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MotoGP indica alta competitividade, mas calor preocupa para GP da Espanha

Depois de muita espera, a MotoGP finalmente foi para a pista na temporada 2020. Sob um forte calor, sexta-feira (17) teve todo o grid separado por só 1s380

Marc Márquez  (Foto: Red Bull Content Pool)

Marc Márquez (Foto: Red Bull Content Pool)

 

Com 133 dias de atraso, a MotoGP começou a temporada 2020 nesta sexta-feira (17), primeiro dia de treinos livres para o GP da Espanha. Em pleno verão europeu, a classe rainha encontrou temperaturas elevadas em Jerez de la Frontera, mas uma coisa não mudou: a competitividade do grid.

Passadas as duas primeiras sessões livres no traçado andaluz, os 22 pilotos que compõem o grid ficaram separados por 1s380. Para efeito de comparação, no ano passado, quando os treinos foram realizados nas ligeiramente mais amenas temperaturas de maio, o pelotão completo ― que tinha 24 pilotos por conta da presença de dois convidados ― estava separado por 2s989 ― embora, é bom lembrar, o último lugar fosse de Hafizh Syahrin, hoje despachado de volta à Moto2.

A alta competitividade, porém, não chega como surpresa. Afinal, foi justamente isso que foi visto na pré-temporada. A preocupação, porém, é com as altas temperaturas. A previsão é de máxima de 37°C no sábado e 36°C no domingo.

Marc Márquez caiu, mas cravou o melhor tempo do dia (Foto: Red Bull Content Pool)

Apesar de ter sofrido um pouco na pré-temporada, Marc Márquez começou o ano com o pé direito, com o topo da tabela de tempos. O espanhol cravou 1min37s350 e fechou o dia com 0s024 de vantagem para Maverick Viñales, o segundo na tabela.

Para esta temporada, como a evolução foi congelada por conta do corte de gastos resultante da pandemia do novo coronavírus, a Honda optou por utilizar a mesma carenagem da temporada passada.

“Não podemos arriscar colocando uma aerodinâmica nova, pois só temos uma mudança”, disse Márquez.

Apesar de ter sofrido uma queda neste primeiro dia de treinos enquanto testava novo chassi, o #93 se mostrou satisfeito, especialmente por ter ritmo para brigar com Viñales, Fabio Quartararo, Francesco Bagnaia, Jack Miller e Andrea Dovizioso, que considerou os melhores do dia.

“Estou feliz mais uma vez hoje. Foi ótimo começar oficialmente a temporada 2020 e me senti realmente bem nesta manhã, começando com a base que encontramos na quarta-feira. Aí, na tarde de hoje, começamos a experimentar um pouco, tentando algumas ideias e usando o tempo de maneira diferente”, explicou. “Me senti competitivo. Nossos rivais são rápidos, mas me sinto bem. Tivemos uma pequena queda hoje, porque a temperatura da pista é realmente alta, o que deixa o asfalto escorregadio. Escapei um pouco e talvez precise praticar a salvada a cotovelo de novo. Foi só o segundo dia depois de uma longa pausa! Mas eu consegui seguir pilotando a moto, então foi realmente uma queda pequena”, comentou.

“As sensações são muito boas, muito parecidas com as de 2019. A característica principal da moto segue existindo, o faz com que seja uma moto muito crítica, fácil de cair”, apontou. “Mas, em termos gerais, estou contente, pois, mesmo provando coisas, estou no nível de ritmo do Quartararo e do Viñales, que talvez sejam os que fizeram um pouquinho de diferença, embora também tenham pilotos como Bagnaia ou Miller e até mesmo Dovizioso”, apontou.

Maverick Viñales saiu animado da sexta-feira em Jerez (Foto: Yamaha)

Estreante na MotoGP, o caçula Álex Márquez fez seu primeiro treino oficial e, assim como o irmão, também sofreu uma queda sem consequências físicas. O #73 fechou o dia com o 17º tempo, 0s862 atrás do #93.

“As quedas são parte da vida de um piloto. Nesta tarde, cometi um erro e por isso fui ao chão. Não foi nada”, minimizou Álex. “Nos treinos livres de hoje, não estava testando nada. Eu me concentrei apenas em ter um bom ritmo, buscar volta a volta para ser o mais competitivo na corrida de domingo. Agora é hora de aprender e, para qualquer novato, pessoas como Marc são as melhores. Neste caso mais, porque temos a mesma moto”, comentou o espanhol, que seguiu o irmão pela pista nos treinos desta sexta.

