Chefe da Ducati, Gigi Dall’Igna não engoliu o protesto apresentado por Honda, Suzuki, KTM e Aprilia questionando a legalidade da Desmosedici. O dirigente falou em uma mudança de postura e avaliou que o protesto levado à Corte de Apelações da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) afeta a credibilidade do próprio diretor-técnico da MotoGP.
Após o GP do Catar, abertura da temporada 2019, Aprilia, KTM, Suzuki e Honda apresentaram um protesto questionando a legalidade da Desmosedici por conta de um defletor instalado no braço oscilante da Ducati, na frente do pneu traseiro. O Painel de Comissários rechaçou o protesto, mas as fábricas recorreram e o caso foi levado à Corte de Apelações da FIM.
Gigi Dall'Igna não engoliu o protesto das rivais (Foto: Ducati)
Uma audiência foi realizada na última sexta-feira, mas a FIM ainda não deu seu parecer sobre o caso.
Antes da audiência, Dall’Igna falou ao site oficial da MotoGP e lamentou a postura das equipes rivais.
“Nós estamos um pouco perplexos, especialmente pela maneira como as coisas aconteceram”, disse Dall’Igna. “Antes da corrida no Catar, todas as discussões sobre o regulamento, e foram muitas, sempre foram resolvidas dentro da MSMA ou envolvendo na MSMA o diretor-técnico do campeonato. É a primeira vez que algumas equipes decidem apresentar uma reclamação contra outra por causa de uma dúvida técnica”, seguiu.
“Isso marca uma diferença clara em relação ao passado, uma diferença negativa. O diretor-técnico do campeonato já expressou sua postura e é o único, segundo o regulamento, que pode decidir se algo colocado na moto é legal ou não”, apontou. “Corremos o risco de isso virar um faroeste em que também mataram o xerife. Existe o risco de isso acontecer em todas as corridas”, alertou.
Indagado se acredita que ter a decisão do Painel de Comissários questionada abala a autoridade do grupo, Dall’Igna respondeu: “Obviamnete. Em primeiro lugar, colocaram em dúvida o diretor-técnico e, depois, o Painel de Comissários quando recorreram imediatamente após a queixa ter sido rechaçada”.
“Isso passa a ideia de uma total falta de confiança no trabalho da Federação”, resumiu.