Aprilia exibe RS-GP de Aleix Espargaró e Viñales e mira novo passo na MotoGP 2023

A temporada de apresentações da MotoGP está quase no fim. Depois de Yamaha, Gresini, Ducati, Pramac, KTM, Honda, GasGas Tech3, VR46 e LCR, chegou a vez de a Aprilia mostrar como vai encarar 2023. Em um evento transmitido ao vivo pela internet nesta sexta-feira (10), a casa de Noale exibiu as RS-GP de Aleix Espargaró e Maverick Viñales para a classe rainha do Mundial de Motovelocidade.

Em termos de layout, a moto tem uma pintura muito parecida com a utilizada pela equipe na disputa da temporada passada. O design é majoritariamente preto, com detalhes menores em vermelho e azul espalhados pela carenagem.

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O importante, porém, é o que está escondido atrás da pintura. Após anos como uma discreta coadjuvante na MotoGP, a Aprilia ganhou um enorme protagonismo em 2022, quando Aleix Espargaró chegou até mesmo a sonhar com o título. No entanto, faltou um pouquinho de performance na moto aqui e ali e também um pouco de experiência à equipe, que cometeu erros indevidos em momentos chave do campeonato.

“Nosso crescimento é inegável, assim como melhoramos rápido. É um caminho que não aparecer por sorte: somos uma companhia melhor hoje sob todos os aspectos, então espero que a tendência de crescimento continue. Nosso desafio vai aumentar com a responsabilidade de contar com uma equipe-satélite, que vai nos permitir a ter muito mais informação disponível”, disse o chefe Massimo Rivola.

“Será um importante banco de testes para nossas habilidades de organização e análise. A pausa de fim de ano, que foi um dos períodos de trabalho mais intenso, foi positivo, como foram os primeiros testes, mas só as corridas podem mostrar onde estamos com relação a nossos rivais. Estaremos sob mais pressão, e ainda teremos de encarar o novo formato, algo que implica desafio para equipes e pilotos. mas estamos preparados, e acredito que possamos começar a temporada com motivação bem alta. A meta é ser melhor que ano passado”, seguiu.

Sendo assim, a meta é corrigir falhas. A Aprilia não precisa — e tampouco deve — revolucionar o projeto da RS-GP, mas necessita refinar um pouco mais, desenvolver um pouco melhor e colocar na pista uma moto mais completa. É uma tarefa que, no nível de competitividade da MotoGP atual, é bastante difícil.

E tem um fator extra de dificuldade para a Aprilia: agora, as concessões deixaram de existir. Até o ano passado, a marca do grupo Piaggio contava com as benesses regulamentares que permitem que fábricas estreantes ou em dificuldades avancem, mas, graças aos resultados que obteve, ela agora está em pé de igualdade com as demais. Na prática, isso significa menos liberdade para testar e, mais importante, o congelamento dos motores no início do ano.

Desta forma, acertar a mão com o propulsor é primordial. Nos testes de Sepang, a Aprilia tinha prometido uma nova versão do motor, mais potente, para os exercícios de Portimão. A partir de sábado, será possível saber se o objetivo foi alcançado ou não.

Do lado dos pilotos, Aleix Espargaró carrega com razão o rótulo de ‘capitão’ do time. Além de ter sido quem conduziu o desenvolvimento até aqui, foi o catalão também quem fez a diferença nos resultados e quem conseguiu a vitória no GP da Argentina do ano passado.

É verdade que a fase asiática da temporada passada cobrou um preço muito alto, derrubando o catalão para a quarta colocação do Mundial de Pilotos, 53 pontos atrás do campeão Francesco Bagnaia, mas o pai dos gêmeos Max e Mia fez um campeonato de nível elevado e mostrou que pode ser um dos ponteiros.

“Estar com a Aprilia por tanto tempo coloca certa pressão sob mim, porque sei o quanto os resultados são importantes para a companhia. Ao mesmo tempo, maturidade e o fato de que conheço as pessoas com quem trabalho me dão paz mental”, declarou.

“O campeonato de 2023 vai começar com muita coisa desconhecida: o novo formato de corridas sprint aos sábados vai exigir mais preparação da nossa parte, mas ainda não dá para entender o tamanho real do impacto. Estou preparado o máximo possível, e confiante de que vamos nos divertir”, afirmou.

Viñales, por sua vez, fez a primeira temporada completa com a RS-GP e viveu um ano de altos e baixos. Ainda assim, depois da tumultuada saída da Yamaha, a performance foi até surpreendente. Mas será preciso fazer mais.

“Aprendi muito em 2022 sobre a Aprilia e minha parte da equipe, mas também sobre mim mesmo. Na nova temporada, seremos capazes de juntar tudo que aprendemos e pôr na prática. Gostei da nova RS-GP logo de cara. Melhorou um vários aspectos, assim como gerenciamento de aceleração, que é fundamental para meu estilo. Gosto do novo formato dos fins de semana, vai ser interessante para os fãs, assim como as equipes poderão se preparar para a corrida do domingo usando a sprint. Mal posso esperar para começar. A pausa foi refrescante, mas quero voltar à pista”, falou Maverick.

 “A equipe trabalha a moto de maneira maravilhosa. Conversamos entre todos aqui para saber qual a melhor maneira de desenvolver a moto, e neste ano eu me sinto mais como um só junto à moto. Além disso, contratamos Manu [Cazeaux, chefe de mecânicos] e outras pessoas. Fechamos um ciclo. Lutaremos por cada corrida, em cada atividade, até o final. Quando acabamos os testes de Sepang, já me sentia pronto e com mais velocidade que no ano passado”, destacou.

2023 vai ser um ano importante para a Aprilia. Depois do salto do ano passado, a casa de Noale cresceu a operação e agora terá uma equipe satélite, a RNF, que vai alinhar com Miguel Oliveira e Raúl Fernández. É a oportunidade que faltava para acelerar a evolução da moto.

A equipe de Razlan Razali, aliás, será a última a exibir a nova moto, com o lançamento agendado para o próximo dia 16.

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