Alpine destaca apoio da alta cúpula e diz não estar à venda na F1: “Temos projeto”

Chefe da Alpine, Bruno Famin refuta possibilidade de venda, mesmo que constantes mudanças e mais investimento não impactem nos resultados

Bruno Famin, chefe da Alpine, afirmou que não passam de boatos os rumores de que a equipe esteja à venda na Fórmula 1, mesmo com fracos resultados no início da atual temporada. O dirigente destacou alguns pontos para minimizar o assunto, como garantir ter apoio da alta cúpula e um projeto de longo prazo.

A Alpine tem passado por constantes mudanças desde junho de 2023, quando a Renault venceu 24% das ações da equipe para três grupos de investimentosOtro Capital, RedBird Capital Partners e Maximum Effort, que pagaram € 200 milhões [cerca de R$ 1,1 bilhão] pelo montante, após avaliarem o time em € 900 milhões [aproximadamente R$ 5 bilhões].

Um mês após a injeção financeira, Laurent Rossi foi demitido do cargo de diretor-executivo da Alpine, poucos dias antes de diversas pessoas em cargos diretivos, como Otmar Szafnauer, Alan Permane e Pat Fry, então chefe da equipe, diretor-esportivo e executivo-técnico, respectivamente — nesse período que Bruno Famin assumiu a liderança do time.

A temporada 2024 começa com a Alpine tendo atuação vergonhosa no GP do Bahrein, quando largou na última fila e terminou a corrida em 17º e 18º, com Esteban Ocon e Pierre Gasly, respectivamente. Junto da saída de Matt Harman, diretor-técnico, e Dirk de Beer, chefe de aerodinâmica, a Alpine promoveu outra mudança e dividiu as atribuições da diretoria técnica em três pilares: desempenho, aerodinâmica e engenharia, com Ciarom Pilbeam, David Wheather e Joel Burnell assumindo às responsabilidades, respectivamente.

Bruno Famin é o chefe da Alpine (Foto: Alpine)

Com mais dinheiro e diversas mudanças, a Alpine continuou patinando e ainda não marcou pontos nesse ano. Longe do resultado ideal e com a Andretti mantendo o interesse em entrar na Fórmula 1, os rumores de venda crescem, o que é fortemente refutado por Famin.

“Nós temos um projeto de verdade com a Alpine. Há um plano para desenvolver o reconhecimento de marca Alpine de maneira global no automobilismo e, em particular, na Fórmula 1”, disse.

“Temos total apoio da alta cúpula, a equipe não está à venda. Continuamos em frente para alcançar nossos objetivos. Todos sabem que o desafio não é fácil. É muito difícil, temos muito respeito aos nossos concorrentes. Para brigar na frente, temos de subir o sarrafo e melhorar nosso nível”, completou.

Famin, no entanto, admitiu que a Alpine está muito distante do objetivo na Fórmula 1, que é lutar por vitórias — que não vem desde a Hungria 2021, quando Esteban Ocon venceu a corrida. O dirigente francês vê nesse período ruim uma chance de fortalecer a equipe.

Em 2024, Alpine tem brigado para não ser a pior equipe (Foto: AFP)

“Não tem sido um momento divertido. Não estamos onde gostaríamos, nosso projeto não é para terminar em 15º ou 16º. Queremos chegar mais à frente. Pretendemos desenvolver o carro para brigarmos por pódio e vitórias o mais rápido possível”, assumiu.

“Na história da equipe, antes chamada de Renault, riam de nós no início do projeto, lá na década de 1970. Estivemos unidos nesses momentos e seremos assim agora. Todo mundo tem altos e baixos. Estamos em baixa, mas vamos usar isso como oportunidade para sermos fortes o mais rápido que pudermos e fazendo as mudanças necessárias para alcançar os objetivos”, continuou.

A Alpine iniciou a temporada 2024 ainda pior do que foi ano último ano, quando brigava por pontos e conquistou pódios com Ocon em Mônaco e Gasly em Zandvoort. Sobre isso, Famin se exibiu de culpa e responsabilizou a liderança antiga.

“O carro que temos é resultado de gestões anteriores, mas é importante o que estamos fazendo agora. Estou feliz com o que sido executado. Claro, o caminho é longo e há muito a progredir”, disparou.

Esteban Ocon, assim como Pierre Gasly, tem desempenho aprovado pela Alpine (Foto: Alpine)

Os resultados ruins também fazem a dupla de pilotos ser questionada, mas o chefe da Alpine apontou que a parceria com Ocon e Gasly tem sido bastante frutífera. “Estamos satisfeitos com nossos pilotos e eles estão contentes conosco. Nos falamos regularmente e vemos o que podemos fazer no futuro. Existe um plano forte e uma visão mais ampla”, declarou.

“Existe um projeto, não precisamos convencê-los a ficar. Quero aproveitar e agradecê-los, pois estamos em uma posição difícil. Não é o começo de temporada que gostaríamos, porém aprecio a forma que eles têm sido construtivos com a equipe. Não apenas na comunicação à imprensa, mas internamente. Estamos tentando achar soluções e ambos têm sido muito úteis”, prosseguiu.

A unidade de potência Alpine é utilizada apenas pela equipe e não possui acordos para ganhar uma cliente para fornecimento. Para a temporada de 2026, a categoria terá um novo regulamento para carro e motores, o que faz Famin olhar com bons olhos para o futuro. O dirigente considera vantajoso ser um fabricante daqui dois anos.

“Há um ponto forte para 2026, pois somos montadora, desenvolvemos a unidade de potência. Estamos no caminho certo e podemos otimizar tudo”, finalizou.

Fórmula 1 volta entre os dias 19 e 21 de abril, para o GP da China, retorno da etapa ao calendário pós-pandemia, com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.

:seta_para_frente: Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
:seta_para_frente: Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.