Ducati, Suzuki e Aprilia sobressaem em sexta-feira de muitas quedas no sol de Le Mans

Primeiro dia de treinos para o GP da França viu um total de 14 tombos, mas Enea Bastianini conseguiu levar a melhor liderar o primeiro de atividades mesmo com duas quedas

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Entre trancos e barrancos, Enea Bastianini foi quem começou o fim de semana do GP de França com o pé direito. Depois de dois tombos nesta sexta-feira (13) ― um no treino um e outro no dois ―, o italiano assegurou a melhor marca do dia ao cravar 1min31s148 na melhor de 34 voltas, 0s202 melhor do que Aleix Espargaró, o segundo colocado.

Apesar das quedas ― a primeira na curva 8 e a segunda na 4 ―, Bastianini aproveitou já o primeiro dia em Le Mans para registrar um novo recorde para o circuito, mas admitiu que gostaria que a sessão vespertina tivesse terminado um pouquinho antes, uma vez que teria lhe poupado do segundo tombo.

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Enea Bastianini colocou a Ducati na ponta na França (Foto: Gresini)

“Ruim pelas duas quedas, especialmente a segunda”, disse Bastianini. “Adoraria ter terminado o dia alguns segundos antes”, brincou.

O piloto da moto #23 comemorou ter começado bem o fim de semana, especialmente depois de ter enfrentado dificuldades na etapa da Espanha, e se mostrou aliviado com a competitividade da moto.

“O primeiro treino foi bom para mim, a moto está estável e, no geral, estou confortável”, contou. “Em comparação com Jerez, onde alguma coisa não funcionou e fizemos um pouco de confusão, é um alívio voltar a ser rápido e estar na frente”, desabafou.

“As motos são assim: você deixa tudo inalterado e não avança nem se colocar pneus novos. Então é importante ter encontrado o feeling e a velocidade aqui”, completou.

A marca do dia, porém, foi o alto número que acidentes: no total, foram 14 quedas, mesmo em um dia de sol e pista seca. A curva 7 foi o ponto mais acidentado, com tombos de Joan Mir, Darryn Binder, Marco Bezzecchi e Álex Márquez, todos no TL2. A curva 10 foi palco de três incidentes: com Miguel Oliveira, Raúl Fernández e Franco Morbidelli. A curva 3 surge em seguida, com tropeços de Brad Binder e Luca Marini.

Mas não foi só isso. Ducati, Suzuki e Aprilia se destacaram entre as Construtoras. A casa de Borgo Panigale colocou 50% das oito motos que tem no grid no top-10: Bastianini liderou, enquanto Johann Zarco foi quarto, Francesco Bagnaia ficou em quinto e Jorge Martín fechou em décimo. A Aprilia conseguiu a mesma porcentagem, com uma das duas motos entre as dez melhores, com Aleix no segundo posto.

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Aleix Espargaró destacou a melhora da moto da Aprilia (Foto: Aprilia)

A Suzuki, por outro lado, foi mais forte ainda: 100% de aproveitamento. Álex Rins e Joan Mir ficaram entre os dez melhores. O #42 fez o terceiro tempo, com campeão de 2020 aparecendo na oitava colocação.

Vice-líder dos trabalhamos, Aleix contou que não costuma se dar bem com o traçado francês, mas celebrou um início que parece ainda melhor do que aquele de Jerez.

“Antes de mais nada, tenho de dizer que pilotar aqui em Le Mans com este clima perfeito e com as arquibancadas cheias de fãs é fantástico”, disse Aleix. “Estou satisfeito com o dia de hoje. Sabia que eu tinha uma Aprilia muito melhorada, mas esta não é uma pista historicamente amigável comigo”, indicou.

“Mas as coisas correram bem comigo e no tempo de ataque com o pneu macio, a sensação foi talvez até melhor do que em Jerez”, comentou.

Mas poucas coisas são mais fortes do que um ser humano em uma missão. Álex Rins chegou em Le Mans dizendo que ia provar que a Suzuki estava errada em abandonar a MotoGP. E, no primeiro dia na França, se pôs competitivo para mostrar exatamente isso.

