F1 estuda nova estrutura de gerenciamento de prova após polêmicas do GP Abu Dhabi

Com o objetivo de afastar qualquer possibilidade de uma repetição das decisões controversas do GP de Abu Dhabi, a F1 planeja agora uma administração diferente para as corridas a partir de 2022

A Fórmula 1 segue tentando entender o que aconteceu na definição do campeonato 2021 e como evitar que as controversas decisões da direção de prova no GP de Abu Dhabi se repitam no futuro. A maior das categorias estuda neste momento uma nova estrutura de gerenciamento das corridas, um sistema de apoio para quem comanda a disputa. A informação está em uma reportagem da emissora inglesa BBC.

O Mundial vem vivendo semanas de tensão desde o encerramento da temporada passada, que coroou Max Verstappen como campeão. A corrida em Yas Marina foi marcada por uma série de decisões contraditórias do diretor Michael Masi, que agora está no olho do furacão. Todas as atitudes, especialmente nas voltas finais da prova, estão sob investigação. Ainda, Lewis Hamilton se calou após a derroa sofrida na pista árabe. O inglês liderava a corrida e tinha nas mãos o oitavo título mundial, quando os procedimentos feitos sob o safety-car final acabaram por lhe tirar a chance. O heptacampeão bradou contra as ações e decidiu se afastar das redes sociais.

De acordo com a publicação britânica, existe um entendimento de que o australiano não seguiu as regras corretamente durante o período do carro de segurança e que isso acabou por definir o título em favor do holandês da Red Bull. Desde então, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) tem buscado opiniões das equipes sobre o assunto. Tanto que uma investigação está em andamento.

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MICHAEL MASI; DIRETOR DE PROVA; FIA; FÓRMULA 1;
Michael Masi segue na berlinda na F1 (Foto: FIA)

Agora, há também planos para introduzir protocolos para que o diretor de prova tenha maior liberdade e um ambiente mais calmo para tomar as decisões necessárias durante os eventos da F1. Isso porque, ao mesmo tempo em que há um pesado questionamento quanto as ações de Masi, existe uma compreensão de que o diretor estava exposto, isolado e sob muita pressão, especialmente na parte final da temporada, devido à intensa briga pelo título entre Hamilton e Verstappen, que chegaram empatados à etapa final.

Portanto, segundo a BBC, existe um estudo para um sistema de apoio para o diretor de prova. A ideia provavelmente inclui uma forma de barrar o contato direto entre as equipes e o responsável pelas corridas. Essa preocupação tem ligação direta com as intempestivas conversas trocadas entre Masi e os chefes das equipes, sobretudo Mercedes e Red Bull, ao longo das provas, em virtude de incidentes.

Ainda, está também sendo considerada uma revisão nas operações dos comissários, que são independentes do diretor de prova e responsáveis pelas decisões quanto a punições.

A BBC fala também sobre a chance de Masi, de fato, ser removido de sua função. Encontrar alguém para o cargo é uma recomendação feita pelo novo presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem. O dirigente, inclusive, vem trabalhando firmemente na investigação do caso.

Muitos nomes de peso da entidade, também de acordo com a emissora inglesa, entendem que não é possível manter Masi no papel de diretor, porque afetaria demais a credibilidade do esporte. Os erros não só em Abu Dhabi, mas em outras situações ao longo da temporada também chamam a atenção.

A publicação informa ainda que é muito provável que a F1 tenha um novo diretor de provas em 2022. No entanto, essa discussão não é unânime. Algumas equipes não manifestaram preocupação em manter o diretor ou não teriam problema com isso, desde que um sistema de apoio eficaz seja realmente implementado.

A Mercedes pressiona por uma definição. O chefe da marca alemã, Toto Wolff, vem repetidamente cobrando por explicações e mudanças, alegando que a credibilidade da F1 está em risco e que “o esporte não pode rasgar as regras pelo bem do entretenimento”. Além disso, há a incerteza sobre o futuro de Hamilton.

O que aconteceu em Abu Dhabi?

Chefão da Mercedes, Toto Wolff segue pressionando a FIA por decisão quanto a Michael Masi (Foto: Mercedes)

Depois de ficar mais de 20 pontos atrás de Max Verstappen na reta final da disputa, Hamilton desembarcou em Yas Marina empatado em número de pontos com o holandês – que ainda tinha a vantagem nas mãos por ter vencido mais vezes. Ainda assim, o inglês dominou a etapa derradeira e caminhava para a vitória, que lhe daria a oitava taça do mundo. Mas um acidente nas voltas finais mudou todo o cenário.

Nicholas Latifi bateu e provocou a entrada do safety-car. Durante a paralisação, Verstappen, que vinha na segunda colocação, aproveitou para trocar os pneus. A Mercedes, por outro lado, optou por deixar Lewis na pista. Acontece que a direção de prova mudou de ideia quanto aos procedimentos do SC. Em uma primeira mensagem às equipes, determinou que não haveria ultrapassagem para ordenar o pelotão. Mais tarde, decidiu que apenas os retardatários entre o líder Hamilton e Verstappen teriam a autorização para passar, o que não consta no regulamento.

Com isso, o heptacampeão se viu vulnerável à frente de Max, restando apenas uma volta para o fim da corrida. No reinício, o piloto da Red Bull superou o britânico da Mercedes e garantiu o primeiro título da carreira.

As ações do diretor de prova, Michael Masi, foram questionadas pela Mercedes logo após a bandeirada. A equipe entrou com recurso ainda em Abu Dhabi, mas teve o pedido recusado. Mais tarde, manifestou a intenção de apelar à Corte, mas acabou desistindo, depois que a FIA se comprometeu em investigar os procedimentos adotados na parte final da corrida em Yas Marina.

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