Masià finalmente desabrocha e usa experiência para conquistar título da Moto3

Jaume Masià conquistou quatro vitórias ao longo do ano e soube esperar a hora para finalmente brilhar no intenso grid da Moto3. Com o triunfo no Catar, o espanhol de 23 anos levou o campeonato com uma prova de antecedência

Depois de seis temporadas, Jaume Masià finalmente conseguiu o que tanto queria: o título da Moto3, com passaporte já garantido para a Moto2 em 2024. Como é de costume na classe menor do Mundial de Motovelocidade, não foi fácil, mas a experiência do piloto espanhol foi fundamental nos momentos decisivos, quando a situação parecia mais complicada. A vitória no Catar, mesmo cercada de polêmica, foi crucial para a conquista.

Jaume Masià Vargas nasceu em 31 de outubro de 2000 na cidade de Algemesí, na Espanha. Sua primeira competição de alto nível foi a Red Bull Rookies Cup em 2014, sem grande destaque, terminando só em 17º. Nos anos seguintes, disputou o Europeu de Moto3, mas só foi dar sinais de evolução em 2017, quando alcançou o vice.

Naquele mesmo ano de 2017, chegou no Mundial de Motovelocidade fazendo quatro corridas na Moto3. Aos poucos os resultados foram aparecendo até que em 2019, na Argentina, venceu pela primeira vez. Depois ainda conquistou mais três pódios para se consolidar como um dos mais interessantes pilotos do grid.

De 2020 até hoje, porém, Masià viveu sua fase mais interessante. Não só por correr nas famosas e vitoriosas equipes Leopard Racing — que defende neste momento — e Red Bull KTM Ajo, mas por se estabilizar como um dos mais talentosos pilotos do grid da Moto3. Faltava, no entanto, o título.

Jaume Masià foi cerebral para vencer na Moto3 (Foto: Divulgação/MotoGP)

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Lesões atrapalharam, é verdade, mas a inconsistência de Jaume também pesou em muitas ocasiões. O ritmo estava ali, bem como a velocidade, mas faltava empilhar bons resultados em sequências. O espanhol ganhou o estigma de ser bom, mas parecia fadado a ficar preso na Moto3 enquanto pilotos mais jovens passavam de maneira breve e logo subiam para as classes maiores do Mundial.

Em 2023, no entanto, Masià virou o jogo. O início foi tímido, com 5º lugar em Portugal e abandono na Argentina, mas depois colocou uma sequência de pódios no bolso. A primeira vitória na Holanda foi para sacramentar que estava na briga e seria um adversário duro — apesar de depois ter feitos provas ruins na Grã-Bretanha e na Áustria.

A reta final da temporada, porém, o deu mais confiança. Entre Catalunha e Japão, foram duas vitórias e dois segundos lugares, tomando assim a liderança do campeonato e abrindo boa margem. É bem verdade que, depois, tropeços vieram, mas pouco para a diferença construída pelo espanhol.

Depois de anos sonhando, mas passando longe do título, Masià foi cerebral. Soube usar a experiência a seu favor para desabrochar e virar um piloto completo, não apenas mais um jovem rápido e destemido no meio dos grandes pelotões da Moto3. Talvez o embarque garantido para a classe
intermediária do Mundial tenha feito a diferença e acalmado.

No primeiro match-point, Masià sacramentou. Bastou vencer no Catar e o sexto lugar do rival Ayumu Sasaki. Pronto, estava definido, a Moto3 tem um novo campeão. Aquele que apostamos tanto no passado e demorou um bocado para entregar o que tanto esperávamos.

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