Pierer Industrie evita insolvência. Futuro da KTM ainda depende de audiência

Dona indireta da KTM, a Pierer Industrie AG conseguiu evitar a insolvência após um processo de reestruturação. Futuro da KTM, porém, ainda depende do desfecho de uma audiência agendada para 25 de fevereiro

Pouco a pouco, o futuro do Grupo Pierer começa a se definir. A Pierer Industrie AG, que é dona indireta da KTM, conseguiu evitar a insolvência após passar por um processo de reestruturação. O futuro da marca cujo nome completo é Kronreif Trunkenpolz Mattighofen, contudo, ainda depende de uma audiência marcada para a próxima semana.

A Pierer Industrie AG é dona de uma fatia de 50,1% da Pierer Bajaj AG, que, por sua vez, é proprietária de 74,94% do Pierer Mobility AG, a dona da KTM. A Pierer Industrie AG é dona, também, de 80% da Pankl AG, um fornecedor automotivo.

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Na quinta-feira (20), os credores votaram o Plano Europeu de Reestruturação da Pierer Industrie AG na corte regional de Wels, na Áustria. O processo, que permite que companhias em risco de falência passem por um processo de reestruturação supervisionado pela justiça para tentar evitar a bancarrota, foi aplicado pela primeira vez no país desde a criação, em 17 de junho de 2021.

A Pierer Industrie AG optou pelo processo de reestruturação para quitar integralmente uma dívida de € 247,5 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão). A proposta era estender os prazos de pagamento em dois anos por meio da extensão de títulos vencidos e notas promissórias ao invés de liquidar o montante de forma imediata.

Futuro da KTM na MotoGP está ameaçado por causa das dívidas (Foto: Sophie Fleischer/KTM)

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Em cerca de uma hora de audiência, a proposta apresentada em 27 de dezembro do ano passado foi aprovada, marcando o fim do processo de reestruturação. Assim, 68,69% das as dívidas poderão ser pagas até 31 de dezembro de 2026 e o restante até 31 de dezembro de 2027.

A reestruturação da KTM e outras duas subsidiárias, porém, ainda depende de aprovação. O caso será tratado no próximo dia 25, na corte regional de Ried, quando os credores terão de votar se aceitam a proposta ou não. Segundo o administrador que cuida da reestruturação, se a oferta for rejeitada, a falência será a única alternativa.

O total das dívidas da KTM supera € 2 bilhões (aproximadamente R$ 12 bilhões), com 1.170 credores, incluindo bancos, fornecedores e pequenos comércios. Além disso, a empresa acumula 2.500 reivindicações de funcionários.

A lei austríaca exige um pagamento mínimo de 30%. Em meados de fevereiro, a KTM conseguiu melhorar a oferta aos credores, prometendo um pagamento em dinheiro até o fim de maio, ao invés de um processo de dois anos. Os fundos devem ser levantados por meio de novos donos, novos investidores e bancos, em um valor estimado de € 600 milhões (por volta de R$ 3,6 bilhões).

Em janeiro passado, o grupo Pierer Mobility anunciou uma troca de comando, com a saída de Stefan Pierer, que estava à frente dos negócios desde 1992, e a chegada de Gottfried Neumeister.

Além disso, a KTM tenta retomar a produção no próximo mês, mas o isso pode não acontecer a depender do resultado da audiência em Ried. Para encerrar a paralisação, de acordo com a agência ORF, a empresa precisa de € 150 milhões (em torno de R$ 898,4 milhões).

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