Ducati aceita limitações e justifica apoio a concessões na MotoGP: “Pelo bem do esporte”

Diretor-esportivo da Ducati, Paolo Ciabatti avaliou que a Ducati quer um campeonato em que todas as fábricas tenham uma chance justa de competir. Dirigente considerou que a revisão semestral das concessões foi chave para obter o aval de Borgo Panigale

Diretor-esportivo da Ducati, Paolo Ciabatti justificou o apoio da fábrica italiana ao novo sistema de concessões da MotoGP. Mesmo sendo penalizada pela alta competitividade, a casa de Borgo Panigale defende que quer um campeonato “onde todas as fábricas tenham uma chance justa de serem competitivas”.

Em uma temporada marcada pelas dificuldades de Yamaha e Honda, as lanternas na classificação do Mundial de Pilotos, a MotoGP venceu a queda de braço com os construtores e aprovou um novo sistema de concessões que vai permitir acelerar o desenvolvimento das fábricas que estão atrás em termos de performance.

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Pelo novo sistema, as fábricas serão divididas em quatro grupos, com a separação baseada na pontuação do campeonato. E, de acordo com esse ranking, as marcas ficam sujeitas a restrições ou vantagens.

Campeã dos Mundiais de Construtores e Pilotos — o Mundial de Equipes ficou com a Pramac, uma equipe satélite da Ducati —, a casa de Bolonha é a única fábrica no Grupo A, o que a deixa sem direito a wild-cards e poderá fazer uma única atualização aerodinâmica ao longo do ano. Além disso, os italianos precisam listar três circuitos para teste, mas estarão limitados a 85 pares de pneus — 30 a menos do que na regra atual.

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Paolo Ciabatti avaliou que as concessões são para o bem do esporte (Foto: Ducati)

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Honda e Yamaha, por outro lado, ficam no Grupo D e, assim, terão 130 jogos de pneus, podendo até mesmo escalar os pilotos titulares para testes em qualquer circuito do calendário. Elas podem fazer até seis wil-cards, tem direito a duas atualizações aerodinâmicas e motores descongelados, o que permite evolução ao longo da temporada.

“Sempre dissemos que estávamos prontos para encontrar uma solução que faria com que os dois fabricantes em dificuldade, leia-se as duas fábricas japonesas, pudessem alcançar”, disse Ciabatti ao site da MotoGP. “Como eles conseguiram pódio, o atual sistema de concessões não permitia a eles nenhuma ajuda extra”, seguiu.

“Queremos um campeonato onde todas as fábricas tenham uma chance justa de serem competitivas”, indicou. “Com a regra anterior, seria muito difícil, por causa do desenvolvimento limitado do motor, aerodinâmica e de não poder testar com os pilotos de fábrica”, ponderou.

A Ducati, assim como a Aprilia, KTM e Suzuki, contaram com o sistema de concessões para se desenvolverem e alcançarem o status atual. E a medida contou com o aval de Honda e Yamaha em 2014.

“O [antigo sistema] foi decidido em uma era diferente da MotoGP, quando os japoneses lideravam. Agora, a situação mudou. A Ducati está em uma posição privilegiada, os outros europeus estão muito perto e os dois japoneses, por qualquer que seja a razão, precisam se recuperar e voltar para onde deveriam estar”, ponderou Paolo. “Então em algum momento você precisa aceitar que será um pouco penalizado. No fim, não teremos wild-cards e teremos um número limitado de pneus para testes, e os outros terão mais liberdade, comentou.

O dirigente destacou, porém, que o fator chave para garantir o apoio da Ducati foi o fato de que o sistema será revisado duas vezes por temporada.

“O novo sistema será revisado duas vezes por ano, então as vantagens não levam a consequências extremas. É só para atingir o nível das fábricas líderes”, ponderou Ciabatti. “Então, pelo bem do esporte, aceitamos esse novo sistema que, tomara, vai acelerar a recuperação das fábricas japonesas”, torceu.

“Muitas vezes, nós tivemos pilotos diferentes no pódio, e gostaríamos de seguir fazendo isso, mas talvez ficássemos mais satisfeitos se tivéssemos uma competição mais forte”, concluiu.

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