Melhora do show × estúpido: pilotos divergem sobre corridas sprint na MotoGP 2023

A MotoGP caminha para adotar corridas sprint em todos os fins de semana de 2023, mas os pilotos estão preocupados quanto à diminuição dos treinos e também com a parte física e mental, como Francesco Bagnaia e Aleix Espargaró. Contudo, há quem acredite que vale a pena experimentar a mudança, como é o caso de Jack Miller

O plano da MotoGP de introduzir a partir da temporada 2023 corridas sprint nos fins de semana deixou o grid dividido. A informação foi divulgada pela revista inglesa Autosport e deve ser confirmada na coletiva de imprensa que acontece neste sábado (20), na Áustria, com o CEO da categoria rainha, Carmelo Ezpeleta, o presidente da IRTA (Associação Internacional de Motociclismo), Hervé Poncharal, e o presidente da FIM (Federação Internacional de Automobilismo), Jorge Viegas.

A corrida extra, mais curta, valeria metade dos pontos, o que resultaria na redução dos treinos livres e também do warm-up. Atualmente, a MotoGP conta com três sessões livres de 45 minutos, realizados entre sexta-feira e a manhã de sábado. Antes da classificação, os pilotos realizam mais um treino livre, de 30 minutos, que precede Q1 e Q2, de 15 minutos cada. Na manhã de domingo, o warm-up tem duração de 20 minutos.

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MotoGP considera mudar formato e acrescentar corridas sprint à programação em 2023 (Foto: Yamaha)

O principal argumento contra a mudança é justamente o quanto a diminuição dos treinos prejudicaria o trabalho das equipes em buscar o acerto ideal nos fins de semana, como pontuou Aleix Espargaró. “Não gosto da ideia. Não acho que seja o ideal. Respeito total à Superbike [que tem corridas sprint em seu formato de fim de semana], mas isso aqui não é Superbike, é MotoGP.”

“Temos muita aerodinâmica, muitas coisas, muitos engenheiros, portanto é difícil achar uma boa configuração. Com o sistema atual, TL1, TL2 e TL3 já são uma classificação. Em alguns momentos, é muito difícil encontrar um bom acerto, como, por exemplo, se chover aqui [no Red Bull Ring]. Se eles reduzirem nosso tempo e tivermos de correr no sábado, acho complicado. Amo corridas, odeio testes de inverno, mas não acho que seja uma boa solução”, avaliou o vice-líder da temporada.

Fabio Quartararo não poupou palavras e disse que colocar uma corrida extra no sábado é uma ideia “estúpida”. “Acho estúpido. Não sei, acho que corrida é domingo. Não sei por que faríamos algo no sábado. E, sinceramente, eles não nos consultaram. E acredito que todos se preparam muito para ter uma boa corrida no domingo”, declarou o líder do Mundial.

LADO A LADO
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Francesco Bagnaia levantou também a questão da preparação física dos pilotos, que já disputam um calendário de 20 corridas. O representante da Ducati afirmou que ouvir a comissão de segurança antes seria o ideal. “Às vezes, temos corridas como Austin, que já é muito exigente mental e fisicamente, então ter duas corridas lá é bem difícil.”

“Ano após ano, colocando novas corridas no calendário, é sempre mais difícil, não só fisicamente, mas também mentalmente. Portanto, ter mais todas essas corridas talvez seja demais. Talvez possamos pedir uma redução [na quantidade de provas na temporada], já tentamos esse ano em alguma situação? É um pouco estranho começar um cronograma totalmente do zero, para mim”, completou Pecco.

Há, porém, quem olhe com bons olhos para a ideia, como é o caso de Joan Mir. Na visão do piloto da Suzuki, o formato com uma corrida a mais, ainda que curta, ajuda na melhora do show, e o argumento vai ao encontro de uma pesquisa feita pela Dorna Sports com o público da MotoGP. “Acho que será melhor para o show. Mais corridas significa mais entretenimento, mais do que a classificação. Eu gosto de correr, gosto de fazer ultrapassagens e tudo mais, mais do que um treino livre. Não tenho problema com isso, só temos de entender se será bom para nós”, declarou Mir.

Jack Miller também é do time a favor da corrida sprint no fim de semana da MotoGP. O australiano ainda brincou sobre a chance de marcar mais pontos, dizendo que é “um grande fã” do formato. “Por que não tentar? Acho que a corrida sprint lançará um elemento extra, onde será tudo ou nada. Metade dos pontos vão fazer os pilotos arriscarem mais, e você não precisa se preocupar com pneus, combustível, ou mesmo com a condição física. Por que não dar uma chance e reavaliar ao final do ano. Será uma adição incrível, e é algo que os fãs querem”, finalizou.

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