Destempero agita Indy no Alabama, mas maio chega com gosto amargo por polêmicas

Houve um destempero. Quer dizer, muitos destemperos. A semana do GP do Alabama é uma das mais controversas do século na Indy. Todas as atenções estavam voltadas para a Penske, e não por ser a equipe a ser batida e com o melhor carro da categoria. O escândalo do GP de St. Pete, que resultou nas desclassificações tardias (45 dias!) de Josef Newgarden e Scott McLaughlin deixaram a categoria, que já não vive bons dias, em um cenário mais pressionado.

Por que a desclassificação demorou tanto? Como a Indy precisou de mais de 1 mês para identificar que o sistema do push-to-pass foi burlado? Quantas vezes esta violação já aconteceu? Como provar que esta tecnologia é confiável nas mãos da direção de prova? Por que só foram favorecidos os pilotos da equipe que tem o nome do dono da categoria? Como garantir a lisura do campeonato depois de tudo isso?

As desclassificações de Newgarden e McLaughlin foram mais um capítulo vexatório da categoria que tem passado por seguidos vexames. O motor híbrido atrasou, a Honda ameaça cair fora, o calendário segue com baixas, o Desafio do US$ 1 Milhão existiu. É quase uma coleção. A melhor forma de tentar deixar isso para trás seria com uma grande corrida em Barber, e foi exatamente isso que aconteceu.

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O vencedor, de forma merecida, foi McLaughlin. A esperança é de que o triunfo tenha acontecido sem irregularidades. Na pista, foi o melhor o tempo inteiro. Largou muito bem, administrou a vantagem quando precisou, impôs um ritmo muito forte para quebrar a estratégia da Ganassi. O único momento de maior risco do neozelandês foi após um pit-stop, onde chegou a ser ultrapassado pelo companheiro de equipe Will Power, mas rapidamente respondeu.

Uma grande vitória e uma ótima resposta para uma equipe que precisava disso. Também já são dois triunfos do neozelandês no misto de Barber, já que repetiu a vitória de 2023. Em ritmo, Scott tem condições de brigar pelo título da categoria, e agora se aproveita de um cenário bastante caótico que a Indy apresenta para o restante do campeonato.

Isso porque o novo líder é…Colton Herta. Mesmo com um modesto oitavo lugar neste domingo, onde o principal destaque foram os inúmeros toques contra Santino Ferrucci, Herta é quem surge na liderança do campeonato, mesmo sem ter vencido na temporada. É o retrato das desclassificações de St. Pete e a insanidade de Barber, que agora deixa o cenário mais difícil de apontar favoritos.

Josef Newgarden, por exemplo, agora é apenas 16º colocado. Uma semana atrás, era líder, mas perdeu os pontos conquistados com a vitória em St. Pete e foi a pior Penske no Alabama, justo uma pista onde carrega histórico positivo. Mal em ritmo e ainda se envolveu em confusões. Claro que ainda há muito espaço para recuperação, já que nem 25% do campeonato aconteceu, mas é uma posição desagradável de se estar.

Álex Palou, por sua vez, já começa a figurar como um nome muito perigoso na briga pelo tri. Ele ainda não venceu em 2024, mas está apenas 3 pontos atrás de Herta. Hoje, pensou mais no campeonato do que nos recordes pessoais, não quis brigar pelo pódio com o companheiro de equipe Linus Lundqvist. Entre os titãs do campeonato, é quem vive melhor momento.

E isso também se deve a Scott Dixon, que tinha tudo para sair mais líder do que nunca, mas cometeu um raro erro ao tentar ultrapassar Graham Rahal em um espaço quase inexistente. Jogou no lixo qualquer chance de estar no top-5, perdeu a sequência de aparições no top-10 e se vê apenas em quarto no campeonato. Claro, são apenas 7 pontos de desvantagem para Herta, mas em um cenário tão bagunçado quanto o atual, todo resultado é importante.

Agora, chega o momento que todos aguardam: maio. São só duas corridas, é claro, mas uma delas é a mais importante do esporte a motor e que tem o costume de separar os homens dos meninos. A ver como a Penske seguirá respondendo as polêmicas, como os titãs da Ganassi reagem e se o barulho de Herta é apenas um ruído ou um paredão de grave estourando na cabeça dos campeões.

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