Ducati acorda tarde e entra na briga com pentacampeonato de Márquez já bem encaminhado

62,3% dos pontos da Ducati em 2018 vieram das seis últimas corridas da temporada, mas a performance na primeira fase do Mundial acabou por inviabilizar um confronto direto com Marc Márquez pelo título

Numa temporada que prometia muito, não deixa de ser melancólico que a disputa pelo titulo se encaminhe mais e mais para uma definição precoce. Mesmo derrotado por Andrea Dovizioso neste domingo (9), Marc Márquez já tem uma vantagem de 67 pontos na liderança da MotoGP e parece bastante improvável que alguém consiga tirar este pentacampeonato das mãos do #93.
 
Com a Yamaha completamente na lona, a Ducati tinha a missão de combater o piloto de Cervera, mas, apesar de todo o potencial mostrado no ano passado, a casa de Borgo Panigale não correspondeu, especialmente na primeira metade do ano.
 
Vice-campeão do ano passado, Dovizioso abriu o Mundial ostentando o rótulo de favorito, mas teve uma primeira metade de temporada bastante ruim. Apesar de ter vencido no Catar, o italiano abandonou duas das seis primeiras provas, não tendo completado, também, o primeiro GP da fase seguinte.
Melhora da Ducati chegou tarde para permitir confronto mais empolgante com Márquez (Foto: Repsol)
Dos 154 pontos que acumulou nas 12 corridas disputadas até aqui ― seriam 13 se o GP da Grã-Bretanha não tivesse sido cancelado por conta das condições de pista ―, Andrea somou mais 57% deles a partir da prova da Catalunha. A média do líder Márquez é exatamente a mesma, mas o #93 somou 41 pontos a mais que o rival no início do ano.
 
Jorge Lorenzo tem um desequilíbrio ainda maior entre as duas metades do campeonato. Nas seis primeiras corridas, o #99 somou apenas 41 pontos, o que representa só 31,5% de seu total.
 
Num comparativo entre equipes, a Honda somou 58,2% de seus pontos na segunda metade do campeonato, enquanto 62,3% dos pontos da Ducati vêm das últimas seis corridas.
 
“Menos mal que as Ducati despertaram tarde”, disse Márquez neste domingo. “Bom, espero que seja tarde”, seguiu.
 
“Mas não só a moto, também os pilotos estão aumentando o nível, mas tudo bem, pois também é um alerta para o ano que vem”, apontou o irmão de Álex, que terá Lorenzo de companhia na Honda em 2019.
 
A vantagem de Márquez, aliás, já serve para dar uma considerável tranquilidade ao #93.
 
“Margem nós já temos pouca. Amanhã nós temos um teste, ficamos aqui para treinar. Vamos provar alguma coisa, esperamos que algo funcione. Mas, se não, acho que tenho armas suficientes para me defender e atacar em alguns circuitos”, considerou.
 
Ciente de sua situação matemática, Dovizioso sabe que é difícil pensar no Mundial de Pilotos.
 
“Nós tentaremos ganhar tudo, mas Márquez está sempre lá e é capaz de levar a Honda ao limite em todas as circunstâncias”, indicou. “O Mundial de Pilotos é complicado, mas se não conseguirmos este ano, pensaremos no ano que vem”, avisou.
 
Homem a ser batido após uma classificação impressionante no sábado, Lorenzo começou bem na prova, mas depois sofreu uma queda tentando caçar Dovizioso e sequer pontuou. O #99, porém, travou um bom duelo com Márquez.
 
Assim, Jorge entende que a briga pelo título está “cada vez mais complicada”, também pela inteligência de Márquez.
 
“O Mundial está cada vez mais complicado. Marc sabia que Dovi e eu tínhamos mais ou menos os mesmos pontos. Mas, se ele me deixasse escapar, eu podia vencer a corrida e ele acabar em terceiro, me aproximando mais no campeonato. Por isso, ele não queria me deixar passar e escapar, e perdemos 2s ali que me impediram de alcançar Dovizioso para preparar o ataque final”, avaliou. 
 
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