0s024 mais lento que Marc, Viñales se mostrou bastante animado com a performance da YZR-M1 neste primeiro dia em Jerez, mas também alertou para o desgaste por conta do calor.

“Foi um bom dia. A sensação que tenho na moto e também com o time é incrível. Esta manhã foi incrivelmente boa, a moto estava fantástica! Também estou feliz, pois trabalhamos bem nesta tarde. Encontramos muitas coisas para a corrida, principalmente positivas”, comentou. “Na verdade, estou muito entusiasmado, porque na última saída eu fiz bons tempos de volta, que foram feitos perto do fim da vida útil do pneu, e ainda assim fui rápido”, seguiu.

“Com certeza, ainda temos de melhorar, mas ainda me sinto pronto. É muito importante classificar bem amanhã. Julgando pelos tempos de ataque nesta manhã, os tempos de classificação serão rápidos, mas nosso foco principal segue sendo a corrida”, frisou. “Encontramos um bom ritmo hoje tanto de manhã quanto de tarde, mas o problema é que a temperatura é muito alta ― esta é uma pista muito exigente, estamos trabalhando o tempo todo ―, então é muito duro. Também é muito difícil para a moto e os pneus, então será uma corrida interessante. Temos de seguir trabalhando duro para melhorar, especialmente nas altas temperaturas do TL4 de amanhã”, completou.

Companheiro de Yamaha, Valentino Rossi saiu muito menos animado. 13º no combinado dos treinos, o #46 sofreu com a aderência do pneu traseiro, mesmo problema que o assombrou na temporada passada.

Dovizioso e Petrucci encontraram uma boa maneira de se refrescarem (Foto: Reprodução/Ducati)

“Foi um dia difícil. A manhã já não foi fantástica, mas de tarde piorou. Estou com dificuldade com a aderência na traseira, porque, no calor, nós sofremos muito. De manhã está mais fresco, então é um pouco melhor. De tarde, nós perdemos muito”, relatou Valentino. “Precisamos trabalhar e melhorar o equilíbrio da moto para sermos mais competitivos. Sinceramente, não sei como vamos melhorar isso, mas temos de encontrar algo, porque amanhã de manhã será importante tentar ficar no top-10 e ir direto ao Q2”, ponderou.

Destaque em 2019 e na pré-temporada, Fabio Quartararo perdeu 20 minutos do TL1 por causa de uma punição, quando as condições de pista permitiam um ritmo melhor. Assim, acabou em 15º, 0s8 atrás do líder.

“Sofri no treino da manhã, mas na parte da tarde tinha um bom ajuste da moto e me senti ótimo. O ritmo estava bom no calor, o que é bom já que a corrida vai ser mais ou menos no mesmo horário do segundo treino”, disse o #20. “Viemos para cá com uma nova moto em comparação ao ano passado, não corremos desde a pré-temporada e é por isso que sofri bastante nesta manhã. Precisamos ir passo a passo fazendo melhorias, mas estou realmente ansioso para amanhã, onde podemos trabalhar no nosso ritmo de ataque para a classificação. Estou confiante”, resumiu.

Dono do quinto melhor tempo, Joan Mir fez um balanço positivo da atuação da Suzuki neste primeiro dia, mas ressaltou a preocupação com o calor.

“Estou muito contente com o dia. De manhã, com uma brisa e pneu novo, sabíamos que poderíamos rodar mais rápido. O tempo nos colocou na frente. A temperatura de tarde era um inferno e não dava para baixar o tempo. É difícil melhorar nessas condições”, justificou. “Fazia muito calor e é difícil controlar a moto. É difícil para todo mundo por causa das condições, não só com a nossa moto. Vamos todos sofrer nessas condições, inclusive fisicamente. Correr 35 voltas com este calor é desumano”, considerou.

Ainda, o jovem piloto considerou que a Suzuki é uma das candidatas à vitória no fim de semana.

“Eu me vejo bastante bem em termos de ritmo. Álex [Rins] e eu temos um ritmo parecido. Custa menos fazer a volta. Largar na frente será importante. Ninguém conseguiu fazer 25 voltas seguidas e tenho certeza de que seremos mais lentos”, declarou. “Maverick está um pouquinho melhor em termos de ritmo. Fabio não dá para descartar. E Marc também estará na briga. Depois dos três, entramos nós. São com esses que teremos de lutar. Teremos de fazer uma boa classificação. As últimas voltas serão decisiva”, garantiu.

O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do GP da Espanha, segunda etapa do Mundial de Motovelocidade 2020.

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