O #42 completou 41 voltas e, com a melhor delas em 1min31s880, fechou o dia em terceiro, 0s297 atrás do líder. A marca de Hamamatsu, aliás, colocou 100% das motos no top-10, um feito que só ela conseguiu em Le Mans nesta sexta-feira.

Álex Rins destacou que foi difícil concentrar (Foto: Suzuki)

“Fui rápido desde o início e isso e, seguramente, o que nos faltou na última corrida”, comparou. “Foi muito fácil me concentrar. No é fácil deixar de lado todo que acontece, esquecer. Mas consegui e fico feliz. Aqui na MotoGP, se você pisca, está fora do Q2, então é preciso estar concentrado”, apontou.

“Durante todos esses dias, você pensa que não pode se perder, mas a verdade é que tudo saiu de forma muito natural”, afirmou. “Quando coloquei o pneu dianteiro médio, sofri um pouco para encontrar a aderência de que precisava, por isso voltei ao macio”, relatou.

“Temos de ver como vamos nos classificar no sábado e aí veremos a que podemos optar. [Mas] está claro que a moto está para subir no pódio”, avaliou.

Líder do Mundial, Fabio Quartararo foi 0s492 mais lento que Bastianini e acabou na sexta colocação. Apesar do discreto atraso, o piloto de Nice fez um balanço positivo do dia e comentou que não conseguiu marcar um bom tempo no fim da atividade por conta do tráfego. Os minutos finais no TL2 foram marcados por muitas bandeiras amarelas.

“Foi um bom dia, pois o ritmo foi realmente bom tanto no TL1 quanto no TL2”, resumiu Fabio. “Temos um bom potencial com os pneus médios e macios. Encontrei muito tráfego na pista hoje, mesmo durante o tempo de ataque. E acho que não fui p único. Não pude melhorar, mas acho que foi bom coletar dados para amanhã”, comentou.

“No momento, ainda não está claro quem pode estar na ponta, pois todos estão muito próximos aqui em Le Mans. Vai ser realmente interessante”, previu. “Sinto que teremos um fim de semana realmente bom. Me sinto ótimo pilotando diante de tantos fãs franceses. Me sinto feliz e eles estão curtindo. Isso é o mais importante”, concluiu.

Pol Espargaró lamentou ter sido atrapalhado por bandeiras amarelas (Foto: Repsol)

Do lado da Honda, o dia não terminou tão bem quanto começou. Pol Espargaró liderou o treino da manhã, mas fechou o dia apenas na nona colocação, 0s623 atrás de Bastianini. Ainda assim, o catalão se mostrou confiante, já que entende que foi prejudicado pelas bandeiras amarelas e por um erro que cometeu na melhor volta.

“Esta manhã correu muito bem e aí, de tarde, eu tentei melhorar meu tempo de volta, mas tinham muitas bandeiras amarelas que atrapalharam algumas das nossas voltas e, na nossa melhor, cometi um erro”, relatou. “No fim, me sinto bem com a moto e não foi um dia ruim, mas precisamos de uma boa performance amanhã para terminar com um bom lugar na classificação”, seguiu.

“É preciso começar nas duas primeiras filas do grid para ter uma boa performance no domingo. Temos o ritmo, mas precisamos colocar tudo junto na hora que importa amanhã”, sinalizou.

Marc Márquez, por outro lado, ficou só em 15º. Com a melhor volta em 1min32s153, o hexacampeão foi o primeiro a mais de 1s do líder e assumiu que está sofrendo para ser rápido no circuito Bugatti.

“Mas estou com dificuldade para entender como ser rápido aqui. Preciso virar a moto mais rápido e é nisso que estamos. Precisamos melhorar amanhã e a meta para o TL3 é entrar no top-10 para o Q2”, avisou. “Vamos ver o que amanhã vai trazer. Já temos algumas ideias para tentar”, completou.

A classificação da MotoGP para o GP da França, em Le Mans, sétima etapa da temporada, acontece no sábado, às 9h10 (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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