Em 67 anos de Mundial, apenas dois pilotos reverteram déficit de pontos na prova final da classe rainha: Rainey e Hayden

Wayne Rainey e Nicky Hayden são os únicos dois pilotos que conseguiram faturar o título da divisão principal do Mundial de Motovelocidade após chegarem à etapa final na vice-liderança da disputa. Jorge Lorenzo tentará repetir o feito neste domingo (8).

A temporada 2015 da MotoGP chega ao fim neste domingo (8) com Jorge Lorenzo tentando virar a mesa para cima de Valentino Rossi. O italiano liderou a maior parte do campeonato, mas chega para a etapa de Valência com apenas sete pontos de margem e uma punição que lhe obriga a largar do fundo do grid.

Ainda assim, o sonho do décimo título não acabou. Rossi segue com possibilidades de conquistar a taça, mas terá de fazer uma senhora corrida para voltar a erguer o troféu da MotoGP.

O histórico do Mundial, entretanto, parece mais favorável a Valentino. Das 17 vezes em que o título da classe rainha foi decidido na prova final, em apenas duas oportunidades o piloto que estava atrás na classificação conseguiu virar a mesa ao receber a bandeirada.

Na temporada 1992, Mick Doohan chegou a Kyalami, na África do Sul, com dois pontos de vantagem para Wayne Rainey, mas saiu de lá com o vice-campeonato.

Jorge Lorenzo e Valentino Rossi decidem o título da MotoGP neste domingo (Foto: Yamaha)
Naquele ano, a Honda tinha promovido uma mudança na lendária NSR500, introduzindo o motor ‘Big Bang’, um propulsor que tinha menos potência final, mas dava mais tração e deixava a moto menos ‘perigosa’ para o piloto.
 
Em seu quarto ano no Mundial, Doohan teve um belo início de temporada, conquistando uma vitória no piso molhado de Suzuka. E a prova do Japão foi apenas o início de uma incrível sequência.
 
Nas sete primeiras corridas do ano, Mick venceu cinco vezes — Japão, Austrália, Malásia, Jerez de la Frontera (de forma consecutiva) e Alemanha — e conquistou outros dois segundos lugares — nos GPs da Itália e da Europa. 
 
Mas na oitava etapa do calendário, tudo mudou. Durante o treino classificatório para a prova de Assen, na Holanda, Doohan foi ejetado da Honda #2 a mais de 160 km/h. Como se o impacto com o asfalto não fosse o bastante, a NSR ainda caiu em cima da perna do australiano.
 
A fratura em si não era assim tão grave, mas o quadro de Doohan teve complicações e piorou consideravelmente por conta de orientações questionáveis de médicos holandeses. O quadro do então futuro pentacampeão acabou se deteriorando rapidamente.
 
Felizmente, o Dr. Claudio Costa, da Clinica Mobile do Mundial, apareceu para ajudar Doohan, mas as quatro provas perdidas pelo piloto da Honda — Holanda, Hungria, França e Grã-Bretanha — permitiram que Rainey destruísse a vantagem de 65 pontos do rival.
Mick Doohan bem que tentou, mas perdeu título na corrida final (Foto: Divulgação)
Mesmo sem estar recuperado e contrariando as orientações médicas, Doohan voltou a correr nas duas etapas finais para tentar salvar aquele que seria seu primeiro título nas 500cc.
 
A primeira parada foi no Brasil, no circuito de Interlagos, mas Doohan conseguiu apenas um 12º posto contra a vitória de Rainey. A disputa, então, partiu para Kyalami, última estada do calendário.
 
E o esforço heroico de Doohan acabou não dando resultado. O australiano recebeu a bandeirada na África do Sul na sexta colocação, mas o terceiro lugar foi o suficiente para que Wayne conquistasse o título por uma margem de quatro pontos.
 
Após o duelo de Doohan e Wayne, o Mundial de Motovelocidade só voltou a ver uma virada na classe rainha após 14 anos.
 
