Bola da vez na MotoGP, KTM sai na frente, mas Ducati mostra reação na Áustria

Com Pol Espargaró, a casa de Mattighofen cravou o melhor tempo nesta sexta-feira (14) no Red Bull Ring. Depois de um fim de semana apagado em Brno, Andrea Dovizioso voltou a andar entre os ponteiros

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A KTM vive um momento dourado na MotoGP. Depois de vencer o GP da Tchéquia com Brad Binder, a montadora laranja desembarcou na Áustria disposta a mostrar a força da RC16. E assim o fez. Com Pol Espargaró, a dona da casa comandou a sexta-feira (14) de treinos livres no Red Bull Ring.

Tal qual previam os meteorologistas, o dia foi de clima instável. A segunda sessão livre foi bastante monótona, já que os pilotos permaneceram nos boxes na maior parte do tempo. A dupla da KTM, aliás, sequer marcou tempo no TL1.

Por conta das condições, o resultado da sessão matutina prevaleceu e, assim, Pol Espargaró ficou com o topo da folha de tempos com 1min24s193, só 0s044 melhor que Andrea Dovizioso, o segundo colocado.

Pol Espargaró guiou com raiva nesta sexta-feira (Foto: KTM)

Como tem acontecido com frequência, o pelotão todo ficou bastante unido neste dia inicial de trabalhos, com menos de 1s cobrindo os primeiros 18 colocados. Os 22 pilotos estão separados por só 1s536. Além disso, a Ducati foi maioria no top-10, com três motos ― Dovizioso, Johann Zarco e Jack Miller ―, contra duas KTM ― Pol e Miguel Oliveira ―, duas Yamaha ― Franco Morbidelli e Fabio Quartararo ―, duas Suzuki ― Álex Rins e Joan Mir ― e uma Honda ― Takaaki Nakagami.

O domínio de Pol, porém, tem um ‘quê’ de desabafo. O #44 não engoliu muito bem o desfecho do GP da Tchéquia, quando acabou derrubado em uma disputa com Johann Zarco. O francês da Avintia teve de cumprir a punição da volta longa, mas o irmão de Aleix não se deu por satisfeito com a punição.

Apesar de ter aproveitado a segunda-feira para descontar a raiva em um teste privado da KTM em Brno, o caçula dos Espargaró deixou o azedume falar mais alto de novo nesta sexta.

“Estamos vindo de um fim de semana muito frustrante. O teste que fizemos na segunda-feira, depois da corrida, foi muito bom para se livrar de todas as vibrações negativas e foi um teste muito bem-sucedido para nós. Eu fui rápido e foi meio que para recuperar as sensações positivas”, comentou Pol. “Hoje eu saí muito ansioso para fazer uma volta rápida e realmente forcei. Eu estava pilotando com raiva, então vou tentar manter esse estado de espírito, porque parece que funciona, então vamos ver no restante do fim de semana”, seguiu.

Apesar do tempo de pista perdido com a chuva intermitente do TL2, Pol fez um balanço positivo desse primeiro dia do GP da Áustria.

“Na primeira sessão, eu me senti muito bem desde o início. Este é um lugar onde você precisa frear bem tarde, e a nossa moto se ajusta muito nesse estilo de pilotagem. Nos últimos anos, também fui bem aqui, mas hoje me senti muito bem, com boas sensações, e o tempo de volta vinha fácil, então me senti bem desde o início”, relatou. “Sabíamos que as condições poderiam ser como foram no TL2. Todo mundo sabia. Então colocamos o pneu mais rápido e é um alívio, pois o que quer que aconteça amanhã, temos um bom tempo de volta. Parece que amanhã de manhã será no seco, então vamos forçar mais uma vez”, avisou.

Apesar do bom momento da KTM, a reputação da Ducati em Spielberg a precede. De 2016 para cá, foram quatro vitórias dos italianos: uma com Andrea Iannone, uma com Jorge Lorenzo e duas com Dovizioso, inclusive no ano passado. Não à toa, o piloto de Forli já chegou ao Red Bull Ring com a pecha de favorito.

De acordo com as melhores casas de apostas – aquelas referenciadas pelo site Sportytrader – que têm por natureza uma avaliação totalmente imparcial, não existe um favorito claro para o GP da Áustria. A Betclic, por exemplo, atribui ligeiro favoritismo para Andrea Dovizioso (cota de 2.65), seguido de muito perto por Pol Espargaró (3.00). A credibilidade dessa casa é sustentada ainda, pelo fato de existir uma análise Betclic na Sportytrader, em que confere a essa casa muita credibilidade.

