GUIA 2020: Último remanescente dos ‘aliens’, Rossi fecha era na MotoGP

Último remanescente do chamado grupo de ‘aliens’ da MotoGP, Valentino Rossi vai para a temporada 2020 em clima de adeus. Próximo da SRT, o #46 vai fazer seu último tour com o uniforme de fábrica da Yamaha

NÃO FAZ MUITO TEMPO, A MOTOGP TINHA EM SEU GRID OS CHAMADOS ‘ALIENS’. Dotados de um talento acima da média, o grupo formado por Valentino Rossi, Casey Stoner, Dani Pedrosa e Jorge Lorenzo se destacava na classe rainha do Mundial de Motovelocidade: eram eles que brigavam pelas vitórias, poles e títulos.
 
Pouco a pouco, porém, esses ‘alienígenas’ foram pendurando o capacete. Stoner foi o primeiro a sair de cena ― o australiano se despediu na temporada 2012, aos 27 anos. Depois, aos 33, Pedrosa parou em 2018. No ano passado, foi a vez de Lorenzo anunciar sua despedida aos 32.
 
Aos 41 anos, porém, Rossi segue na ativa e caminha para sua 21ª temporada na elite da motovelocidade. Só na classe rainha, o italiano já soma 342 GPs, 89 vitórias, 198 pódios, 55 poles, mais de 5 mil pontos e sete títulos mundiais. Mas, nem assim, o #46 se deu por satisfeito.
Valentino Rossi (Foto: Yamaha)
Apaixonado pela MotoGP, Rossi ainda persegue o sonho do décimo título. Mas, mesmo assim, o #46 sabe que a carreira está perto do fim. Desde que disputou o título de 2015 até a última etapa do campeonato, o irmão de Luca Marini viu as vitórias minguarem e agora encara uma seca que já vem desde o GP da Holanda de 2017.
 
A má fase calha com um momento ruim da Yamaha, mas é certo que, principalmente no ano passado, Valentino ficou atrás de seus colegas de marca. Enquanto Maverick Viñales venceu duas vezes no ano passado e conquistou sete pódios, o italiano de Tavullia esteve no top-3 em só duas oportunidades. Então novato na MotoGP, Fabio Quartararo também se saiu melhor, com sete pódios e seis poles.
 
Sétimo na classificação final do campeonato, Rossi ficou à frente apenas de Franco Morbidelli na disputa entre os pilotos montados na YZR-M1 da Yamaha. E, com 174 pontos, fechou o ano com 246 de atraso para o campeão Marc Márquez. Foi, aliás, a pior pontuação do multicampeão desde os anos de Ducati, quando somou 139 pontos em 2011 e 163 em 2012.
 
Consciente de sua performance, Rossi decidiu que não renovaria o contrato com a Yamaha ― que chega ao fim neste ano ― antes de verificar sua competitividade. Só que, para isso, o italiano precisaria esperar as primeiras provas do campeonato. 
 
Mas aí residia o problema. Com a concorrência de olho em Viñales e Quartararo, a casa de Iwata não podia se dar ao luxo de esperar e, assim, acabou privilegiando o futuro, mas sem desrespeitar aquele que é um sinônimo da marca dos três diapasões

A Yamaha, então, contratou Quartararo para o time principal a partir de 2021, para formar par com Maverick, mas deixou Rossi livre para decidir, até o meio do ano, se segue na MotoGP ou não. O plano, porém, não contava com a pandemia do novo coronavírus.

Por conta do necessário isolamento social e das muitas barreiras migratórias em vigor ao redor do mundo, a MotoGP passou o primeiro semestre paralisada. Em boa parte deste período, o próprio Valentino Rossi ficou trancado em casa, já que a Itália precisou impor um severo lockdown após ignorar os primeiros sinais da crise de saúde que se avizinhava.

Limitado apenas a treinos físicos, Rossi começou a negociar com a SRT e admitiu definir o futuro antes de entrar na pista. As negociações, entretanto, não foram tão simples quanto o imaginado. A equipe malaia se mostrou mais do que disposta a acolher o #46, mas apresentou algumas barreiras para a transferência da equipe técnica que, em boa parte, acompanha Valentino desde os tempos da Honda.

Ainda assim, o #46 nunca fez segredo dos bons olhos para que olhava para a estrutura comandada por Razlan Razali. E, é preciso lembrar, o piloto conta com o suporte da Yamaha, que se comprometeu a dar uma moto do ano e apoio de fábrica.

Apesar dos sinais positivos vistos aqui e ali ― especialmente uma declaração de Alessio Salucci, o Uccio, melhor amigo de Rossi, indicando o iminente acerto com a SRT ―, o futuro segue extraoficial. A expectativa, porém, é de um anúncio na Espanha.

Seja como for, 2020 é o fim de era. Resta saber se é o fim da era Rossi na Yamaha ou da era Rossi na MotoGP.
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