Empresário pede compensação por prejuízos com GP de Las Vegas: “Não precisamos da F1”
Empresários locais afirmam que por conta dos bloqueios e mudanças no trânsito para Las Vegas receber a Fórmula 1, vários clientes deixaram de fechar negócios em 2023, causando um prejuízo inesperado
A passagem da Fórmula 1 por Las Vegas no final da temporada 2023 ainda tem dado o que falar, e empresários locais garantem que o badalado evento deixou um impacto muito mais negativo do que positivo. Alguns, inclusive, cobram uma compensação pelas perdas que aconteceram durante a corrida.
As reclamações, na verdade, começaram muito antes dos carros acelerarem na famosa Strip, a principal avenida de Las Vegas. As obras realizadas ao longo de meses para que a região voltasse a receber a elite do automobilismo mundial alterou significativamente a rotina do moradores. As mudanças no trânsito transformaram uma simples ida ao trabalho num caos completo, sem contar com o bloqueio ao acesso de pontos turísticos como as fontes do Bellagio, para a montagem de arquibancadas.
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A repercussão ruim foi tão grande por conta da perturbação do cotidiano que o CEO do Liberty Media, Greg Maffei, teve de ir a público pedir desculpas à população. A promessa, no entanto, era de que a corrida de Fórmula 1 traria “algo em torno de US$ 1,7 bilhão (R$ 83,6 bilhões, na cotação atual) em receitas para a área, então não será benefício apenas para os fãs que querem assistir à corrida”.
Só que o saldo não foi bem assim. O portal LVSportsBiz.com conversou com alguns gestores da cidade de Nevada e ouviu declarações enfáticas sobre o que a categoria realmente significa para os locais.
“Não precisamos da F1, a F1 precisa de nós”, bradou o empresário Wade Bohn, indo além: “Queremos ser compensados pelas perdas que ocorreram devido a tudo o que a F1, o município e a LVCVA (agência governamental que cuida do marketing na cidade) fizeram.”
Bohn forneceu números para corroborar a afirmação de que teve prejuízos. O proprietário explicou que teve uma receita de US$ 8,5 milhões (R$ 41,5 milhões) em 2022, mas o número caiu para metade em 2023: US$ 4,2 milhões (R$ 20,5 milhões). A perda, segundo ele, foi resultado da ação da F1 na área, que dificultou o acesso de clientes ao seu negócio.
“Acreditamos que o condado é responsável. Eles estão usando o dinheiro dos contribuintes para trazer a F1 para a cidade. Quando a F1 foi apresentada ao condado, prometeram que não seriam um obstáculo, que fariam parte da comunidade”, continuou Bohn. “O que eles fizeram foi entrar, rasgar tudo, fazer a corrida e dar o fora… Se isso [a perda de negócios] acontecer novamente no ano que vem [2024], estarei 100% falido”, frisou.
Randy Markin, que também possui negócios em Las Vegas, endossou o coro contra a F1. “Nós, como comunidade, fomos enganados, fomos enganados. Isso nunca aconteceu antes. Simplesmente saiu do controle”, encerrou.
O LVSportsBiz.com informou que várias empresas buscaram representação conjunta para requerer compensação da Fórmula 1.
O fim de semana em Las Vegas foi cercado de controvérsias, a começar pelo show de abertura, que contou com vários artistas de renome da música, como Kylie Minogue, Keith Urban e John Legend. A pompa da festa e a forma como os pilotos foram apresentados fez o público remeter à franquia Jogos Vorazes. Max Verstappen foi um dos que não economizaram nas críticas.
Para piorar, logo nos primeiros dez minutos do TL1, uma tampa de bueiro se soltou e fez um estrago no carro de Carlos Sainz, suspendendo a atividade e atrasando o início da seguinte em mais de duas horas. A demora foi tanta que os torcedores tiveram de ser retirados das arquibancadas para facilitar a logística de liberação das estradas ao amanhecer. A corrida de domingo, contudo, foi uma grata surpresa, com boas disputas no traçado de rua.
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