Liuzzi declara amor ao kartismo e justifica ‘maldição dos campeões mundiais’: “F1 depende do carro”

Campeão mundial de kart em 2001, Vitantonio Liuzzi é mais um nome que comprova a regra: nenhum campeão mundial na base do automobilismo repete o feito na elite

Todos sabem que o kart é a grande escola para o automobilismo, mas existe uma regra implacável que atinge aqueles que conquistam a melhor nota possível nessa escola. Ou melhor: uma 'maldição. Nenhum campeão mundial de kart chegou perto de ser campeão na F1. Vitantonio Liuzzi é um desses pilotos.

O centro do kartismo no mundo é a Itália, com as maiores fábricas, campeonatos e alguns dos principais kartódromos do planeta, e é de lá que saiu a maior parte dos campeões. Dentre eles está Liuzzi, vencedor na temporada 2001.

O ex-F1 merece crédito por ter sido campeão na primeira vez em que o Mundial de Kart não aconteceu em etapa única e, sim, com cinco etapas ao longo do ano (isso só ocorreu em 2001, 2002 e 2011). De quebra, derrotou até mesmo Michael Schumacher quando o então recém-coroado tetracampeão da F1 participou da rodada de Kerpen, na Alemanha, cidade onde cresceu.

Vitantonio Liuzzi foi o mais rápido da sexta-feira no Beto Carrero (Foto: Duda Bairros)

Porém, assim como foi com tantos outros pilotos, o sucesso máximo no kart não foi repetido na F1. “Não sei ao certo as estatísticas”, disse Liuzzi ao GRANDE PRÊMIO no Kartódromo Beto Carrero, onde participa mais uma vez do Desafio das Estrelas.

São as seguintes, Vitantonio: de todos os campeões mundiais de kart, só Riccardo Patrese e Jarno Trulli foram capazes de vencer GPs na F1. Patrese ganhou seis, e Trulli, um.

“Depende, né. A F1 é muito mais dependente do carro. Se você tem uma Minardi, nunca vai vencer a corrida. No kart, o piloto pode fazer uma diferença maior, esse é o fator principal. Mas, obviamente, o kart é a melhor escola que você pode ter, e os pilotos da F1 começaram no kart”, avaliou o italiano.

No Desafio, Liuzzi se sente “de volta no tempo”. Por isso, acha o evento "incrível".

Antes do primeiro treino, na noite de sexta-feira, ele fez questão de mudar tudo o que podia no kart para deixa-lo do jeito que gosta. Embora o regulamento não permita grandes alterações, ele estava empenhado como costumava ficar quando a modalidade ainda era sua principal preocupação na vida.

Hoje, o piloto pode não dedicar mais tanto tempo ao kartismo, mas guarda aqueles primeiros passos na carreira no automobilismo com grande estima.

“Tenho que dizer que foi o melhor tempo da minha vida. Curtia demais. No kart, o piloto pode fazer a diferença. Você, seu mecânico e seu kart são só uma coisa. E as corridas são muito equilibradas, pois todos estão separados por centésimos de segundo. É isso que o torna tão maravilhoso”, afirmou.

Liuzzi disputou 80 GPs na F1 e tem como melhores resultados dois sextos lugares, na China, em 2007, e na Coreia do Sul, em 2010. Desde que deixou a categoria, ele tem competido em vários outros campeonatos, apenas "curtindo" o automobilismo e as corridas. “Gosto de ser versátil”, falou.

No Desafio das Estrelas de 2014, começou bem: marcou o melhor tempo no primeiro treino livre. Ele já largou na pole na prova organizada por Felipe Massa, mas nunca conseguiu ser campeão.

GRANDE PRÊMIO cobre 'in loco' o Desafio das Estrelas, no Kartódromo Beto Carrero, com o repórter Renan do Couto. Acompanhe todo o noticiário aqui.

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