Fernandes reitera que investidores do Engavest não pagaram pela compra da Caterham

Tony Fernandes disse que só tinha a obrigação de passar as ações da Caterham para o Engavest quando dívidas com credores e funcionários da equipe fossem quitadas pelos novos donos

Por enquanto, é a palavra de um contra o outro. Depois que o grupo de investimentos Engavest reclamou que não recebeu legalmente de Tony Fernandes o comando da Caterham, o fundador da equipe divulgou um comunicado reforçando o que já havia postado em sua conta no Twitter na noite de quarta-feira: não recebeu.

Fernandes disse que, ao acertar a venda da escuderia, em junho deste ano, colocou como condições que os compradores quitassem as dúvidas com os credores e pagassem os salários dos funcionários — tanto os débitos pré-existentes quanto os posteriores.

“Nosso acordo era muito claro: não havia obrigação legal de transferir as ações as ações a não ser que certas condições fossem atendidas”, declarou o empresário.

E, de acordo com o magnata malaio, dono da companhia aérea Air Asia e do clube Queens Park Rangers, time da liga inglesa de futebol, essa é a razão pela qual ele não entregou a titularidade das ações para o grupo representado por Colin Kolles.

Tony Fernandes alega que não foi pago pelos novos donos da Caterham (Foto: Caterham)

“Em junho de 2014, eu decidi, junto dos meus sócios, a vender minha participação na Caterham. Concordamos de boa fé em vender as ações para uma companhia suíça chamada ‘Engavest’ desde que o Engavest assumisse o pagamento dos credores existentes e futuros, incluindo os funcionários”, afirmou em nota.

“A continuidade do pagamento dos funcionários e dos credores era tão importante para mim que garanti que as ações não fossem ser transferidas para os novos compradores a não ser que eles cumprissem com essa condição. Infelizmente, Engavest falhou ao cumprir com qualquer uma das condições no acordo, e a Caterham Sports Ltda. teve de ser colocada sob administração judicial por um banco, com grandes quantias sendo devidas a vários credores”, disse.

“Essas condições não foram atendidas. Nossos advogados pediram várias vezes que o Engavest as cumprisse, mas eles não cumpriram. Se você concorda em comprar um negócio, deve pagar suas contas. Eles infringiram esse compromisso e agora, infelizmente, são outros, como os empregados e os fãs da Caterham que vão sofrer se o time deixar de correr. Eu sinceramente espero que esse não seja o caso e que uma solução possa ser encontrada”, acrescentou.

Diretor-executivo do Grupo Caterham — sob a gestão de Fernandes , Graham MacDonald disse que os novos donos “não só falharam em pagar os credores — e inclusive deixaram para os nossos acionistas pagarem alguns credores em seu nome —, mas eles não nos pagaram nada pelo uso da fábrica ou da marca”.

“Resumindo, os novos donos não nos pagaram nada, e agora que administradores foram indicados, eles querem fugir de suas responsabilidades”, completou.

Nesta quinta-feira (23), os funcionários se depararam com portões fechados ao chegarem à fábrica de Leafield para dar expediente. Apesar disso, o administrador Finbarr O’Conell vê esperança e diz que a Caterham “ainda não acabou”.

Todo-poderoso do Mundial de F1, Bernie Ecclestone falou que está “tentando ajudar a resolver” a crise na Caterham.

Os novos proprietários da escuderia também estão enfrentando processos trabalhistas de 28 ex-funcionários, que alegam demissão injusta. No início do mês, a esquadra recebeu a visita de oficiais de justiça, que apreenderam vários itens do time.

Análise: Agonia da Caterham mostra que
F1 não tem mais espaço para aventureiros

Gene Haas que se cuide. A F1 não é nada simpática com as equipes pequenas do grid. A Caterham, que começou como uma aventura do magnata malaio Tony Fernandes, está melancolicamente indo para o buraco.

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