MotoGP anuncia adoção de corridas sprint em todas etapas da temporada 2023

Mesmo com a opinião dividida dos pilotos, FIM (Federação Internacional de Motociclismo) e Dorna, a promotora do Mundial de Motovelocidade, vão seguir adiante com a proposta de alterar o formato do fim de semana e introduzir uma corrida mais curta em todos os sábado do calendário 2023

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A MotoGP vai passar por uma grande mudança de formato na próxima temporada. Apesar da posição dividida entre os pilotos, que foram pegos de surpresa com a proposta de mudança, FIM (Federação Internacional de Motociclismo), IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corrida) e Dorna, a promotora do Mundial de Motovelocidade, confirmaram neste sábado (20), na Áustria, a implantação de corridas sprint em todas as etapas da MotoGP em 2023.

A mudança, que é a primeira grande alteração no formato do fim de semana da classe rainha desde a adoção do atual sistema de classificação, em 2013, é resultado de uma pesquisa online conduzida pelo campeonato com fãs. O questionário trazia uma pergunta especifica sobre provas de tiro curto.

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Corridas sprint serão realizadas na tarde de sábado (Foto: Divulgação/MotoGP)

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Após os treinos livres deste sábado, coube ao presidente da FIM, o português Jorge Viegas, anunciar a mudança. O mandatário reforçou que a ideia é melhorar o show e deixou claro que a proposta não é seguir a Fórmula 1, já que, diferente do que acontece na elite do automobilismo, onde as corridas sprint estão restritas a três etapas na temporada, na motovelocidade isso acontecerá em todas as etapas.

“Vamos introduzir uma corrida sprint em cada fim de semana de GP, sábado à tarde”, anunciou Viegas. “Depois de dois anos de pandemia e grandes sacrifícios para manter este campeonato vivo, precisamos agora de mais visibilidade e mais espectadores. Precisamos aumentar o show, de mais fãs para também dar visibilidade ao sábado”, justificou.

“De início, já temos tudo. Há coisas para discutir ainda, mas, certamente, a corrida sprint vai contar pontos, porém não vai determinar a ordem do grid [para a corrida de domingo]”, indicou. “Temos de olhar para frente, senão ficaremos para trás. Somos um esporte a motor, e não podemos permitir que isso aconteça”, defendeu.

Apesar das comparações com a Fórmula 1, o formato aproxima a MotoGP do Mundial de Superbike, que hoje vai ainda mais longe, já que consiste em rodas triplas. A série das motos de produção conta com duas corridas tradicionais e uma prova Superpole, que é a versão sprint.

No entanto, no caso da MotoGP, o grid de largada não será definido pela prova de tiro curto. A classificação continuará definindo a grelha de partida das corridas. A FIM confirmou, ainda, como será o sistema de pontuação da corrida sprint, que premiará os nove primeiros da seguinte forma: 12 pontos para o vencedor, nove para o segundo colocado, sete para o terceiro, seis para o quarto e, daí em diante, um ponto a menos até chegar ao piloto que cruzar a linha de chegada em nono, que somará um ponto na corrida curta. Hoje, a MotoGP pontua os 15 primeiros colocados, com o vencedor recebendo 25 pontos e o 15º, um.

O horário da prova foi definido para as 15h locais e haverá um procedimento de grid de 15 minutos. As corridas sprint terão cerca de 50% da distância total da corrida de domingo, mas a MotoGP reforçou que o regulamento para a prova será o mesmo usado nos GPs principais.

Com as mudanças, o sábado da MotoGP ficou da seguinte forma: uma sessão de treino livre de 30 minutos pela manhã (semelhante ao TL4 atual, que acontece antes do Q1), com Q1 e Q2 acontecendo na sequência. A tarde fica livre, então, para a realização da sprint. Quanto aos domingos, permanecem da mesma forma, com a prova principal em conjunto com as etapas da Moto2 e Moto3.

Apesar da disponibilidade de Carmelo Ezpeleta, diretor-executivo da Dorna, Viegas, e Hervé Poncharal, presidente da IRTA, em responder perguntas, detalhes sobre o novo formato só foram revelados horas após o anúncio, em comunicado oficial enviado à imprensa. Na coletiva, muitas perguntas foram direcionadas ao fato de os pilotos terem ficado muito desconfortáveis por saberem da mudança pelos jornalistas.

Ezpeleta alegou que a responsabilidade de repassar mudanças no campeonato aos competidores é das equipes, mas, uma vez que soube que eles não estavam cientes, aproveitou a reunião da Comissão de Segurança, que acontece todas as sextas-feiras, para conversar com eles.

Poncharal, que é o representante das equipes, justificou que muitas equipes não conversaram com os pilotos, pois eles estão trocando de times no próximo ano. A própria Tech3, da qual o francês é chefe, pode passar por uma mudança total, com a substituição de Remy Gardner e Raúl Fernández por Pol Espargaró e um segundo piloto ainda a ser definido.

“Os pilotos devem ser informados, mas as equipes são mais importantes. Ontem na comissão de segurança, conversei pessoalmente com alguns pilotos, não foi uma conversa difícil, mas, antes de tudo, as equipes tinham de ser informadas. No geral, os times estão de acordo e são a favor da proposta das corridas sprint”, disse Ezpeleta. “Acho que não existe uma competição tão próxima como a nossa, com os pilotos sendo informados de tudo. Sempre há disputas, muitas vezes os pilotos pensam por si mesmos e olham para pontos diferentes. Nosso dever é ouvir a voz dos pilotos, mas tomar as decisões certas no fim”, alegou.

Durante a entrevista, Ezpeleta se irritou ao ser questionado por um jornalista sobre uma ideia ressuscitada por Fabio Di Giannantonio sobre a necessidade de criar uma associação de pilotos. O dirigente insinuou que se tratava de uma invenção da imprensa, já que a relação entre pilotos e campeonato nunca esteve melhor.

Esta, porém, não é a primeira vez que os pilotos levantam a necessidade de uma associação que fale em nome deles, como é o caso da GPDA (Associação dos Pilotos de GP, em tradução livre), que existe na Fórmula 1. Meses atrás, quando a Speed Up demitiu Romano Fenati na Moto2, os pilotos manifestaram o incômodo como a maneira como eles podem ser dispensados sem maiores problemas, mas estão sempre presos a contratos dos quais não podem se livrar.

Além disso, as fábricas são representadas pela MSMA (Associação das Fábricas de Motocicletas Esportivas) e as equipes pela IRTA, mas não existe uma associação de pilotos. Di Giannantonio já até se antecipou e elegeu um presidente: Andrea Dovizioso, que está para se aposentar.

A classificação da MotoGP para o GP da Áustria, no Red Bull Ring, está marcada para este sábado, às 9h10 (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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