Tempestade de raios aparece, e Power vence tumultuadas 500 Milhas de Pocono

Will Power ficou com a vitória em mais uma conturbadíssima edição das 500 Milhas de Pocono. Com prova interrompida na volta 129 e 'big-one' na largada envolvendo Alexander Rossi, o australiano levou a melhor em cima de Scott Dixon e Simon Pagenaud. Josef Newgarden foi quinto e Tony Kanaan fechou em oitavo

As 500 Milhas de Pocono da Indy deste domingo (18) foram, no mínimo, bastante confusas. Com um 'big-one' na largada que tirou Alexander Rossi da disputa, a prova teve ainda uma tempestade de raios chegando na volta 129 e, assim, foi encerrada antes mesmo que todos os giros fossem concluídos. Melhor para Will Power, que voltou a vencer e tenta retornar para a briga pelo título.

No fim das contas, apenas 320 das 500 milhas foram cumpridas na corrida no oval da Pensilvânia. Para Power, além da condição do campeonato, a ótima marca de 13 temporadas consecutivas tendo vencido ao menos uma prova. Uma verdadeira lenda da Indy, mesmo que longe de seu auge.

Pensando na briga pelo título de 2019, Scott Dixon e Simon Pagenaud se destacaram e foram ao pódio com o australiano. O neozelandês e o francês tiraram mais uns pontinhos de Josef Newgarden, que foi discreto ao extremo na quinta colocação. Rossi, vice-líder, foi acertado num 'big-one' assustador na largada causado por Takuma Sato. Foi um acidente que interrompeu por um bom tempo a corrida, tirou cinco carros de combate e quase teve consequências mais sérias para o próprio japonês e para Felix Rosenqvist, que foi parar na grade.

Entre Pagenaud e Newgarden chegou Santino Ferrucci, que voltou a ter ótimo rendimento em oval, sempre com boas relargadas. Ed Carpenter foi sexto, com Sébastien Bourdais logo atrás.

Tony Kanaan teve mais uma prova muito boa. O brasileiro levou a Foyt a um honroso oitavo lugar, melhor posição final do veterano em 2019. Graham Rahal fechou em nono, com Charlie Kimball em décimo no que foi apenas o segundo top-10 da Carlin no ano. Matheus Leist foi o 14º.

Will Power venceu em Pocono (Foto: Indycar)

Confira como foram as 500 Milhas de Pocono

 

A largada das 500 Milhas de Pocono já deixou evidente que a preocupação pelos acidentes recentes era mais do que válida. O Tricky Triangle já foi começando logo com um tremendo 'big-one' alguns metros atrás de onde estavam andando os líderes.

 
Simon Pagenaud saiu muito bem e assumiu a dianteira, enquanto Josef Newgarden ficava em segundo e Alexander Rossi despencava. Aquilo foi o suficiente para o piloto da Andretti se envolver no acidente que acabou com sua prova e comprometeu muito o campeonato.
 
Takuma Sato vinha feroz por fora e desceu de forma abrupta, parecendo tentar evitar um choque com Scott Dixon, mas batendo em Rossi, levando Ryan Hunter-Reay junto e caindo de cabeça para baixo após os impactos. James Hinchcliffe também foi coletado no acidente, mas a preocupação maior, além de Sato, estava com Felix Rosenqvist, que foi acertado 'no rebote' pelo japonês e foi parar na grade de proteção.


 
A situação do sueco foi mesmo a pior, mesmo saindo sozinho do carro e andando. Felix foi transferido para um hospital após passar pelo centro médico para checagens maiores, ainda que a Indy garantisse que não havia riscos de vida. De todo modo, Rosenqvist, Sato, Rossi, Hunter-Reay e Hinchcliffe ficaram com o carro arrebentado e só voltariam com milagres das equipes.
 
A bandeira vermelha foi naturalmente acionada na volta 4, após três giros em amarela. A grade ficou arrebentada pelo choque de Rosenqvist e os times teriam tempo para tentar ao menos voltar para a corrida. A ordem da prova tinha Pagenaud, Newgarden, Will Power, Scott Dixon, Santino Ferrucci, Graham Rahal, Sébastien Bourdais, Colton Herta, Ed Carpenter e Spencer Pigot. Tony Kanaan vinha em 14º e Matheus Leist em 16º.
Demorou muito, mas 16h40 foi a hora em que a bandeira amarela voltou a ser acionada, com alguns pilotos como Power aproveitando e indo aos boxes. Rossi e Hinch voltavam para a pista, mas tomavam 10 voltas de punição pelas equipes terem trabalhado no carro fora da hora permitida. Sato, enquanto isso, era informado que seria julgado pelos comissários depois da corrida.
 
A relargada finalmente aconteceu na volta 9, com Pagenaud saindo de novo muito bem e Newgarden, de novo, muito mal, perdendo lugar para Dixon. Rahal e Ferrucci apareciam na sequência com Bourdais, Pigot, Ericsson, Herta e Veach figurando no top-10. Power, de pneus novos, vinha faminto escalando o pelotão.
 
Os 17 pilotos restantes – Rossi e Hinch ainda estavam parados nos boxes – montavam uma fila e iam mantendo as posições no pelotão, sem grandes disputas no início, já pensando mais racionalmente e valorizando estratégia em corrida de 200 voltas. Sem ritmo muito bom, Tony e Matheus eram 16º e 17º, logo atrás de Marco Andretti.

