Drugovich na Indy: como ‘inocente’ teste pela Ganassi se tornou decisivo para futuro
Felipe Drugovich faltou em corrida e GRANDE PRÊMIO soube que piloto fez sessões no simulador da Dallara. Sinais de que teste com Ganassi é mais do que 'mero treino'
Embora ainda alimente o sonho de correr pela Fórmula 1, Felipe Drugovich vai encarar a realidade que o mercado lhe trouxe e os sinais são de que vai aos Estados Unidos em busca de um lugar para continuar sua carreira no automobilismo. Nesta segunda-feira (30), o brasileiro pilotará pela primeira vez um carro da Indy em teste pela Ganassi, atual campeã com Álex Palou, no circuito de Barber, palco do GP do Alabama.
Por se tratar de uma atividade privada e que a Ganassi parece não ter feito muita questão de divulgar — até o momento, apesar de Mike Hull, diretor da esquadra, confirmar a sessão em entrevista à revista britânica Autosport, a equipe não anunciou a realização deste teste — poucas informações existem sobre a programação da sessão. O que se tem noticiado até agora é que Drugovich vai dividir pista com Jamie Chadwick, que acelerará o carro da Andretti, time pelo qual disputou a temporada 2024 da Indy NXT. Curiosamente, são dois competidores que fizeram base na Europa, mas tentam nos Estados Unidos uma sequência na carreira.
Na entrevista em que confirmou o teste, Hull disse que a atividade será somente um treino, que havia sido prometido a Drugovich em 2023 e que não foi possível ser realizado naquele período — sem maiores pretensões. No entanto, o brasileiro optou pela sessão com a Ganassi ao invés de disputar pela Vector as 4 Horas de Mugello, etapa da European Le Mans Series, realizada neste domingo (29). O sinal é que ele vislumbra alguma coisa na Indy para o futuro, pois não parece ser razoável deixar de lado uma corrida para treinar — algo que não aconteceu nem quando a ELMS conflitou com a F1 em 2024, sendo que Felipe sempre foi liberado pela Aston Martin para correr no endurance.
Outro ponto é que Drugovich chegou a Indianápolis com bastante antecedência. Na última semana, o brasileiro já esteva na cidade que é sede da categoria e da Ganassi. Soube o GRANDE PRÊMIO que fez algumas sessões com o carro da Indy no simulador da Dallara, fabricante dos chassis da categoria.
É bom lembrar que a Ganassi está reduzindo a operação dela na Indy, o que pode complicar as coisas para o campeão da Fórmula 2 em 2022. Eram cinco carros neste ano e serão somente três em 2025, sendo que Palou e Scott Dixon estão garantidos. Um dos titulares neste ano, Marcus Armstrong foi para a Meyer Shank, que terá parceria técnica do time de Chip Ganassi — aqui, podemos entender como uma espécie de empréstimo. A última vaga estaria entre Kyffin Simpson, Linus Lundqvist e, sim, Drugovich — apesar de parecer a opção mais improvável entre as três, mas que não pode ser descartada.
Barbadiano de nascimento e com nacionalidade das Ilhas Cayman, Simpson teve uma temporada apagadíssima em 2024. Terminou o campeonato somente em 21º, sem resultados expressivos, mas surge como candidato pelos caminhões de dinheiro que a família, via Ridgeline, deposita na equipe — é por esta razão que a Ganassi aumentou a operação para cinco carros neste ano, com o intuito de receber o piloto e atender o desejo dos patrocinadores.
Outro concorrente, Lundqvist terminou o campeonato apenas na 16ª posição, o que é pouco para quem está na Ganassi, no entanto, alguns pontos positivos fizeram parte da jornada do campeão da Indy NXT em 2022. Foi o Novato do Ano na Indy, com dois pódios — foi terceiro no Alabama e Gateway — além de ter melhorado consideravelmente o desempenho após a pausa dos Jogos Olímpicos de Paris, o que causou uma boa impressão por terminar o ano em alta.
Drugovich já provou que é bom piloto — o título da F2, as experiencias nos treinos da Aston Martin com o carro da Fórmula 1 e até a atuação nas 24 Horas de Le Mans pela Action Express — já mostraram isso. Agora, o brasileiro vai precisar impressionar no teste e terá como parâmetro Chadwick, que vem de boa temporada na Indy NXT, para cavar um lugar em uma das melhores equipes da Indy.
Entre tantas razões, este não é somente um teste, como Hull quis frisar. Drugovich e Ganassi possuem algum interesse. Mas o treinamento pode ir além de uma vaga no time de Chip Ganassi, mas colocar o brasileiro no centro das conversas da Indy para 2025. Lugares não faltam para a temporada do próximo ano e cravar bons tempos vai aumentar o status do piloto no paddock da categoria.
Além da Ganassi, a Prema tem uma vaga indefinida. A Dale Coyne, Juncos e RLL possuem duas, no entanto, as três equipes precisam deixar claro qual vai ser o rumo para 2025. As duas primeiras tiveram problemas financeiros com a operação na temporada de 2024, e podem recorrer a pilotos endinheirados para compor a dupla. Enquanto o time que tem Bobby Rahal está em ‘compasso de espera’ depois de ser investigado pelo FBI por suposto roubo de propriedade intelectual da Andretti, o que pode respingar na direção, imagem e patrocinadores da estrutura.
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