No ‘estilo Dovi’, Márquez tira espinha da garganta e ‘afaga’ japoneses com match-point em Motegi

Marc Márquez lançou mão do ‘jeito Andrea Dovizioso de fazer as coisas’ para vencer um duelo na última curva com o rival da Ducati e, enfim, tirar a espinha que tinha entalada na garganta pelas derrotas anteriores. Agora com 77 pontos de frente na classificação da MotoGP, o #93 ainda afaga os japoneses com o primeiro match-point em Motegi

Marc Márquez X Andrea Dovizioso está se convertendo em um clássico da MotoGP. Aparentemente eternamente em alta, o #93 agora tem no italiano um rival a altura, mas, desta vez, escolheu as cartas certas para driblar o #4 na hora decisiva e vencer a moto do momento na curva final do GP da Tailândia deste domingo (7).
 
Dono da pole, Márquez tentou jogar com as melhores armas que tinha. Focado em conservar o equipamento no forte calor tailandês ― com a pista beirando os 50°C ―, o #93 evitou forçar o ritmo no começo da disputa e tratou de reservar forças para o terço final. A estratégia, porém, era tão certeira que foi a mesma de todo mundo, inclusive de Dovizioso. Assim, a decisão só podia mesmo vir na derradeira volta.
A rivalidade entre Márquez e Dovizioso ficou na pista (Foto: Repsol)
Márquez, entretanto, tinha um porém nessa disputa: nos confrontos diretos anteriores, a Ducati tinha levado a melhor. Desta vez, seria preciso uma estratégia diferente.
 
Bom aluno, Marc optou por adotar o ‘estilo Dovizioso’ e preparou uma armadilha para a volta final, passando o rival na curva 5 e lançando mão de um drible na curva 12 para apostar na aceleração da RC213V e assegurar que cruzaria a meta com 0s115 de frente.
 
“Foi difícil, especialmente quando você sabe que, no passado, em todas as últimas voltas com pilotos da Ducati, sempre perdeu”, disse Márquez à emissora espanhola Movistar. “Tirei a espinha [atravessada na garganta]. Fiz um ‘estilo Dovi’. Ele tinha me vencido três vezes desta maneira”, recordou. 
 
“Não encarei a última curva com 100% de confiança, porque tinha perdido todos os duelos com a Ducati. Logicamente, isso me afeta um pouco”, reconheceu. “Mas, nas últimas quatro voltas, vi tudo vermelho e deu certo”, ponderou.
 
O companheiro de Dani Pedrosa ressaltou, entretanto, que tinha outra ideia para a corrida em Buriram.
 
“Honestamente, a minha estratégia era outra, era tentar forçar quando estivesse faltando oito ou dez voltas mais ou menos, mas não pude, pois o ritmo de Dovi era bom”, comentou. “Eu consegui talvez ser um pouco mais rápido do que ele, mas não consegui ultrapassá-lo, porque o meu pneu dianteiro estava superaquecendo e eu não conseguia parar bem a moto na freada. Por isso, tentei atacar antes da última freada para tentar esfriar um pouco o pneu dianteiro, mas Dovi foi realmente inteligente e me ultrapassou rapidamente todas as vezes”, reconheceu. 
 
“Aí pensei: ‘Ok, vamos ver na ultima volta’. Tentei dar tudo, esqueci o campeonato, esqueci de tudo e só dei meu máximo. A minha meta era tentar chegar na última curva na frente, porque, com três voltas para o fim eu estava atrás e tentei ultrapassar, mas não consegui parar a moto direito e ele me passou, então nós mudamos os papéis:  eu fiz o estilo Dovi e ele fez o estilo Marc. No fim, terminou bem para nós”, resumiu.
 
Segundo em Chang, Dovizioso avaliou que é difícil engolir a derrota, mas lembrou que, agora que o campeonato está praticamente terminado, o bom desempenho é um alento para 2019.
 
“Quando você chega na última curva com chances de vencer e aí perde, desce um pouco torto, você se arrepende um pouco das coisas que fez, mas esta pista não era favorável para nós. Nós sofremos muito nos testes e isso confirma que melhoramos muito durante a temporada, o que é muito positivo”, avaliou. “O segundo lugar de hoje é mais importante que o de Aragão, porque esta pista era mais difícil para nós. E a alegria de Marc significa que eles estão de olho em nós”, considerou.
 
“Neste momento, ele ganhou a batalha, mas agora nós somos mais rápidos nas brigas nas corridas”, pontuou. “Infelizmente, o Mundial já está quase acabado, então não estamos correndo pensando nisso. Nem Marc e nem eu. Isso tudo nos serve para o fim da temporada e para o próximo ano”, alertou.
 
 
“Eu senti durante todo o fim de semana, nos funcionários japoneses, que eles tinham uma motivação especial para ter a primeira bola do jogo diante do nosso chefão”, contou Marc. “Eu estava pressionando muito, eles também durante todo o fim de semana, mas se queremos ter uma chance de vencer o campeonato em Motegi, precisamos melhorar em duas ou três áreas, porque a Ducati será muito forte lá”, frisou. 
 
“Eu fiquei atrás de Dovi muitas voltas e vi alguns pontos em que ele era muito, muito forte. Então, se quisermos vencê-lo em Motegi, temos de melhorar nesses pontos para sermos mais rápidos ou não será possível”, garantiu.
 
Ciente de suas parcas ― para não dizer nulas ― chances de reverter o jogo, Dovizioso se limitou a ressaltar que a Desmosedici é “muito forte” no circuito de propriedade da Honda.

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