Marc Márquez domina e encerra jejum de mais de mil dias com vitória em Aragão
Marc Márquez chegou ao que tanto sonhava: o topo do pódio na MotoGP. Após quase três anos completos de jejum, o espanhol dominou o pelotão em Aragão e venceu com larga vantagem para Jorge Martín. Pecco Bagnaia abandonou após polêmico incidente com Álex Márquez
Marc Márquez finalmente encerrou o jejum na MotoGP. Depois de exatos 1043 dias, o hexacampeão da classe rainha do Mundial de Motovelocidade confirmou o favoritismo no fim de semana em Aragão e dominou a corrida principal de ponta a ponta neste domingo (1) para vencer pela primeira vez desde o GP da Emília-Romanha de 2021. Além disso, foi a primeira conquista do espanhol com a Gresini Ducati, depois de mais de uma década com a Honda.
Líder do campeonato, Jorge Martín nem chegou a ameaçar Marc Márquez, mas garantiu o segundo lugar e ampliou ainda mais a vantagem na ponta da tabela. Pedro Acosta fechou o pódio na terceira colocação.
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Brad Binder foi o quarto no circuito espanhol, seguido por Enea Bastianini, Franco Morbidelli, Fabio Di Giannantonio, Marco Bezzecchi, Álex Rins e Jack Miller.
A corrida ainda contou com polêmica. A poucas voltas do fim, Álex Márquez acertou Francesco Bagnaia durante a briga pela terceira posição. Os dois caíram com força no chão e precisaram abandonar a disputa no MotorLand. O incidente será revisado pelo Painel de Comissários da FIM (Federação Internacional de Motociclismo)
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Com o resultado da corrida, Martín chegou a 299 pontos e ampliou para 23 a margem em relação a Bagnaia. Marc Márquez é o terceiro na tabela, com 70 pontos de diferença para o líder. Bastianini e Acosta fecham o top-5.
Tempos depois do fim da corrida, porém, a FIM anunciou punições de 16s a Raúl Fernández, Jack Miller e Fabio Di Giannantonio, que violaram a regra da pressão dos pneus. Assim, Di Giannantonio caiu uma posição e ficou atrás de Bezzecchi. Aleix Espargaró avança para décimo, seguido por Takaaki Nakagami, Augusto Fernández, Johann Zarco e Joan Mir. Miller desce para 15º. Raúl Fernández, mesmo punido, não perde a 16ª colocação.
A MotoGP volta a acelerar entre 6 e 8 de setembro, com o GP de San Marino e Riviera de Rimini, em Misano, 13ª etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.
Saiba como foi o GP de Aragão de MotoGP:
Foi com céu parcialmente nublado que a MotoGP alinhou no grid de Alcañiz. Quando os pilotos partiram para formar a grelha, a temperatura estava em 25°C, com o asfalto chegando a 39°C. A umidade relativa do ar estava em 59%, com o vento soprando a 5 km/h.
A asfalto recém-feito do MotorLand, porém, foi alvo de muitas queixas dos pilotos após a sprint. O clima tem jogado contra e choveu nas últimas duas madrugadas, limpando a borracha que vinha sendo depositada ao longo do fim de semana.
Campeão vigente, Francesco Bagnaia largou mal na sprint e conseguiu ficar apenas em nono na disputa vencida por Marc Márquez. O titular da Ducati reclamou de ter sido ignorado quando pediu uma limpeza da pista na reunião da Comissão de Segurança de sexta-feira. A pista, porém, passou por uma limpeza antes do GP, mas borracha dos pneus Pirelli das classes menores também deve alterar a situação.
Além disso, a Michelin retirou da alocação o pneu macio traseiro, já que a borracha desgastou bastante na sprint. Assim, a aposta da fornecedora francesa é em um par de pneus médios. E foi justamente essa a opção de todo o pelotão.
