Castroneves vê “simples erro” e apoia Penske “100%” após punição por burlar push-to-pass
Helio Castroneves usou 500 Milhas de Indianápolis de 1995 como exemplo e destacou que Penske não agiu com má-fé no GP de St. Pete
Piloto e agora um dos sócios da Meyer Shank na Indy, Hélio Castroneves saiu em defesa da Penske após episódio que desclassificou Josef Newgarden e Scott McLaughlin, além de punir Will Power, no GP de São Petersburgo, realizado em março. O brasileiro, que competiu pelo time entre 2000 e 2020, ressaltou que a equipe fundada por Roger Penske não teve intenção em fraudar o sistema de push-to-pass na etapa que abriu a temporada 2024 da categoria.
Alguns fatores têm alimentado polêmica ao episódio. O primeiro é que Roger Penske é dono da Indy, do Indianapolis Motor Speedway e também da equipe, o que pode sugerir conflito de interesses. Na sequência, vem o fato de que a punição foi anunciada somente em 24 de abril, quase 45 dias após a corrida de St. Pete. A organização alegou que descobriu a fraude durante o warm-up do GP de Long Beach, realizado em 21 de abril. Na atividade antes daquela prova, o sistema esteve inativo pela central de comando por um período e identificaram que a Penske usou o push-to-pass.
A terceira polêmica — e, talvez, a que deu mais pano para manga — surgiu quando Newgarden, durante entrevista coletiva, declarou que “não sabia das regras” e, portanto, “não imaginava que algo de errado aconteceu”. Colton Herta, piloto da Andretti, e que foi ultrapassado pelo #2 em uma relargada na Flórida, respondeu dizendo que o discurso do representante da Penske “é mentira”. Com todos esses fatores na mesa, Castroneves defendeu o time que atuou por 20 anos.
“Dou meu apoio 100% para eles. Estive lá por muito anos, sei que eles não fariam nada [malicioso]. Gostam de jogar pedras, mas o Roger [Penske] e até mesmo o [Tim] Cindric, que foi suspenso, não sabiam do que aconteceu. Na minha opinião, um simples erro, mas que gerou uma situação grave. Sinceramente, não vejo malícia ou intenção de burlar qualquer tipo de regra para vencer. Eles não precisam disso”, disse o piloto, em entrevista coletiva que o GRANDE PRÊMIO esteve presente.
Castroneves usou como exemplo um episódio emblemático na história da Penske, as 500 Milhas de Indianápolis de 1995. Após dominar a prova e a temporada de 1994, o time não conseguiu se classificar para o evento daquele ano, mesmo com a dupla Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr., os dois últimos vencedores da principal prova da Indy.
“A Penske não tem esse tipo de mentalidade. Veja o que passou em 1995 ou em outros anos. Eles não usaram nenhuma malícia para obter vantagem”, comentou.
O tetracampeão das 500 Milhas de Indianápolis explicou as razões que fazem os pilotos terem o hábito de apertar o botão de ultrapassagem antes das largadas e relargadas, além de indicar que também acredita na falta de dolo de Newgarden, McLaughlin e Power.
“No caso dos pilotos, é um pouco diferente. É um hábito apertar o botão antes da linha de chegada, mesmo sabendo que o sistema não opera. Mas vai que um dia dá um ‘trem’ no software e o negócio funcione? Quando viram que estava acionado [o push-to-pass], pelo menos o Newgarden, tirou vantagem disso. Mas tenho certeza que ninguém sabia ou fez algo proposital”, finalizou.
A Indy tem nesta quarta-feira (15) o segundo dia de treinos livres para as 500 Milhas de Indianápolis. Na quinta-feira (16), o terceiro dia, com início previsto às 11h [de Brasília, -3 GMT]. Entre sábado (18) e domingo (19), acontecerá a classificação da corrida mais importante do calendário, que acontece no próximo dia 26, com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.
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