Críticas a novo regulamento apontam que fã da Stock Car esqueceu algo importante: pandemia
As redes sociais da Stock Car foram inundadas por críticas ao novo modelo de corridas, com rodada dupla e provas mais curtas. Mas o motivo principal apontado foi que tal regra prejudica o fã que vai para a arquibancada - algo que não deve existir em 2021...
Na última segunda-feira (22), a Stock Car anunciou alterações em seu regulamento para a temporada 2021 – a principal sendo o novo modelo de rodadas duplas, com corridas mais curtas, de 25 e 20 minutos. Os pilotos, direcionados por suas equipes ou não, têm se posicionado de maneira favorável ao modelo – se não pelo tamanho das provas, ao menos pela questão do dinamismo e da emoção que, possivelmente, a regra vai dar ao campeonato.
Mas até aí, tudo bem: gostando ou não, os pilotos precisam ir para a pista e disputar o campeonato, seja qual for o regulamento. Mais curioso é esperar a reação dos fãs da Stock Car nas redes sociais – o que, no mundo atual, serve como parâmetro para quem manda na categoria, já que não há público nas arquibancadas.
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E esse último detalhe é o mais importante.
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Não há torcida nos autódromos e nem há previsão de que isso ocorra. O motivo é óbvio: há uma pandemia rolando no mundo e o Brasil é quem pior cuida do seu povo, com mais de 3 mil mortes por dia. Um absurdo, mas não são palavras no GRANDE PRÊMIO que vão mudar a mente dos negacionistas.
Mas é curioso como as redes sociais da Stock Car são inundadas por este assunto em toda e qualquer postagem: quando a temporada está em andamento, qualquer foto ou vídeo divulgado vem automaticamente acompanhado da resposta: “Vai ter torcida na próxima?”. Não, meu caro, obviamente que não.
Agora, com a divulgação das mudanças para 2021, e as corridas mais curtas, o entendimento era até fácil: com transmissão em TV aberta, na Band, o espaço precisa ficar mais dinâmico, ser melhor aproveitado, manter o público com o televisor ligado no canal. É possível que etapas da Stock Car coincidam com GPs da Fórmula 1 (aconteceria no próximo domingo, inclusive, não fosse o adiamento da etapa do Velopark em razão, veja só, da pandemia), o que pode diminuir o tempo disponível no canal.
Mas, claro, não: no Instagram e no Facebook, a categoria foi alvo da mesma questão de sempre: que a mudança é errada pois prejudica quem vai ao autódromo. Como sempre, esquecendo que ninguém vai ao autódromo. Esquecendo da pandemia.
“Imagina o público pagar o ingresso para ver corrida de 25 e 20 minutos. Que tristeza”. Ou “Dá para entender a necessidade de adaptar o formato pra TV aberta, mas aí não estão pensando no público que vai ao autódromo, 45 min. divididos em duas corridas é sacanagem com quem paga o ingresso”. Ou ainda “Os torcedores (quando puder) pagam ingresso, chegam bem mais cedo para pegar lugar bom, ficam na expectativa, para um eventinho que dura um tempo de um jogo de futebol?”.
Nenhum destes lembra que 1) não há público no momento; 2) muito possivelmente o regulamento foi pensando exatamente para um ano sem público? E que pode ser alterado para uma duração maior quando a torcida for liberada novamente – e vacinada -?
No Facebook, nada muito diferente: “Com esse tempo de corrida espero que os valores de credenciais diminuam também!”. Que credenciais? “Infelizmente não terei mais interesse em ir assistir pessoalmente as corridas das Stock com esse tempo”. Que bom – afinal, todos deveríamos ter apenas o interesse em nos cuidar, ficar em casa e cobrar auxílio do governo.
Pessoalmente, o autor deste texto também não curtiu o tempo de prova. Se estivesse nos autódromos, como gostaria, cobrindo a categoria, passaria por uma correria absurda para noticiar tudo aqui no GP. Mas não é o caso. Por que o brasileiro tem memória curta? Sabe-se lá. Mas a Stock Car, por mais erros que cometa, desta vez não o fez – e deu a cara à tapa, mostrando certa coragem.
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