Martín se agiganta e promove espetáculo de primeira grandeza no GP da Alemanha
Tal qual fez na corrida sprint, Jorge Martín lançou mão de uma bela largada e uma ultrapassagem sedutora para se colocar entre os protagonistas. Diferente de sábado, porém, o espanhol da Pramac não conseguiu uma escapada decisiva e precisou encarar um duelo até a linha de chegada com Francesco Bagnaia
A seca acabou! 679 dias depois de estrear no rol dos vencedores da MotoGP no GP da Estíria de 2021, Jorge Martín voltou a vencer na classe rainha do Mundial de Motovelocidade. Mas, diferente do Red Bull Ring, quando viu a bandeira quadriculada 1s5 antes de Joan Mir, o titular da Pramac precisou acelerar ao máximo para bater Francesco Bagnaia só na linha de chegada. A diferença entre os dois foi de apenas 0s064 em Sachsenring.
Não é de hoje que Martín mostra qualidades na MotoGP. A velocidade do piloto nascido em Madri ficou evidente logo de cara, mas a impaciência também se mostrou uma marca. As muitas quedas o tiraram da briga pela vaga ao lado de Bagnaia na equipe de fábrica. A derrota para Enea Bastianini, contudo, segue atravessada na garganta.
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Uma das peças mais interessantes do mercado de piloto atual, Martín já deixou claro que quer uma equipe de fábrica. Mas a Ducati confia em mantê-lo, ainda que seja na Pramac, já que avalia que ele está de olho em uma moto vencedora. Algo que a casa de Borgo Panigale tem para oferecer.
Mas poucas vezes se viu um Martín tão reluzente. Jorge já tinha feito um trabalho primoroso na corrida sprint, mas conseguiu ser ainda melhor neste domingo. Além da boa largada e de mais uma excelente ultrapassagem dupla, o #89 teve de ser estratégico para saber quando poupar e quando atacar. E o confronto foi justamente com o número 1 do mundo.
“Foi uma briga intensa. No início da corrida, eu estava muito confortável, tentando abrir vantagem. Mas, quando vi que Pecco mantinha a distância, pensei: ‘melhor reduzir, guardar pneu e ver o que acontece no final’”, revelou Martín em entrevista ao streaming espanhol DAZN. “Quando ele me pegou, forcei o ritmo por duas ou três voltas. Na freada, me afastava, mas não o suficiente. Decidi manter a diferença e forçar nas últimas cinco voltas, mas ele me passou e mudou todos os meus planos”, detalhou.
“Na curva 1, não dava, na 12 era difícil. No final, repeti a mesma de ontem e nada, só mantinha a distância. Na última volta, [estava] com os dois olhos fechados. Escapei na curva 11, mas, no final, consegui fechar a volta. Eu o ouvia e pensava: ‘não, não’. Já estava sem pneu”, explicou. “O ritmo foi brutal, conseguimos manter 1min21s sempre que forçavamos. E eu estou contente, porque mostrei para mim mesmo que posso brigar com Pecco”.
Questionado sobre o que aconteceu no momento que não conseguiu mais baixar o ritmo, Jorge respondeu: “Não dá para explicar, foi algo com o capacete. Estava me incomodando. Foi um momento chave. Poderia ter aberto mais de 1s. Eu o mantinha próximo para ver se os pneus dele aqueciam ou algo assim ou até se ele errava, mas é um grande campeão”.
Martín explicou, também, que precisou mudar o estilo de pilotagem nas últimas voltas do GP da Alemanha.
“Tinha muito problema com o pneu dianteiro, muito movimento. Como se estivesse superaquecida. Aí, sem poder inclinar e ficar mais no limite, tentava deixar as curvas mais redondas, sem muito ângulo, e poupar os pneus, pois, se tivesse de brigar com Pecco, tinha de ter um pouquinho mais no final”, concluiu.
Rival neste domingo e caçador distante na sprint, Bagnaia destacou que deu um bom passo em comparação com o sábado, mas não foi o suficiente.
“Tentei tudo”, disse Pecco à DAZN. “Mas me diverti muito. Em comparação com a sprint, melhoramos muito as minhas sensações. Eu estava lá para lutar, mas não foi o suficiente para ganhar. Eu tinha um pouco mais nas últimas voltas, mas não foi possível. Tentei, mas até demais, porque o toquei. Tentei sair bem de lá, para chegar bem na primeira freada e passar, mas era demais. Dei tudo na última volta para cortar a diferença, mas não foi o bastante”, comentou.
Além da boa imagem que deixou no Mundial, Martín ainda ganhou um fôlego no campeonato. Vice-líder, o #89 agora tem só 16 pontos de atraso para Bagnaia. Ainda que restem 13 etapas pela frente, é importante manter o adversário ao alcance.
Martín cresceu muito na MotoGP e já pode até sonhar com a briga pelo título. Para as equipes oficial, fica mais uma evidência: ele tem qualidade o bastante para vestir qualquer uma daquelas cores.
A MotoGP volta às pistas já no próximo final de semana, de 23 a 25 de junho em Assen, para a disputa do GP da Holanda. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial e Motovelocidade 2023.
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