Alfa Romeo se transforma em equipe zumbi e deixa terra arrasada para chegada da Audi

Com saída da F1 marcada para o fim da temporada 2023, a Alfa Romeo entrou no piloto automático e vai, cada vez mais, se afastando de qualquer disputa. Atual pior equipe do grid, o time italiano vai deixando para a Sauber e, consequentemente, para a Audi, um cenário devastador

Uma equipe de saída da F1 é, quase sempre, a receita para o fracasso e, com a Alfa Romeo, não tem sido diferente. Ainda que tenha dado alguns sinais de força na primeira metade de 2022, que tenha parecido promissor na pré-temporada de 2023, o time italiano já se transformou em uma espécie de equipe zumbi e, hoje, apenas cumpre tabela no grid. O resultado? Despencou no pelotão.

E, sinceramente, não há qualquer sinal de que esse panorama irá virar. As declarações dos membros da equipe cada vez mais ganham tons de conformidade com a derrota e, no fim das contas, não tem mesmo muito como imaginar algo diferente de uma Alfa Romeo que vai deixar o grid da F1 dentro de alguns meses e já pensa no próximo passo, no WEC.

O cenário é o seguinte: a Sauber vai dar lugar à Audi na temporada 2026, com o novo regulamento de motores. Até lá, é um time em transição, uma equipe que vai viver à espera do momento de virada de chave, de mudança de donos. Em 2024 e 2025, pelo menos, vai atuar mais próxima de alguns dirigentes da esquadrã alemã, mas, para 2023, enfrenta um impasse, já que ainda tem a aliança com a Alfa Romeo vigente.

Guanyu Zhou melhorou ou Valtteri Bottas piorou? (Foto: Alfa Romeo)

Então, o que se vê atualmente é a mistura perfeita para o caos: basicamente três forças diferentes mandando numa mesma equipe em que ninguém é exatamente o comandante. Deu para entender? Pois é, difícil mesmo. Ontem era Alfa Romeo, amanhã é Sauber, depois de amanhã é Audi e hoje, na prática mesmo, não é nada.

Em 2022, a equipe viveu duas fases do campeonato bem contrastantes. Depois de um começo muito promissor em que parecia real postulante à quarta força, despencou, somou bizarros 4 pontos do GP do Canadá para frente e só ficou em sexto pela inoperância das rivais.

O problema é que 2023 virou uma continuação daquilo. Agora sem Frédéric Vasseur, que foi para a Ferrari e com Alessandro Alunni Bravi como um total tampão no comando do time, são 6 pontos em cinco etapas e, esticando para o ano passado, 10 nas últimas 18 provas. São quase duas corridas para anotar 1 pontinho. É aproveitamento de décimo ou, forçando muito, nono lugar no Mundial de Construtores. Há ainda um Andreas Seidl ali que, bem ou mal, está só de consultor e nem pode se mexer direito. Enfim, confusão total.

A Audi confirmou a entrada na F1 a partir da temporada 2026 e já prepara o teste do motor (Foto: John Thys/AFP)

Colocada à mesa a zona total nessa espécie de ‘governo de transição’ que opera na Alfa Romeo/Sauber/Audi, é preciso também colocar na conversa os pilotos, como não? Se Valtteri Bottas foi peça fundamental para o sucesso inicial do time em 2022, sua decadência é também chave para o fracasso da equipe da metade do ano passado para cá.

“Nossa posição final reflete onde estamos no momento, e devemos seguir trabalhando para melhorar. Nosso foco tem de ser dar esse passo extra para que sejamos competitivos novamente”, explicou Valtteri após mais uma prova sem pontos, em Miami.

Valtteri parece sem força, sem motivação, sem ganas. Em classificação, seu antigo ponto forte, sua sangue para chegar a um Q3 esporádico. Em corridas, raramente se mete no grupo dos dez primeiros. Hoje em dia sequer dá para cravar que lidera a equipe, por exemplo.

E isso é um enorme problema porque o companheiro do experiente finlandês é Guanyu Zhou. Bom garoto, bacana, esforçadíssimo, mas é, certamente, um dos três piores do grid atual da F1. Então, a Alfa Romeo não tem um jovem alcançando um veterano porque está em crescimento, mas porque o mais velho regrediu.

Para quem sonhava com top-4 em 2022 e teve lá seus momentos de interessantes na pré-temporada de 2023, a Alfa Romeo hoje parece que largou de mão e vai se arrastando até o fim de sua passagem na F1. O cenário para a Sauber em 2024 é de terra arrasada e a Audi já vai ter de pegar o time suíço pelo braço ano que vem. Ou vai ter uma terrível experiência quando chegar, de fato, em 2026.

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