidentes e um grid completamente bagunçado em relação à largada, a Abt mais uma vez não conseguiu aproveitar e em nenhum momento deu mostras de que marcaria seu primeiro ponto. Início consideravelmente preocupante.

2. DS Penske

Talvez seja estranho ver a DS Penske entre os destaques negativos logo após a primeira vitória da equipe na temporada, mas até o vencedor Jean-Èric Vergne percebeu que vários fatores precisaram se alinhar para que o triunfo fosse possível. Mesmo demonstrando evolução — Stoffel Vandoorne também pontuou na Índia —, ainda é muito pouco para uma dupla de equipe que reúne três títulos da categoria e um trem de força que também já levantou três taças.

Beneficiada pelas eliminações de Sam Bird, Edoardo Mortara e René Rast na classificação, a equipe viu Vergne largar em segundo e aproveitar a patacoada do britânico — que estourou o carro de Mitch Evans, seu companheiro de equipe — para segurar a ponta. Ainda assim, defendeu a liderança até o absoluto limite, cruzando a linha de chegada sem bateria e com Nick Cassidy apenas 0s4 atrás. No momento atual, uma nova vitória é improvável em condições normais.

Vergne celebra vitória surpreendente em Hyderabad, mas DS Penske ainda precisa acertar o rumo (Foto: Fórmula E)

3. Maserati

Tradicional montadora italiana, a Maserati segue como coadjuvante absoluta da Fórmula E em sua primeira temporada de participação. Protagonista da pré-temporada, a equipe sofre com erros de Edoardo Mortara e Maximilian Günther, que somaram três pontos em quatro corridas até aqui — todos cortesia do suíço.

O alemão está longe de repetir a soberania da pré-temporada, acumulando batidas — chegou a perder a primeira corrida de Diriyah após estourar o carro no muro durante a classificação —, e ainda sofre com o azar: foi envolvido na colisão entre Bird e Evans, perdeu a ativação do modo ataque e viu a disputa ir pelos ares em Hyderabad.

Mortara, por sua vez, não está muito distante de seu companheiro: errou feio ao colidir sozinho com o muro na Cidade do México e ainda bateu de novo em Hyderabad, atingindo Nick Cassidy com força e prejudicando o que poderia ser a primeira boa corrida da equipe. Milagrosamente, ainda conseguiu somar um ponto ao permanecer na pista e aproveitar o caos proporcionado pelas batidas e punições.

4. Mitch Evans

Vice-campeão da temporada 2021/2022, Mitch Evans aparece em uma apagada 12ª colocação na tabela da Fórmula E. No entanto, a temporada do neozelandês pode ser chamada de tudo — menos de apagada. Mitch ocupou as primeiras posições em todas as corridas do ano até aqui, mas seu azar tem sido assunto sério e motivo de muita irritação para o piloto.

Incomodado com as decisões estratégicas da Jaguar, Evans externou a falta de paciência após a corrida da Índia e mais uma vez sofreu com o azar. Se uma cena inacreditável se formou em Diriyah, com o neozelandês literalmente empurrando um Jake Hughes sem bateria pela linha de chegada, o problema em Hyderabad foi interno: uma pancada do companheiro Sam Bird encerrou qualquer chance de recuperação.

Se o abandono já seria irritante por si só, as circunstâncias da corrida pioraram bastante o cenário para Evans. O fato é que apesar de um erro pontual no plano da Jaguar, que fez o piloto perder três posições na pista, Mitch já estava em plena recuperação e tinha energia suficiente para vencer a corrida — dificilmente seria parado pela DS Penske de Vergne, absolutamente no limite até o fim. Mais uma vez, o campeonato do neozelandês começa a se esvair após um início claudicante.

Abalroado pelo próprio companheiro de equipe, Evans perdeu uma vitória que parecia provável em Hyderabad (Foto: Fórmula E)

5. eP da Cidade do México

A principal decepção da temporada até aqui é, sem dúvidas, a estreia do campeonato. Simplesmente não aconteceu nada no Autódromo Hermanos Rodríguez. Na primeira experiência dos pilotos em uma corrida real da Fórmula E com o novo monoposto Gen3, o resultado foi uma etapa insossa, em que as ações se resumiram à atuação espetacular do brasileiro Lucas Di Grassi — dono de um pódio totalmente inesperado com a Mahindra.

Se Diriyah e Hyderabad mostraram que é possível realizar grandes corridas na Era Gen3, a etapa mexicana deixou bastante a desejar. Vale ressaltar que justamente por ser a estreia, a corrida carregava uma carga de expectativa maior do que as outras. Ainda assim, precisa apresentar cenários melhores de disputa se quiser justificar sua presença no calendário.

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