Na hora da largada, os 55.977 espectadores no MotorLand viram o pole-position Marc Márquez sair muito bem e manter a ponta, com Pedro Acosta se sustentado em segundo. Assim como aconteceu na sprint, Bagnaia patinou na largada e caiu para sétimo.
Também como aconteceu no sábado, Márquez começou a dar fuga, abrindo margem em relação a Acosta. Jorge Martín agiu rápido e pulou para terceiro, à frente de Álex Márquez, Franco Morbidelli, Miguel Oliveira e Bagnaia.
Ainda na primeira volta da corrida, Oliveira caiu na curva 16 e abandonou a disputa. O português não se machucou e deixou a pista caminhando.
De olho na ponta, Martín passou a pressionar Acosta, que não tinha dado combate a Marc Márquez em momento nenhum. Na disputa, Jorge saiu da pista, mas conseguiu voltar, só que o lance trouxe Álex Márquez para a briga. Além de facilitar a fuga de Marc, que abriu 1s6 de cara.
Antes de iniciar a terceira volta, Martín assumiu o segundo posto, mas já com Marc roçando os 2s de frente. Pouco depois, Álex Márquez pegou o terceiro lugar, com Acosta passando a lidar com a pressão de Morbidelli. Bagnaia vinha em sexto, ainda sem muito reagir.
Enquanto tentava fazer frente ao ritmo forte de Marc, Martín se isolou na segunda colocação, abrindo mais de 1s8 de margem para Álex Márquez. Acosta também vinha bem atrás, mas pressionado por Morbidelli, Bagnaia e Binder, que formavam um grupo.
Ainda na sexta volta, Fabio Quartararo caiu na curva 5 e abandonou a disputa, com a YZR-M1 espatifada após uma série de piruetas.
Líder, Marc cravou 1min48s285 como melhor volta da corrida, ampliando ainda mais a diferença. Na passagem seguinte, o #93 ia se aproximando dos 3s de frente.
Atrás, Morbidelli ia perdendo contato com Acosta, mas começava a sentir uma pressão mais intensa de Bagnaia, que tentava avançar para reduzir o prejuízo na classificação do campeonato.
Na volta oito, Martín foi um pouquinho mais rápido, cortando para 2s3 a margem Marc. Atrás, Morbidelli errou e caiu para oitavo, facilitando não só a passagem de Bagnaia, mas também de Binder e Marco Bezzecchi.
Faminto por vitória, Marc respondeu de cara. O espanhol registrou 1min48s186 como melhor volta da corrida é voltou a ampliar a margem, se aproximando mais uma vez dos 3s. Pouco depois, aliás, o #93 quebrou a fronteira e abriu ainda mais.
Com 14 voltas ainda pela frente, Bagnaia ia remando na direção de Acosta, que vinha só 0s6 à frente. Binder aparecia um pouco atrás, mas a só 0s4 do italiano.
Na volta 11, Maverick Viñales entrou nos boxes da Aprilia e abandonou a disputa. Foi um fim de semana muito apagado para o Top Gun.
No extremo oposto, Bagnaia já vinha colado em Acosta, aproveitando uma espalhada do novato para assumir o quarto posto, já 2s1 atrás de Álex Márquez, que ocupava o último degrau do pódio.
Na metade da corrida, a margem de Marc Márquez no comando da corrida era de 3s5 em relação a Martín, que tinha ainda mais vantagem para cima do caçula de Roser e Julià.
Pressionado por Binder, Acosta não acompanhou o passo de Bagnaia, que foi cortando rapidamente o atraso em relação a Álex. Na volta 13, a diferença tinha baixado para 1s5. O #1 tirou 0s703 em uma única volta.
Emendando uma sequência de melhores voltas, Bagnaia seguiu cortando o déficit. Enquanto isso, Enea Bastianini, que vinha num ritmo similar ao do companheiro de Ducati, tinha assumido o nono posto após passar Fabio Di Giannantonio.
