‘Setor G’: Alonso expressa literalmente em Interlagos o que fez nestes anos todos de Ferrari: apagar incêndio

Fernando Alonso foi a imagem do dia nesta sexta-feira (7) em Interlagos. O fogo que quase consumiu seu carro no fim do TL2 revela um pouco da triste fase que a Ferrari e o próprio piloto estão tendo de lidar neste ano

Que Mercedes que nada. A história do primeiro dia de treinos livres em Interlagos tem como protagonista a dupla Fernando Alonso/Ferrari. O espanhol foi apenas o sétimo na tabela de tempo, 0s999 atrás da Mercedes de Nico Rosberg. Ou seja, fosse um dia normal, o bicampeão não passaria de um coadjuvante na atual fase, mas hoje virou o foco principal da sessão, mas não por um bom motivo.

No fim do segundo treino livre, o asturiano vinha abrindo mais uma volta rápida, quando o seu motor apresentou problemas — a unidade já estava no fim de sua vida útil, e o time mais ou menos sabia que falhas poderiam surgir, por isso o dano não vai comprometer o fim de semana. A parte traseira começou a pegar fogo, forçando o piloto a encostar perto da mureta no meio da Reta Oposta. Alonso saltou do carro, pegou um extintor e tratou de apagar as chamas.

Ferrari de Alonso é retirada após motor pegar fogo (Foto: AP)

De fato, não é a primeira vez que o espanhol precisa apagar incêndios na Ferrari. Responsável nos últimos anos pelos melhores resultados da equipe italiana na F1, Fernando assumiu o papel de ‘porta-voz’, aquele que sempre tem uma palavra de otimismo, que crê na melhora e responde aos questionamentos mais polêmicos.

Mesmo nos momentos mais difíceis, como na ordem de equipe na Alemanha em 2010, o bicampeão segurou a onda. Nunca se voltou contra a equipe propriamente. Nem quando perdeu os títulos de 2010 e 2012. E nem esse ano, quando a coisa começou a pegar. Mas agora parece que o fogo, mais do que parte da F14T, consumiu também o ânimo do piloto. Por isso, a imagem foi tão emblemática e revelou muito da decepção que virou Maranello.

A equipe italiana não evoluiu mais uma vez. Não saiu do lugar, e essa é a verdade. O tão falado planejamento não deu certo, a unidade de força não correspondeu a contento, o projeto do carro idem. Os dois pilotos lutaram o ano inteiro com um modelo errático e pouco competitivo. Foram apenas dois magros pódios, ambos com Fernando. A última vitória foi há mais de um ano.

O bicampeão usou a palavra frustração para definir a temporada. Disse, inclusive, que nem um GP caótico pode ajudar a Ferrari a entrar em uma briga pela ponta. “Não estamos nesse nível”. A frase, dita na penúltima etapa do Mundial, diz muito.

Embora tenha contornado hoje o fogo na F14T, não será mais de Alonso a tarefa de devolver a equipe a uma posição de destaque na F1. "O time precisa de uma motivação nova", disse o espanhol ontem. Talvez mais que isso.

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