MotoGP cumpre objetivo e entrega equilíbrio e imprevisibilidade no início de 2024

O GP das Américas viu diferentes pilotos e montadoras na briga pela vitória, conquistada por Maverick Viñales, da Aprilia. Na busca para reduzir o domínio da Aprilia, a MotoGP dá os primeiros sinais de equilíbrio e empolgou o público mais uma vez em 2024

A MotoGP viveu uma grande temporada em 2023, mas muitos espectadores ficaram incomodados com o domínio da Ducati, mesmo com a interessante disputa entre Francesco Bagnaia e Jorge Martín pelo título até a última etapa. Em 2024, no entanto, em apenas três provas a classe rainha do Mundial de Motovelocidade já mostra um equilíbrio mais e novos protagonistas na disputa.

A Ducati segue como a melhor moto do grid, isso é inegável, tanto que venceu duas corridas principais — Bagnaia no Catar e Martín em Portugal —, além de uma sprint. O que vemos até aqui, porém, é o crescimento de Aprilia e KTM, especialmente com Maverick Viñales e Pedro Acosta. Os dois, ao lado de Marc Márquez com uma defasada Gresini Ducati, embaralharam as disputas.

Se antes tínhamos poucos pilotos como favoritos em um fim de semana, hoje temos muitos. Por mais que Viñales tenha feito pole e vencido a sprint em Austin, ninguém esperava que o espanhol fosse capaz de vencer o GP das Américas com facilidade. E, de fato, não houve porque caiu da pole para 11º na largada e precisou fazer uma intensa prova de recuperação.

No fim do ano passado, a MotoGP anunciou mudanças nas regras de concessões para montadoras. Promotora do campeonato, a Dorna venceu a queda de braço e conseguiu fazer as mudanças de que precisava para ajudar Yamaha e Honda, as duas lanternas do Mundial de Construtores do ano passado, mas KTM e Aprilia também ganharam benefícios enquanto a dominante Ducati foi limitada a testes e wild-cards, por exemplo.

Pedro Acosta e Maverick Viñales brigaram pela vitória nos EUA (Foto: Red Bull Content Pool)

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A ideia era afastar o temor de uma saída de Yamaha e Honda da competição e ajudá-las a alcançar o nível competitivo das demais, algo que ainda não aconteceu, mas já serviu para KTM e Aprilia embolarem um pouco a disputa com a Ducati, dando o mínimo de emoção entre diferentes montadoras nas primeiras posições. É bem verdade que o posicionamento das equipes será revisto a cada seis meses, mas o modelo atual já parece ter funcionado e a grande corrida em Austin foi a prova.

Ao longo da etapa americana, foram quatro líderes diferentes: Martín, Acosta, Marc Márquez e Viñales. Além deles, Bagnaia e o companheiro Enea Bastianini sempre estiveram entre os primeiros colocados e de olho em uma oportunidade para aproveitar. No fim, o premiado foi o piloto da Aprilia, que conquistou a primeira vitória com a montadora italiana e ainda alcançou o histórico feito de conquistar ao menos uma prova com três marcas diferentes na MotoGP.

“Não tenho palavras. Foi muito difícil chegar aqui, sofri muito e minha família sabem bem todo o esforço que tive para ser recompensado. Pela manhã, tive um problema com a embreagem e a equipe não sabia se funcionaria bem. Me concentrei no ritmo, sabia que o pneu médio seria bom. Às vezes, faço mágica e hoje foi um desses dias”, destacou Maverick Viñales em entrevista à emissora DAZN.

“Isso é um jogo, mas fora disso tudo há muito sacrifício e muitas noites cheias de ensamentos. Por isso, momentos assim merecem todo o esforço. Na largada, estava convencido de que chegaria à frente na primeira curva, mas o Pedro Acosta saiu muito bem e o Pecco Bagnaia me tocou. Quando me concentrei, voltei a ficar tranquilo porque seriam 20 voltas e precisaria passar um por volta. Isso me permitiu não cometer erros, foi paciência e consistência”, acrescentou.

Ainda líder do campeonato, Jorge Martín terminou a corrida na quarta posição, mesmo liderando boa parte das voltas. Com o pneu macio traseiro perdendo rendimento nas últimas voltas, foi engolido pelos rivais e ainda reclamou das dificuldades apresentadas pela Pramac em Austin.

“Foi uma corrida muito dura fisicamente, mas talvez melhor do que esperava porque em outros anos sofri mais nessa pista. Foi complicado, os rivais estavam bem. No começo, com Pedro Acosta, sofri muito para ultrapassar e errei logo depois de conseguir. Estou feliz com o resultado, no geral, porque somamos mais 20 pontos, mas está claro que precisamos trabalhar e melhorar porque o quarto lugar não é onde queremos estar”, pontuou o espanhol.

A largada do GP das Américas de 2024 (Foto: Red Bull Content Pool)

Pecco Bagnaia terminou a corrida em quinto e claramente irritado com o fraco desempenho no circuito americano. “É algo que que precisamos entender. O [Jorge] Martín estava muito rápido e algo o impediu de brigar pela vitória. Enea [Bastianini] teve muitos problemas no fim de semana, mas na corrida foi muito veloz”, analisou.

“O estranho é que nos testes tudo foi fabuloso. Depois, na corrida do Catar, tivemos muitos problemas apesar da vitória. A única coisa que me preocupa é a rapidez para resolver. Não adianta nervosismo, temos uma equipe fantástica que vai encontrar e resolver o problema. Voltaremos a ganhar de todos”, completou Pecco.

Ainda é cedo para dizer que o campeonato da MotoGP será tão equilibrado e imprevisível até o fim, mas as três primeiras etapas do calendário já mostraram que não apenas a Ducati é capaz de brigar por vitórias e que outros pilotos vão embolar as disputas que vimos até o ano passado. Depois do show no GP das Américas, só nos resta sonhar com outras etapas iguais.

MotoGP volta a acelerar entre 26 e 28 de abril, com o GP da Espanha, em Jerez, para a quarta etapa do campeonato de 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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