Teste é importante, mas Aprilia precisa se empenhar para pôr Dovizioso de vez na moto

Hoje sem vaga, o italiano vai testar a RS-GP no mês que vem em Jerez de la Frontera. Mas mesmo que o feedback seja importante, melhor seria ter o três vezes vice-campeão ao lado de Aleix Espargaró de vez

Assista aos melhores momentos do GP do Catar de MotoGP (Vídeo: GRANDE PRÊMIO com Reuters)

Assim que anunciou que Andrea Dovizioso vai testar com a equipe em abril, a Aprilia viu nascer rumores de que o italiano vai assumir o lugar ao lado de Aleix Espargaró ainda durante a temporada 2021 da MotoGP. E a verdade é que a casa de Noale deveria mesmo trabalhar com afinco para tornar esse boato realidade.

É verdade que este não seria um bom cenário para Lorenzo Savadori, mas tampouco é bom para ele estar na moto quando Massimo Rivola, chefão da Aprilia, declara ao vivo que “infelizmente” na existe um plano de substituí-lo por Dovizioso.

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Andrea Dovizioso foi três vezes vice-campeão com a Ducati (Foto: Ducati)

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Não é um exatamente um segredo que Savadori é só uma espécie de tapa buraco. Mesmo que tenha algum talento ou qualidade que justifique a vaga, o fato é que Lorenzo não tem currículo para estar onde está. A trajetória dele é absolutamente discrepante das dos demais colegas de MotoGP.

Dos 22 pilotos da classe rainha, 12 são campeões mundiais, somando 30 títulos entre eles. Além disso, 19 deles somam vitórias em ao menos uma das classes do Mundial de Motovelocidade. Ou seja, é um grid forte e plenamente capacitado.

Lorenzo, por outro lado, soma passagens por 125cc, Copa do Mundo de MotoE e três GPs na MotoGP no ano passado. Mas não tem poles, vitórias, pódios, nada. Logo, não é difícil concluir que não faz muito sentido que seja ele a estar montado no protótipo italiano.

É bom lembrar, porém, que a Aprilia sofreu toda sorte de rejeição no ano passado. Cal Crutchlow preferiu a aposentadoria (e o cargo de piloto de testes da Yamaha), Dovizioso optou por ficar a pé e Marco Bezzecchi, Joe Roberts e Fabio Di Giannantonio preferiram ficar na Moto2. Só que existia também a opção de Bradley Smith, que foi descartado ainda em dezembro embora tenha um currículo bastante mais expressivo.

Mas porque é que alguém que rejeitou a Aprilia deveria ser agora tratado como prioridade? Primeiro por que Andrea não estava completamente errado em recusar a chance de guiar a RS-GP. Vindo de três vices mundiais, o italiano de Forli julgou que merecia algo melhor do que uma marca que quase não fez progressos desde que retornou à MotoGP.

Só que o mais importante é que a Aprilia precisa de Andrea. Aleix Espargaró é um excelente piloto, já fez ótimos trabalhos de desenvolvimento ao longo da carreira, mas não pode levar a Aprilia sozinho nas costas como tem feito até aqui. Faria bem para o catalão ter alguém para dividir a carga de responsabilidade e, mais ainda, alguém para também pressioná-lo na pista.

A forma exibida pela Aprilia na pré-temporada foi suficiente para despertar o interesse de Dovizioso de ao menos conhecer a moto. Agora, a Aprilia precisa tentar convencer o experiente piloto a aceitar voltar à ativa já neste ano.

Para Savadori, pode restar uma vaga como piloto de testes. Muito embora a história recente do esporte esteja aí para mostrar que ele tampouco tem currículo para isso. É só ver o caso de Dani Pedrosa e KTM.

É verdade que foi a própria Aprilia que se meteu nesta confusão. Mas está mais do que na hora de a montadora italiana aproveitar que conseguiu atrair o interesse de alguém competitivo e dar um considerável passo à frente para avançar de vez na MotoGP.

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