Comerciantes de BH denunciam agressão de seguranças da Stock Car: “Começaram a bater”

Os comerciantes Geraldo Magela Batista Ferreira e Aline Lopes Martins decidiram procurar a Polícia Civil para denunciar seguranças que trabalham no ‘BH Stock Festival’, etapa da Stock Car que acontece em Belo Horizonte (MG) neste final de semana, por agressão. Os dois são donos de dois restaurantes que ficam nas proximidades da pista montada na capital mineira e, segundo eles, foram impedidos de chegar até os estabelecimentos para trabalhar durante a manhã desta quinta-feira (15). Após discutirem com funcionários do evento, Aline teria sido jogada no chão e agredida por duas seguranças mulheres, enquanto Geraldo foi imobilizado por outro segurança e impedido de socorrer a esposa.

Vídeos que circulam nas redes sociais flagraram o momento da confusão. Em um deles, Aline é filmada no chão, imobilizada por duas seguranças. Ela tenta se soltar, mas é impedida por alguns minutos. O GRANDE PRÊMIO apurou que a vítima sofreu ferimentos no rosto, pescoço e pernas. Abalada e ferida, ela foi levada para um hospital da região e, em seguida, faria exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) para registrar a ocorrência.

Um dos vídeos foi gravado pelo caixa da churrascaria, Pablo Vagner Pereira da Silva, que trabalha no local há um ano e meio. Segundo ele, o local foi totalmente fechado e os seguranças ignoraram o pedido para a abertura da passagem para a chegada de clientes e funcionários. 

“Eles [proprietários dos restaurantes] pediram para abrir a passagem porque precisam ter acesso ao local para atender os clientes. Os seguranças não abriram e negaram o pedido para chamar a coordenação [do evento]. Por isso, os donos tentaram entrar, mas empurraram um tapume contra o rosto da Aline e começaram a bater nela. Só acabou quando a Guarda Civil Municipal chegou”, contou. “Nosso movimento caiu muito, não estamos conseguindo vender. Estamos atendendo apenas o pessoal do evento. Realmente atrapalhou demais”, completou o funcionário.

Arthur Philip, de 39 anos, sócio das unidades e filho de Geraldo, afirmou que mais de 60 funcionários das lojas tiveram a passagem dificultada pelos prestadores de serviços da Stock Car.

“Tentamos fazer alguns contatos com os organizadores, mas eles nunca nos deram uma real situação sobre o evento. Na última semana, começaram a fechar tudo. Colocaram muros na frente das nossas lojas e fecharam até para os funcionários. Perdemos faturamento, o movimento caiu no chão. É uma batalha todo dia e fazem isso”, afirmou.

A Stock Car enfrentou dura resistência para realizar uma inédita corrida nas ruas de Belo Horizonte neste ano. Ativistas, moradores do entorno e membros de laboratórios de pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) protagonizam uma intensa batalha contra a etapa na capital mineira praticamente desde o anúncio do evento, no fim de 2023 — quando a cidade assinou acordo de cinco anos com a categoria. O caso chegou aos tribunais, mas a Justiça rejeitou o pedido do MPF (Ministério Público Federal) para suspensão e permitiu a realização da etapa.

O GRANDE PRÊMIO acompanhou todo o imbróglio e publicou reportagem sobre o caso. Dias depois, o jornalista Bernardo Castro, que faria a cobertura in loco, foi descredenciado por conta da publicação do texto factual. A atitude da categoria foi repudiada pelo GP.

A reportagem do GRANDE PRÊMIO entrou em contato com os organizadores do evento, mas ainda não teve resposta. O espaço está aberto e será atualizado no surgimento de novas informações.

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