Retrospectiva 2024: Fittipaldi sofre com adaptação e tem futuro indefinido na Indy

Pietro Fittipaldi, enfim, fez sua primeira temporada completa na Indy. Uma oportunidade sonhada por muitos anos, mas que veio acompanhada de uma dura realidade: a RLL, equipe que oscilou demais nos últimos campeonatos e fez em 2024 um dos piores de sua história recente. Enfrentando alguns problemas de adaptação em um time cambaleante, o brasileiro foi limitado pelo equipamento, e isso se refletiu na tabela de classificação e agora também no futuro na série americana.

Já se sabe que Fittipaldi não continua na RLL em 2025. Graham Rahal, filho de um dos sócios do time, segue titular, agora ao lado de Louis Foster, campeão da Indy NXT, e Devlin DeFrancesco, confirmado na última segunda-feira (9, graças também a um orçamento pesado. Christian Lundgaard, que apresentou melhor desempenho esse ano, correu para os braços da McLaren assim que estes foram abertos — vai assumir o #7, que era de Alexander Rossi.

De toda a forma, a temporada de Fittipaldi terminou sem brilho, muito em função da pouca qualidade técnica da equipe de Bobby. Porque os resultados dos companheiros de time de Pietro também foram aquém — mesmo considerando a maior experiência. Nenhum dos três fechou o campeonato entre os dez primeiros, por exemplo.

Os circuitos ovais foram o principal ponto fraco dos carros da RLL. Assim como nos últimos anos, a esquadra não foi capaz de entregar um carro minimamente competitivo a seus pilotos. Em Milwaukee, Fittipaldi sofreu com um modelo instável e sem velocidade. Isso se repetiu em outras etapas.

Ao longo das 17 corridas do calendário, foi em Portland que Fittipaldi teve um equipamento que pudesse lhe render algum resultado de destaque. Porém, acabou punido depois de um toque com Scott Dixon, em uma decisão questionável da direção de prova, e ainda levou uma segunda sanção ao acertar Conor Daly — um erro que o brasileiro admitiu.

É verdade também que, ao longo de 2024, Pietro se viu em situações esquisitas e que lhe tiram a chance de fazer mais. Não valia ponto para o campeonato, mas o brasileiro andou bem no Desafio do US$ 1 Milhão, no Thermal Club. Foi oitavo colocado na primeira parte do segmento final, mas acabou desclassificado pelo fato de a RLL não ter completado o tanque do carro, o que pedia o regulamento.

Já no Alabama, foi atropelado por Pato O’Ward. Mais tarde, foi coletado na curva 1 das 500 Milhas de Indianápolis, no assustador acidente causado por Tom Blomqvist. O mesmo aconteceu na impressionante batida do GP de Toronto, que envolveu diversos carros. Ainda, foi acertado por Will Power em uma relargada do GP de Iowa 1.

As chances de Fittipaldi foram escassas ao longo do ano, mas faltou, ainda assim, um resultado entre os dez primeiros. Em algumas provas, Pietro entregou mais do que o carro permitia, como St. Pete e Detroit, quando foi 13º nas duas ocasiões. No misto de Indianápolis, ele também perdeu a oportunidade de fechar entre os dez.

Ainda assim, Fittipaldi era muito bem quisto pela patrocinadora principal do carro, a 5-Hour Energy. Bobby Rahal chegou a revelar que estava em tratativas adiantadas para continuar com a empresa, que pediu pela continuidade do brasileiro. Ao que tudo indica, a parceria não foi à frente — e a investigação do FBI deflagradas em setembro, que procurou na sede da equipe um suposto roubo de propriedade intelectual da Andretti, pesou nas negociações do time.

O futuro de Pietro agora é incerto na Indy. Faltam duas vagas na Dale Coyne, onde já falou ter um bom relacionamento, e uma na Juncos. As três oportunidades carecem de orçamento. Fittipaldi ainda procura um lugar na categoria, mesmo tendo acertado com a Pratt Miller para disputar a LMP2 do IMSA SportsCar 2025.

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