De novo recordista, Herta merece carro vencedor e mexe com mercado da Indy

Colton Herta quebrou mais um recorde de precocidade na Indy ao cravar a pole em Elkhart Lake e segue provando sua capacidade. O americano se coloca como peça fundamental para a movimentação do mercado de 2020, merecendo um carro com potencial para brigar pelo título

Colton Herta está apenas em 16º na classificação geral da temporada 2019 da Indy, mas, mesmo assim, é a grande sensação do grid. Com 19 anos de idade, o americano faz o que pode e, neste sábado (22), quebrou o segundo grande recorde de precocidade da categoria. Agora, brilhando em Road America, Colton é o mais jovem vencedor e pole da história.
 
Mas como explicar, então, o 16º lugar na tabela de pontos? A resposta não é difícil: a culpa é quase que 100% da Harding. Se a equipe tem seus méritos no acerto do carro especialmente em mistos e nos ovais, deixa Herta na mão em diversas situações. É, de longe, o bólido menos confiável do grid.
 
Colton já tem impressionantes cinco abandonos no ano, incluindo um 33º lugar na Indy 500, que o fez despencar na tabela com a pontuação dobrada. E é quase sempre algo mecânico, ainda pode ser um problema nos boxes, enfim, por mais que tenha boas ideias, a Harding tem execuções complicadíssimas.
Colton Herta é o jovem promissor da Indy (Foto: Indycar)

Mesmo com tudo isso, Herta já teve chance de mostrar seu talento, seu imenso potencial. A vitória dominante em Austin e a pole avassaladora em Elkhart Lake provam que nos mistos estão suas melhores possibilidades, mas, principalmente, que já merece um carro para brigar constantemente na ponta.

 
"Estou muito feliz com o jeito que o dia transcorreu. Todo mundo trabalhou muito duro e junto para fazer o #88 funcionar, o carro estava muito rápido. Foi a primeira vez que tivemos chances reais de pole, foi demais, valeu a pena. Conseguimos o primeiro objetivo que era sair da pole, agora vamos ver as condições climáticas de amanhã e as mudanças que teremos de fazer para ter uma grande corrida", disse Colton.
 
E é óbvio que isso não somos apenas nós que estamos dizendo. Herta é realmente um projeto de grande piloto e todas as equipes já estão crescendo o olho nele. Isso o torna peça fundamental na movimentação do mercado para 2020, especialmente falando de Ganassi e Andretti.
 
No caso da primeira, o que se desenha é uma saída de Felix Rosenqvist ao final do ano. O sueco, é verdade, não se adaptou rapidamente à categoria, mas a paciência de Chip Ganassi é curtíssima e dificilmente Felix conseguirá convencer o chefe de que merece seguir. A vaga no #10 seria, potencialmente, a melhor para Herta.
Alexander Rossi dita o ritmo do mercado de 2020 (Foto: IndyCar)
Outra possibilidade de guiar um carro campeão pode surgir na Andretti. Só que aí tudo depende do movimento de Alexander Rossi, segundo no grid de Elkhart Lake e a outra grande atração do mercado. Candidato ao título mais uma vez, Rossi é desejo de todos os donos de equipe e, caso não renove vínculo no time de Michael Andretti, é ótima vaga para Colton.
 
"Perdemos no fim, mas a Indy é assim. Semana após semana é uma busca pela perfeição de equipe e piloto. Foi um bom dia, no geral, para o nosso time e parabéns ao Colton, fez um bom trabalho. É uma pena perder esse ponto que precisávamos para o campeonato, mas faz parte. Estamos na frente do Josef e vamos tentar manter isso", comentou Rossi.
 
Enquanto o mercado não aquece de vez, olhemos para a temporada atual e, aí, com todo respeito a Herta, a briga não é com ele. Rossi, por outro lado, está vivíssimo atrás do primeiro caneco e teve uma pequena vitória na definição do grid, partindo de segundo, enquanto Josef Newgarden sairá de quarto.
Josef Newgarden fez uma classificação boa (Foto: Indycar)
"Achei mesmo que tínhamos carro para terceiro ou quarto, então foi ali no detalhe. Não acho que éramos tão fortes quanto os dois primeiros, não tivemos uma volta limpa no Q3, no máximo poderíamos bater o Will. Parecíamos mais forte pela manhã, talvez o calor tenta atrapalhado. De todo jeito, demos uma demonstração de força, agora é focar no trabalho para amanhã", analisou Josef.
 
E cada vez mais parece que a briga pelo título será mesmo um duelo, com Scott Dixon – hoje por uma quebra – e Simon Pagenaud – cada vez pior – se afundando e ficando mais longe da dupla.
 
Afundada mesmo está a Foyt, que parecia ter evoluído nos treinos livres, mas voltou tudo no sábado. O resultado é ter os dois brasileiros largando no fundo do grid de novo, com Matheus Leist em 20º e Tony Kanaan em 23º.
Matheus Leist vai ter de remar junto com Tony Kanaan (Foto: Indycar)
“Nós precisamos melhorar um pouco para amanhã, nós nos classificamos em 20º lugar e ainda temos que encontrar um pouco mais de velocidade com os pneus pretos [duros], principalmente porque o carro tem rendido bem com os pneus vermelhos [macios].Vamos ver como vão ser as coisas amanhã. Parece que vai chover, é uma condição que embola tudo e podemos render bem, mas nunca sabemos como pode ser a adaptação do carro, já que os treinos foram com pista seca. Vou me concentrar para fazer o melhor para mim e conseguir um bom resultado para a equipe”, afirmou Matheus.
 
"Fomos na direção errada. Tentamos deixar o carro melhor, mas pioramos ele. Não tem desculpas, foi uma escolha que fizemos e que não funcionou. É frustrante porque eu achei que tínhamos um carro bem melhor, mas vamos ficar bem", completou Tony.
 

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