Comitiva sai animada de reunião sobre Interlagos por “abertura de conversa” com prefeito. E foco está em manter traçado
Com a presença de Rubens Barrichello, Felipe Giaffone, Luciano Burti e Waldner Bernardo, presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, comitiva fez reunião na tarde desta terça-feira (5) na prefeitura de São Paulo, com o prefeito Bruno Covas. E saiu reforçando pontos positivos da conversa
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A questão é o Projeto de Lei 01-00705/2017, que aponta processo de privatização do complexo esportivo do qual faz parte o Autódromo José Carlos Pace e o Kartódromo Ayrton Senna. O projeto foi criado quando o prefeito da cidade ainda era João Dória, sendo tratado como prioritário pelo hoje candidato a governador, antes mesmo do início do seu mandato em 2017. Ele não garante, porém, a manutenção das atividades esportivas em caso de venda do complexo.
Doria chegou a falar que a "privatização era irreversível" antes de deixar o cargo. Em novembro passado, foi colocada em votação na Câmara de SP e foi aprovada com 37 votos favoráveis e 9 contrários. Ainda há, ao menos, mais uma votação com necessidade de ser realizada antes da sanção do prefeito.
O caso, claro, ganhou a atenção daqueles que utilizam o circuito paulistano. E o GRANDE PRÊMIO conversou com Bernardo, Barrichello e Burti sobre o encontro, que tinha como objetivo mostrar à prefeitura que o plano de privatização do autódromo não é o ideal. Segundo o presidente da CBA, o principal ponto foi explicar que uma concessão seria a melhor ideia para Interlagos.
Mais do que isso: o pedido é para que não só o kartódromo e a pistal principal sigam existindo, como também o traçado atual, independentemente do que ocorra com o autódromo em si. "A palavra que define a reunião é construção. Construção de uma solução esportiva, social e econômica. Mostrar o quanto Interlagos é importante não só do lado do automobilismo, mas também no econômico, para a cidade de São Paulo. Estamos construindo com o poder público uma solução para a manutenção de uma pista e uma solução para que tenhamos Interlagos por muitos e muitos anos", afirmou Bernardo.
Barrichello se disse satisfeito com garantia de que a pista será mantida. "A gente veio aqui para conversar, logicamente, sobre o autódromo. Muito com emoção, no meu caso, e de forma mais racional, econômico, financeiro (no caso do presidente). O importante é que a gente sai daqui muito contente, pois não temos nada definido, mas saímos com a certeza de que todo mundo está trabalhando para manter o autódromo", disse Barrichello. "Era isso que a gente queria: sair com essa coisa construtiva. O prefeito nos deu o parecer de que todo mundo quer manter o autódromo", seguiu.
Segundo o ex-piloto da Ferrari na F1, essa ideia também inclui reabrir Interlagos para o público: "Quando eu era moleque pegava minha bicicleta na saída da escola e ia passear no autódromo. Era aberto toda quinta-feira para passeio. São exemplos que podem ser revividos e a gente está pleiteando."
Sobre o projeto da prefeitura que prevê o fim do kartódromo e a manutenção da pista, o presidente da entidade que rege o esporte a motor no Brasil explicou que foi apresentado um procedimento que faz com que o processo do projeto seja mais demorado. "Existe o PIU (Projeto de Intervenção Urbana) de Jurubatuba (região na qual esrtá Interlagos), que define no primeiro momento como a área pode ser utilizada. Existe a apresentação, que foi para a primeira votação. Mas esses processos podem ser alterados. É isso que a gente quer entender, em conjunto com a prefeitura. Estamos aqui para defender a manutenção da pista de Interlagos, do kartódromo, mas entendemos que preciamos construir juntos uma Interlagos aberta ao público", explicou.
"É importante que a gente esteja alinhado", completou Barrichello. "Parou-se aquele negócio de um brigar com o outro, 'porque o Brasil não funciona'."
"É uma construção. Não existe nada definido, nada fixo. Trouxemos para cá nossa visão para constrbuir com o processo", finalizou o presidente.
Por fim, Burti afirmou que sentiu "conversa aberta" com a prefeitura, algo que a comitiva não tinha certeza que ocorreria: "Foram super abertos. Fomos bem recebidos. Óbvio, há toda uma questão política. Mas está bem encaminhado. Pode (ser resolvido com velocidade). Tem todo o passo a passo, mas pode haver uma mudança do que estava sendo entendido, e rapidamente."