Classificação na Áustria iguala forças e promete duelo quente entre Red Bull e Ferrari

A classificação para a sprint da F1 na Áustria viu uma interessante mistura de forças entre a Red Bull e a Ferrari. Apenas 0s082 separam o top-3 do grid em uma pista que também divide os pontos fortes das duas ponteiras. Além disso, a disputa deve ganhar eventualmente um outro elemento: a Mercedes pela primeira vez teve ritmo de classificação suficiente para encarar as rivais

Lewis Hamilton perdeu o controle no miolo do circuito Red Bull Ring e provocou acidente no Q3 da classificação do GP da Áustria (Vídeo: F1)

A primeira parte do episódio ‘Áustria’ da temporada 2022 da F1 foi marcada por um grato equilíbrio entre as duas principais forças do grid. Ainda que a Ferrari detenha o posto de ‘classificadora’ do campeonato, a Red Bull soube bem dar o bote no fim. Na verdade, foi mérito exclusivo de Max Verstappen – que acertou o terceiro setor para tirar a pole-position das mãos de Charles Leclerc. A reles diferença de 0s029 traduz bem o cenário para a sprint deste sábado (9) – importante acrescentar aqui que Carlos Sainz ficou a só 0s082 do holandês. Então, é possível afirmar que, neste momento, não há favoritos à vitória na prova curta que vai definir a ordem de largada do GP da Áustria.

E essa percepção é corroborada por alguns elementos. O primeiro deles tem a ver com a natureza do circuito que leva o nome da empresa de energéticos da F1. O caso é que o traçado atende aos pontos fortes de ambas as equipes. A velocidade de reta, bem como as curvas de baixa são ao gosto do RB18, enquanto curvas de alta e a demanda por um cuidado maior dos pneus caíram como uma luva para a F1-75. Ainda, é essencial mencionar que a diferença de velocidade final entre taurinos e italianos é de apenas 1 km/h (319 a 318). Portanto, a corrida de 24 voltas tende a ser um enorme teste sobre quem saber usar melhor aquilo que tem nas garagens.

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Diante de arquibancadas lotadas, Verstappen criou uma vantagem importante para si, embora entenda que, para que tudo funcione ao final da sprint, é preciso ter uma largada livre de drama. “Foi uma classificação acirrada no final, essa pista é muito desafiadora. Não há tantas curvas, mas as que se tem são bastante complicadas e suscetíveis a erros”, afirmou o campeão do mundo, que precisou lançar mão de uma condução cirúrgica no trecho final de sua volta derradeira para derrotar Leclerc, que ocupava a primeira colocação com parciais particularmente impecáveis.

“Normalmente, a classificação não é o nosso ponto mais forte, então espero fazer uma primeira curva limpa e ir bem daí em diante. Tudo pode acontecer, mas estou confiante no carro que temos”, completou.

A Ferrari, por sua vez, ratificou a impressão geral de equilíbrio e entende que o ponto dissonante está nos detalhes. “O principal aspecto deste fim de semana é que ele é muito longo. Efetivamente, é uma corrida de 400 quilômetros, dividida em duas partes. Vimos que nosso potencial existe e começamos com o pé direito. Agora, nós aqui na pista e nossos colegas em Maranello podem esperar por um desafio realmente interessante”, explicou Laurent Mekies, diretor-esportivo da escuderia italiana.  

“A diferença para nossos rivais é mínima, então se quisermos reverter o resultado de hoje, o menor detalhe pode fazer a diferença. Faremos o nosso melhor para garantir que nossos pilotos tenham tudo que eles precisam para extrair ainda mais performance de seus carros”, completou.

Charles Leclerc vai dividir a primeira fila com Max Verstappen (Foto: Ferrari)

E Leclerc fez apenas um adendo à visão de sua empregadora: é fundamental ter um fim de semana sem problemas. “Já são cinco corridas em que tive o desastre ao meu lado. O que espero agora é uma corrida limpa para que possamos, finalmente, marcar os pontos que merecemos”, destacou o monegasco.

Há também um terceiro elemento que não pode ser descartado. Pela primeira vez, a Mercedes mostrou um ritmo de classificação mais próximo ao das duas primeiras equipes da tabela. É bem verdade que a sessão desta sexta-feira acabou de forma amarga para octacampeã, mas é certo dizer que nem tudo está perdido. Os carros prateados apresentaram boa velocidade de reta e, se a pista não tem curvas longas, os trechos de média e alta fizeram bem ao manhoso W13. As atualizações da esquadra alemã seguem rendendo e agora parece existir uma chance real de avançar ao longo do fim de semana.

Ainda que Lewis Hamilton e George Russell tenham danificado seus carros nos acidentes durante o Q3, há uma onda de otimismo dentro das garagens da Mercedes. Os sinais são promissores, mesmo em um circuito que não atende tão bem a todas as exigências do projeto.

“Não esperávamos ficar tão próximos como foi hoje. Isso é um grande sinal positivo da equipe, mas estou muito longe, então não sei o que é possível a partir daí, mas também temos uma corrida curta e rápida pela frente, então espero poder recuperar algum tempo perdido”, disse o heptacampeão, que larga da nona colocação.

A sprint da F1 terá 24 voltas, então a escolha de pneus tende a esclarecer um pouco mais sobre o ritmo de corrida de cada equipe para o domingo. Entende-se que o pneu médio possa ser a escolha dos protagonistas, mas há outro caminho tentador. “Hoje vimos apenas um leve desgaste no composto macio, o que pode torná-lo uma opção para a corrida de amanhã, em que os carros não devem fazer pit-stops e nem andar com carga total de combustível, o que reduz o estresse nos pneus”, explicou Mario Isola, o chefão da Pirelli, após a classificação.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do fim de semana do GP da Áustria de F1. No sábado, o segundo treino livre abre o dia às 7h30 (de Brasília, GMT-3). A corrida sprint larga às 11h30.

Minutos após Lewis Hamilton, George Russell também sofreu acidente no Q3 da classificação do GP da Áustria (Vídeo: F1)
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