A volta 30 foi a que iniciou as paradas, já que na pista quase nada acontecia além de Power ganhando uma posição ou outra, passando Ericsson para ser sétimo. Veach, Andretti, Kanaan e Ferrucci foram os primeiros nos boxes, com Pigot e Carpenter entrando o 35º giro.

Na volta 40, a bandeira amarela voltou a ser acionada. Pigot, com acerto novo após sair dos boxes, perdeu o carro na curva 1 e deu no muro, jogando fora o que tinha tudo para ser um resultado muito promissor. 16 carros seguiam de verdade na disputa em Pocono. 
 
Daly, Leist e Kanaan aproveitaram para parar, mas só Power deu o bote, entrando nos boxes exatamente antes dos boxes fecharem na amarela, voltando em segundo com ótimas condições de vencer. Pagenaud, Power, Ferrucci, Dixon, Rahal, Bourdais, Newgarden, Ericsson, Carpenter e Veach formavam o top-10, todos em estratégia parecida.

A bandeira verde voltou no 47º giro, com Power rapidamente saltando na frente de Pagenaud, fazendo valer o estado melhor dos pneus. Dixon também superou Ferrucci, mas o nome da relargada foi Ericsson, que do nada brotou em quinto. 

Pagenaud retomava a dianteira contra Power e a impressão era que os dois não fariam muito esforço para manter a posição logo depois do primeiro quarto da corrida. Todo mundo andava bem próximo, com Kanaan passando Andretti para ser 14º.

Ali pela volta 65, a terceira rodada de paradas foi iniciada, com Newgarden indo aos boxes sem perder tempo. Pagenaud pegou um tráfego e ali perdeu contato com Power, parando junto com Ferrucci. O pessoal foi parando e a confusão aconteceu na pista: Herta deu no muro e causou nova amarela justamente em outra janela de paradas.
 
E o pior de tudo é que nuvens bem ameaçadoras começavam a encostar na região do circuito. A questão é que as voltas seguintes poderiam definir o vencedor, visto que acima dos 50% já se pode encerrar a prova. A expectativa para a bandeira verde era alta e a ordem da prova, com Power surpreendido pela amarela, tinha: Dixon, Ferrucci, Pagenaud, Bourdais, Newgarden, Carpenter, Power, Kanaan, Kimball e Daly. Leist era 13º.

Relargada na volta 82 e movimentação bem intensa no pelotão, com bem mais ação que nos giros anteriores, até pelo medo da chuva e sabendo que a corrida poderia acabar em poucos minutos. Dixon saiu bem e conteve o ímpeto de Ferrucci, que era seguido por Pagenaud, Power e Carpenter, que saiu muito bem. Newgarden, Kanaan, Bourdais, Kimball e Rahal fechavam o top-10.

A volta 104 viu mais uma rodada de paradas começar, com Leist puxando a fila e Newgarden voltando a antecipar os adversários diretos. Ferrucci também foi rapidinho aos boxes, seguido por Dixon e Pagenaud, que conseguiram dar o bote no americano da Dale Coyne. 
Nuvens escuras apareceram em Pocono (Foto: Reprodução)
O céu ia ficando ainda mais fechado e todos os ponteiros finalmente paravam. Dixon, Power, Pagenaud, Ferrucci, Newgarden e Carpenter era a ordem, mas o australiano rapidinho virou líder e começou a esticar vantagem sem pensar meia vez no que poderia acontecer mais para frente.

Eram 18h25 quando a amarela seguida de vermelha pela ameaça de raios saiu. Estava na cara que isso aconteceria e a tendência era até esvaziar o autódromo. Assim, a prova poderia muito bem ser encerrada com Power, Dixon, Pagenaud, Ferrucci, Newgarden, Carpenter, Bourdais, Kanaan, Rahal e Kimball no top-10. E foi mesmo, sem perder muito tempo, quando o céu ficou completamente carregado e os raios foram aumentando. Triunfo de Power.

Indy 2019, 500 Milhas de Pocono, Final:

1 W POWER Penske Chevrolet 1:53:45.830 128 voltas
2 S DIXON Ganassi Honda +5.469  
3 S PAGENAUD Penske Chevrolet +7.095  
4 S FERRUCCI Dale Coyne Honda +9.470  
5 J NEWGARDEN Penske Chevrolet +10.177  
6 E CARPENTER Carpenter Chevrolet +15.424  
7 S BOURDAIS Dale Coyne Honda +19.164  
8 T KANAAN Foyt Chevrolet +23.394  
9 G RAHAL RLL Honda +25.206  
10 C KIMBALL Carlin Chevrolet +27.436  
11 C DALY Carlin Chevrolet +29.284  
12 M ERICSSON SPM Honda +32.605  
13 Z VEACH Andretti Honda +1 volta  
14 M LEIST Foyt Chevrolet +1 volta  
15 M ANDRETTI Andretti Honda +2 voltas  
16 C HERTA Harding Honda +56 voltas NC
17 S PIGOT Carpenter Chevrolet +89 voltas NC
18 A ROSSI Andretti Honda +89 voltas  
19 R HUNTER-REAY Andretti Honda +103 voltas NC
20 J HINCHCLIFFE SPM Honda +109 voltas NC
21 T SATO RLL Honda +128 voltas NC
22 F ROSENQVIST Ganassi Honda +128 voltas NC

 

 
Paddockast #29
ONE HIT WONDERS DO ESPORTE A MOTOR

Ouça: Spotify | iTunes | Android | playerFM

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.