Com ainda nove voltas para a bandeirada no MotorLand de Alcañiz, Bagnaia baixou a diferença para só 0s8, enquanto Marc estava com 4s de frente para Martín.
Ao mesmo tempo em que Pecco ia chegando em Álex Márquez, Binder tentava reduzir o atraso para Acosta e Bastianini se aproximava de Morbidelli.
O primeiro a atacar, porém, foi Bagnaia, que tinha, também, a vantagem de enfrentar uma GP23 a bordo de uma GP24 mais forte. Atrás, Bastianini grudou em Morbidelli e toou a oitava posição.
Na volta 17, Pecco colou em Álex, mas viu a porta fechada na reta oposta do MotorLand. Na abertura do giro seguinte, o espanhol afastou um tiquinho, mas ainda sob intensa pressão.
Com seis voltas para o fim, Bagnaia atacou por fora na 12, aproveitando uma escapadela do piloto de Cervera, mas parece que se enroscado com a moto do espanhol. Os dois caíram juntos, com a moto da Gresini passando por cima de Pecco. A FIM logo anunciou que o acidente seria revisado após a corrida.
Assim, Acosta foi devolvido ao terceiro posto, com mais de 1s3 de vantagem para Binder. Bastianini subiu para quinto, diante de Morbidelli, Bezzecchi, Di Giannantonio, Jack Miller e Takaaki Nakagami.
Di Giannantonio, aliás, conseguiu passar o companheiro de equipe pouco depois e assumiu a sétimo posto.
Álex Rins também conseguiu avançar no finzinho e pulou para 12º, superando Aleix Espargaró em seguida para ser 11º. O #42 seguiu escalando e tomou o décimo posto de Nakagami, que também foi superado por Aleix.
Dominante em Aragão, Marc Márquez abriu a volta final com 5s046 de vantagem para Martín, caminhando de maneira sólida para conquistar a sexta vitória em Aragão, a quinta na MotoGP.
Sob o olhar atento e ansioso dos boxes da Gresini, Marc contornou a última volta sem erros e recebeu a bandeirada para voltar a vencer em um domingo após 1.043 dias.
Após a bandeirada, a FIM anunciou que Raúl Fernández, Jack Miller e Fabio Di Giannantonio eram alvo de uma investigação por suposta infração à regra de pressão dos pneus.
MotoGP 2024, GP de Aragão, Corrida:
1 | M MÁRQUEZ | Gresini Ducati | 23 voltas | 23 voltas |
2 | J MARTÍN | Pramac Ducati | +4.789 | |
3 | P ACOSTA | GasGas Tech3 | +14.904 | |
4 | B BINDER | KTM | +16.459 | |
5 | E BASTIANINI | Ducati | +18.776 | |
6 | F MORBIDELLI | Pramac Ducati | +20.549 | |
7 | M BEZZECCHI | VR46 Ducati | +24.759 | |
8 | F DI GIANNANTONIO | VR46 Ducati | +37.159 | +16s |
9 | A RINS | Yamaha | +39.420 | |
10 | A ESPARGARÓ | Aprilia | +40.602 | |
11 | T NAKAGAMI | LCR Honda | +41.782 | |
12 | A FERNÁNDEZ | GasGas Tech3 | +42.028 | |
13 | J ZARCO | LCR Honda | +43.264 | |
14 | J MIR | Honda | +49.735 | |
15 | J MILLER | KTM | +55.966 | +16s |
16 | R FERNÁNDEZ | Trackhouse Aprilia | +1:23.322 | +16s |
17 | L MARINI | Honda | +1:52.386 | |
18 | Á MÁRQUEZ | Gresini Ducati | NC | |
19 | F BAGNAIA | Ducati | NC | |
20 | M VIÑALES | Aprilia | NC | |
21 | F QUARTARARO | Yamaha | NC | |
22 | M OLIVEIRA | Trackhouse Aprilia | NC |