Futuro de Andrea Dovizioso foi assunto nesta sexta (Foto: Red Bull Content Pool)

A esquadra de Borgo Panigale, porém, vem de um fim de semana difícil em Brno e, assim, tratou de se empenhar em afinar a Desmosedici.

“Nosso foco estava na freada e eu consegui recuperar as minhas sensações, as minhas boas sensações. Isso é muito importante”, falou Andrea. “Com certeza, a pista nos ajudou um pouco, pois a moto funciona bem aqui, mas o que nós estudamos da corrida em Brno foi muito importante. Eu consegui frear melhor hoje e isso me deu a possibilidade de ser rápido e consistente”, detalhou.

Ainda que a chuva tenha impedido uma análise mais profunda do ritmo de corrida, Andrea se mostrou satisfeito e listou, além de Pol Espargaró, Álex Rins e Joan Mir entre os melhores neste primeiro dia.

“[Meu ritmo] de manhã foi realmente bom, assim como dos dois pilotos da Suzuki e Pol, mas nós fizemos só um treino, então vamos ver se amanhã vamos pilotar no seco. Isso vai afetar a corrida, pois você pode mudar muitas coisas em dois treinos, mas a base é realmente boa”, comentou.

Líder do Mundial, Fabio Quartararo fechou a sexta apenas em décimo, 0s560 atrás do ponteiro. Mas apesar de não estar assim tão atrás, o francês não saiu satisfeito.

“Foi um dia difícil. O nosso ritmo não era tão bom, mas também não era tão ruim”, avaliou Quartararo. “Quando mudamos para o pneu dianteiro médio e o traseiro macio, tive alguns problemas para me ajustar rapidamente. Por isso que o meu tempo de ataque não foi tão bom”, justificou.

Vencedor de duas das três corridas deste ano, Fabio já se colocou fora da briga na Áustria.

“Não estou muito feliz com o dia de hoje. Infelizmente, não podemos dizer que estamos aqui para lutar pela vitória. Vou dar o meu melhor para somar o máximo de pontos. A partir de Misano, teremos quatro circuitos seguidos que são bons para nós”, considerou.

O duo da Yamaha acabou fora do top-10 combinado, com Maverick Viñales encontrando os mesmos problemas que lhe renderam uma atuação bastante apagada no GP da Tchéquia na semana passada.

Fabio Quartararo não saiu satisfeito da sexta-feira (Foto: SRT)

“Basicamente, temos as mesmas dificuldades que tivemos em Brno. Falta alguma coisa para fazer os pneus funcionarem, e estamos trabalhando muito duro junto com a Michelin para tentar entender do que precisamos fazer para melhorar a moto e a sensação com os pneus”, explicou Viñales. “Amanhã vamos tentar algo novo com a moto para ver se podemos melhorar. Se chover no TL3 amanhã, vamos para a configuração de pista molhada para tentar entender qual o melhor pneu para o molhado, pois temos a opção de médios e macios”, afirmou.

“Nesta pista, você tem de frear forte, então isso desempenha um papel no processo de decisão. Se estiver seco amanhã, vamos fazer um tempo de ataque para tentar ir para o Q2”, avisou.

13º no primeiro dia em Spielberg, Valentino Rossi lamentou que a chuva tenha atrapalhado o trabalho com a M1. Ainda, o #46 destacou a força da concorrência.

“O TL1 desta manhã foi a pista completamente seca e conseguimos trabalhar. Esta pista é muito peculiar e é particularmente importante ser forte na freada, então você precisa equilibrar bem a moto”, destacou Rossi. “Mas o que vi nesta manhã é que neste ano todos são muito fortes. Temos de melhorar, especialmente no terceiro setor. Planejamos tentar algo diferente nesta tarde, mas, infelizmente, foi difícil fazer qualquer coisa por conta das condições mistas”, continuou.

“No fim, o TL2 não foi muito útil para entendermos alguma coisa. Amanhã precisamos de um bom TL3, pois será crucial estar no top-10. Não acho que vai ser fácil, pois todos estão lá”, comentou. “No momento, a previsão para amanhã de tarde é chuva, não muita, similar ao que tivemos hoje. Se for o caso, tudo é possível”, completou.

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