Pódio de Pol Espargaró é tão importante para Honda quanto vitórias de Marc Márquez

Mudar de equipe nunca é fácil nos primeiros momentos, seja na MotoGP ou qualquer outra categoria do esporte a motor. Exige readaptação, aprendizado e muita paciência. Depois disso, os pontos positivos e negativos são analisados. É o que vive Pol Espargaró em 2021, apesar do pódio conquistado no GP da Emília-Romanha, em Misano.

Depois de quatro temporadas, Pol Espargaró deixou a KTM e começou a temporada 2021 com uma equipe. Na Honda, tinha a missão de recolocar a montadora japonesa no topo após o tropeço colossal sofrido em 2020. Por um tempo, o desafio parecia que seria sozinho com toda a indefinição sobre o futuro da carreira de Marc Márquez.

Enquanto o hexacampeão mundial se recuperava da grave lesão no braço direito, Pol testava no Catar e fazia as duas primeiras corridas, sempre acompanhado do piloto de testes Stefan Bradl. Os resultado eram discretos, muitas vezes acompanhados de frustração. Nos últimos anos, muito se discutiu sobre a moto da Honda ser moldada para Márquez, favorecendo pouco os demais pilotos. Espargaró parecia mais um competidor fadado a falhar com a RC213V.

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Ainda bem que os resultados não aparecessem com frequência, Espargaró era presença constante na zona de pontuação, mas sempre distante do ainda instável Márquez. A reação apareceu quando menos alguém esperava. No GP da Grã-Bretanha, uma surpreendente pole-position para colocar-se novamente em posição de brigar pelas primeiras posições.

Depois de fazer uma grande temporada em 2020, brigando muitas vezes por pódios e vitórias, Pol parece ter perdido esse toque em 2021. Por isso, a pole em Silverstone foi tão importante. Na corrida, por mais que não tenha sustentado o primeiro lugar por muito tempo, esteve na disputa pelo pódio durante todo o tempo e terminou em quinto lugar. Pronto, parecia a virada esperada no campeonato. Não aconteceu.

Depois do bom desempenho no circuito inglês, a falta de consistência voltou a aparecer, com resultados modestos em Aragão, Misano e Austin. Enquanto isso, o companheiro Márquez chegava duas vezes no pódio e até conquistava uma vitória. Pol perdeu o ritmo e viu o colega de garagem crescer.

Na Emília-Romanha, poucos esperariam algo de Espargaró, mas a quarta posição no grid chamou a atenção. Na corrida, foi discreto, mas escapou dos vários incidentes para acompanhar o companheiro de equipe e formar uma dobradinha em Misano, conquistando assim o primeiro pódio como piloto da Honda.

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“Significa muito romper essa barreira do pódio aqui na Honda, é um alívio. Corri um super risco na minha carreira no ano passado [ao deixar a KTM] e, honestamente, todo mundo viu que eu estava com muita dificuldade durante o ano. Mas é super legal finalmente conquistar este resultado. Pelo ego, é bom para mim como piloto, mas é importante para o time, que tem trabalhado imensamente”, afirmou após a prova.

Um pódio pode parecer pouco, mas é um passo enorme para um piloto que tanto sofre com dificuldades com a moto, muitas vezes até de confiança com o equipamento. Mais do que isso, Pol mostrou-se integrado ao mundo da Honda, como se quisesse provar que é digno de estar ao lado de Márquez na montadora japonesa. Após o resultado na Emília-Romanha, elogiou o esforço do time nos últimos meses.

“Vocês não viram esses caras trabalhando enormemente no passado. Já disse que nos tempos de Covid em que estive com uma fábrica europeia, sei como eles estavam trabalhando e era com tudo mesmo na época em que a Covid estava atingindo fortemente a Europa. Mas, como vocês sabem, os japoneses levam super a sério a segurança, mais seriamente do que os europeus e, com certeza, tiveram mais dificuldades na era da Covid do que as fábricas europeias”, comentou.

Depois de uma complicada mudança de equipe, Espargaró pode finalmente considerar uma evolução na Honda. A transição na KTM também foi complicada, muitas vezes sem glórias, mas o espanhol ajudou a colocar os austríacos no caminho de pódios e vitórias. Agora, com a ajuda de um dos maiores da história, pode repetir o feito na Honda. Para a montadora japonesa, é a chance de ver dois pilotos andando em alto nível, como há muito tempo não vemos.

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