Corrida sprint causa dor de cabeça para equipes e poucas melhorias em Ímola
Implementação da corrida sprint no GP da Emília-Romanha exclui um treino livre do final de semana, o que dificulta os testes das equipes — que, devido a isso, não devem trazer grandes evoluções em Ímola
A temporada 2022 da Fórmula 1 chega à sua quarta etapa no dia 24 de abril, com o GP da Emília-Romanha, e nenhuma das grandes equipes deu passos significativos à frente com a melhoria dos carros. Em um ano no qual os times precisam se adaptar ao teto de gastos novamente, o desafio logístico de entregar peças em territórios como Bahrein, Arábia Saudita e Austrália se torna mais complicado a cada uma das competidoras. E na estreia da Europa no calendário, em Ímola, é possível que a situação se mantenha a mesma.
Por um lado, a primeira prova europeia da temporada, na tradicional pista localizada nos arredores de Bolonha, poderia oferecer uma chance às equipes apresentarem melhorias a seus carros, já que a logística de transporte seria facilitada pela localização da disputa. Entretanto, o fato da etapa da Emília-Romanha hospedar a primeira corrida sprint da temporada altera esse cenário.
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As equipes terão apenas uma hora — no primeiro treino livre — para que testem suas novidades, o que certamente não ofereceria dados suficientes ao pit-wall para uma previsão correta das condições de corrida. Assim, o consenso é de que seria muito arriscado testar grandes modificações em um período no qual as novas partes não poderiam ser retiradas do carro.
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Vale lembrar que as equipes podem mexer nas configurações de seus monopostos até a classificação — incluindo a aerodinâmica e as próprias partes que constituem o carro. A partir daí, em regime de parque fechado, fica proibido a todos os competidores que façam alterações em seus bólidos — com a exceção de algumas poucas modificações, como a pressão dos pneus e a altura da asa dianteira.
Nem mesmo a Ferrari — que possui sua sede no país que hospeda o evento — pretende levar grandes atualizações à Ímola, como indicado pelo chefe Mattia Binotto. O italiano admitiu que seria impossível testar os componentes da forma ideal, já que as equipes vão iniciar o final de semana já pensando na classificação — que, em finais de semana com corrida sprint, acontece às sextas-feiras.
“Acho que será um fim de semana diferente em termos de trazer melhorias e tentar evoluí-las no treino livre de sexta, porque você precisa obviamente focar na classificação”, admitiu. “Se olharmos para nós mesmos, não haverá muito [a mudar] em Ímola. Acreditamos que não é o lugar certo”, falou.
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Enquanto a implementação das corridas sprint serve para atrair o público — que poderá assistir a duas provas no mesmo final de semana, ainda que uma seja mais curta —, as equipes acabam tendo suas possibilidades reduzidas e é provável que nenhuma delas leve grandes alterações à Ímola — justamente pelo fato de que não há tempo suficiente para testá-las na prática.
Isso não quer dizer, entretanto, que os carros na Emília-Romanha sejam exatamente iguais às da última corrida, na Austrália. As equipes pretendem levar algumas modificações menores, como a própria Ferrari, por exemplo, e também as irmãs Red Bull — que convive com a falta de confiabilidade do RB18 — e AlphaTauri — que também já abandonou duas vezes na temporada, uma delas antes mesmo da largada, e tenta reverter o cenário.
“Eu não diria [que estamos trazendo] um grande pacote [de mudanças]”, afirmou Christian Horner, chefe da Red Bull. “É tudo parte da evolução, mas é claro que sendo uma corrida sprint, você tem muito pouco tempo para avaliar essas coisas. Você tem um treino livre e já está na classificação, então precisa estar muito confiante sobre o que está colocando no carro”, explicou
O número de três corridas sprint da F1 no ano passado se mantém para 2022, com o GP de São Paulo sendo o único que vai receber a prova curta nos dois anos. Silverstone e Monza, que foram sedes das duas primeiras sprint races da história, foram substituídas por Ímola e Áustria.
Além disso, outra modificação feita para este ano envolve a pontuação distribuída: ao invés de apenas os três primeiros pontuarem como era feito até o ano passado, a F1 decidiu condecorar os oito melhores — o vencedor recebe oito pontos; o segundo, sete; e assim por diante, até um tento para o oitavo colocado.
Desta forma, a importância das corridas sprint decididamente aumentou, já que existe possibilidade maior de acabar sendo decisiva no título — o piloto que ganhar as três, por exemplo, somaria 24 tentos ao final da disputa.
É natural, portanto, esperar que as equipes não apresentem grandes modificações no GP da Emília-Romanha, primeira etapa europeia da temporada. É claro que pequenas alterações continuam sendo feitas, mas o limitado tempo para testes impede que grandes peças sejam implementadas com segurança. Assim, a expectativa fica para a corrida seguinte, justamente a estreia da F1 — em uma pista ainda desconhecida — na cidade de Miami.
Sem muitas mudanças específicas, qualquer mudança na ordem de forças virá apenas na base do setup preparado por equipes e pilotos. É justo pensar, então, que as dores de cabeça de Mercedes e Red Bull seguirão no modo ‘on’.
O GP da Emília-Romanha acontece entre os dias 22 e 24 de abril, em Ímola. Desde que o circuito retornou ao calendário da Fórmula 1 há dois anos, foram dois vencedores diferentes: Lewis Hamilton levou em 2020 e Max Verstappen triunfou no ano passado. Com os problemas de quique da Mercedes este ano e a pouca confiabilidade da Red Bull, que já abandonou duas corridas, existe a possibilidade real de que haja um terceiro vencedor diferente em 2022.
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