Em 2006, Rossi e Nicky Hayden chegaram à corrida de Valência separados por oito pontos, mas apesar de tudo parecer conspirar em favor do italiano, foi o norte-americano que deixou a Comunidade Valenciana como campeão.
Nicky Hayden virou o jogo para cima de Valentino Rossi em Valência (Foto: Getty Images)
Depois de alguns anos difíceis, a Yamaha conseguiu se reconstruir com a união de Rossi, Davide Brivio, então chefe do time, e Masao Furusawa, diretor do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da fábrica dos três diapasões, e dominou as temporadas 2004 e 2005. 
 
Com tanto sucesso, a equipe se achava invencível no começo de 2006, mas acabou caindo do cavalo. Os executivos de Iwata promoveram mudanças na estrutura da equipe — tanto em termos de pessoal como de parceiros técnicos —, o que acabou dando resultados completamente opostos ao esperado. Além disso, os engenheiros tentaram melhorar a YZR-M1 de 2005, uma moto que já era espetacular, mas acabaram criando um monte de problemas. 
 
O primeiro sinal veio ainda em Jerez de la Fronteira, a primeira prova da temporada, quando o #46 teve um toque com Toni Elías. Acostumado a vencer a primeira corrida do ano, Rossi teve de se contentar com um 14º posto.
 
Na prova seguinte, no Catar, Valentino conseguiu seu primeiro triunfo ano, seguido por um quarto posto na Turquia. Quando as coisas pareciam estar entrando no eixo, o #46 teve um novo revés, desta vez na China.
 
Na prova de Xangai, o italiano sofreu com um pneu dianteiro defeituoso e não conseguiu completar a corrida. Na etapa seguinte, a má fase seguiu, com um novo abandono, desta vez em Le Mans. O motor da M1 deixou Valentino na mão com oito voltas para o fim e a vitória acabou caindo no colo de Dani Pedrosa — o primeiro triunfo do #26 na MotoGP.
Pontos perdidos para Elías no Estoril custaram caro para Rossi (Foto: Yamaha)
Em Mugello, Rossi se reencontrou com a vitória e repetiu o feito na Catalunha. Na Holanda, oitava etapa da temporada, o piloto da Tavullia ficou apenas em oitavo, 23s9 atrás de Nicky. 
 
Rossi venceu na Grã-Bretanha e ficou em segundo na Alemanha, mas sofreu um com um novo problema nos Estados Unidos. Num calor de 56°C, o motor da M1 abriu o bico e deixou o italiano na mão mais uma vez.
 
Depois da passagem por Laguna Seca, Valentino tinha 52 pontos de atraso para Hayden, mas não se deixou desesperar. A Yamaha confiou em sua capacidade de reação e ainda contou com uma ajudinha extra de Pedrosa.
 
O espanhol cometeu um erro no GP de Portugal e acabou tirando Hayden da corrida, facilitando o caminho de Rossi. A prova no Estoril, no entanto, contou com um final surpreendente: o #46 foi batido por Toni Elías na linha de chegada por 0s002 e ficou com o segundo posto, perdendo cinco importantes pontos na classificação.
 
Depois da rasteira do companheiro de equipe, Hayden pensou que o sonho do título estava perdido, mas o inesperado aconteceu. Valentino saiu na pole em Valência, mas fez uma largada ruim e caiu ainda nos primeiros minutos da corrida.
 
O italiano conseguiu se levantar e seguir na disputa, mas desceu para o último posto. Rossi ainda tentou uma prova de recuperação, mas não conseguiu passar do 13º lugar.
 
Hayden, por outro lado, recebeu a bandeirada em terceiro, atrás de Troy Bayliss e Loris Capirossi, resultado mais do que suficiente para conquistar o título. 
 
Rossi perdeu o coroa de 2006 por uma diferença de cinco pontos, exatamente o que perdeu com a derrota para Elías no Estoril. 

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