Indy vence crise, surpreende com grid maior em 2021 e aponta para futuro brilhante

Se a pandemia fez estrago em diversos campeonatos, não parece ter sido o caso na Indy, que, ainda que tenha sofrido com os impactos da crise, suplantou e desenha um grid ainda mais parrudo em 2021 e com perspectivas animadoras para os anos seguintes

A pandemia de coronavírus estourou no início de 2020 e, automaticamente, condenou uma série de temporadas e até de categorias. Em meio a isso, uma crise se acentuou em classes como a F-Regional Europeia, a F-Renault Eurocup e até o DTM. A F1, por exemplo, registrou índices altíssimos de déficit e vem convivendo com ameaças de equipes que podem deixar o grid. O mesmo era esperado para a Indy, mas, definitivamente, não foi o que aconteceu. A categoria americana, inclusive, parece partir para 2021 ainda maior do que deixou 2019.

É ingenuidade afirmar que a Indy não sofreu com os impactos do coronavírus, afinal, teve em 2020 um calendário todo remendado, cheio de corridas repetidas, rodadas duplas e coisas do tipo. Ainda, uma histórica, no pior sentido da palavra, Indy 500 sem a presença de público. A questão aqui é como a categoria reagiu e, com menos gastos que o normal, foi capaz de segurar suas equipes e, de forma totalmente inesperada, até ampliar o grid para 2021.

Para começar a detectar o ótimo trabalho de Roger Penske no primeiro ano no comando da categoria, basta olhar para o que está acontecendo com o trio de ferro formado pela própria Penske, a campeã Ganassi e a Andretti. No meio ainda de uma pandemia e com um futuro incerto de vacina e coisas do tipo para o ano que vem, as poderosas já confirmaram que vão ampliar ou ao menos manter suas operações.

Jimmie Johnson vai competir na Ganassi (Foto: Indycar)

A Penske volta a ter quatro carros em 2021 e isso é uma grande notícia. Principal força do grid nos últimos anos, a equipe vinha com um trio de pilotos desde o final de 2017, em uma redução de operação que indicava mais foco em quem seguia lá, mas também corte de gastos. Agora, para o ano que vem, Josef Newgarden, Simon Pagenaud e Will Power ganham a companhia de Scott McLaughlin, atual tricampeão da Supercars, principal campeonato australiano de turismo.

Quem também expande é a Ganassi, principal rival da Penske e atual campeã. Assim como a oponente, a equipe de Chip Ganassi também operava com menos carros nas últimas temporadas, voltou a ter três em 2020 e, em 2021, vai voltar a formar um quarteto. O hexa Scott Dixon será acompanhado por Marcus Ericsson, Álex Palou e, no carro #48, a lenda da Nascar Jimmie Johnson vai ter um parceiro para ovais ainda a ser definido.

Fechando as poderosas, a Andretti só confirmou até agora Alexander Rossi, Colton Herta e Ryan Hunter-Reay, mas não há com o que se preocupar. O time já garantiu que mantém o foco em seguir com os cinco carros que já tinha em 2020 e, na Indy 500, esse número tende a aumentar para seis ou até sete. São essas vagas, aliás, as mais fortes disponíveis ainda para 2021, ainda que uma pareça, como sempre, destinada ao herdeiro Marco Andretti.

António Félix da Costa guiou a RLL em Barber (Foto: RLL)

No pelotão intermediário, McLaren e RLL se destacam pela performance, mas ali não há qualquer mudança para 2020 e, sim, para o futuro. As duas já renovaram com suas duplas de pilotos, mas flertam com um terceiro carro que pode sair a qualquer momento. Para a McLaren, um projeto ainda nascendo, mas, no caso da RLL, é um passo adiante que o time procura já há algumas temporadas e que parece mais próximo desde o teste do campeão da Fórmula E António Félix da Costa. De todo modo, não diminuir operação em um momento delicado já é algo positivo, bem como no caso da Carpenter, que segue também com seus dois carros em 2021.

Indo mais para a rabeira do grid, os sinais são excelentes, por incrível que pareça. Mesmo sem confirmar ainda ninguém, a Dale Coyne deve não apenas manter os dois carros carros que já possui, mas procura parcerias para fazer acontecer uma terceira presença no pelotão. Na mesma excelente toada de potencial ampliação surpreendente surge a Foyt, que vem muito mal das pernas nos últimos anos, mas que já assinou com Sébastien Bourdais, garantiu que terá o segundo carro e, possivelmente, até um terceiro.

Aí vem a Meyer Shank, outra que vai expandir seu programa, mas de uma forma mais esperada, ainda que o momento não pareça nada propenso para tal. É que a equipe fez tudo muito certinho desde que entrou no grid da Indy, começou com algumas provas até finalmente se firmar como alguém presente em tempo integral com Jack Harvey. Em 2021, aproveitando o embalo, a Meyer Shank repete a mesma fórmula, com o experientíssimo Helio Castroneves em seis corridas e a promessa de que logo terá dois carros de forma permanente.

Castroneves vai correr pela Meyer Shank em 2021 (Foto: AFP)

Fechando a turma aparecem Carlin e DRR, que ainda não anunciaram oficialmente seus planos para 2021, mas que devem ser presenças constantes no grid. Há ainda a Top Gun, que iria estrear em 2020, mas adiou o projeto para o próximo campeonato. E, no meio disso tudo, projetos como o da Scuderia Corsa, da Juncos e até de Jackie Heinricher, que tem desbravado o SportsCar com um time todo feminino e pretende levar o projeto, em alguns anos, para a Indy.

A ótima fase também chama ainda mais a atenção dos brasileiros. Castroneves é da Meyer Shank, Tony Kanaan ainda precisa assinar, mas estará no grid, enquanto Felipe Nasr e Pietro Fittipaldi rondam o paddock. O cenário é bastante promissor também neste aspecto.

Com todo esse cenário e em clara crescente nos últimos anos após algumas temporadas claudicantes pós-fusão entre CART e IRL, a Indy é um dos campeonatos que mais evoluem no mundo. Com um grid parrudo em qualidade e quantidade, atrai mais e mais gente e até interesse de pilotos da F1, como Romain Grosjean e Kevin Magnussen, que monitoram o cenário de 2021. É o grande momento da Indy desde antes da ruptura que quase acabou com a categoria.

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