Ferrari destoa, mas fim de semana na Bélgica deve ver mais de Mercedes e Red Bull

A Ferrari impressionou na reabertura dos trabalhos da F1 em Spa-Francorchamps. Na verdade, Charles Leclerc foi quem se impôs diante não só do companheiro Sebastian Vettel, mas também dos pilotos da Mercedes e de Max Verstappen. A impressão é que a pole de amanhã já tem dono, mas os treinos também mostraram que a briga na corrida tende a contar uma história um pouco diferente

Como era esperado, a Ferrari usou bem os trechos de alta velocidade de Spa-Francorchamps para destoar das rivais, na sexta-feira de treinos livres, na volta da Fórmula 1 das férias. A icônica pista belga tem quase tudo que a SF90 gosta: longas retas e curvas de pé embaixo. Tanto é assim que os carros vermelhos esmagaram a concorrência no primeiro e no terceiro setores – onde vale a força do motor. Daí a larga liderança na tabela de tempos, especialmente na segunda sessão. Charles Leclerc foi, especialmente, rápido. O jovem monegasco cravou 1min44s123 para comandar os trabalhos – a marca foi 0s630 melhor que a obtida por Sebastian Vettel. O alemão, na verdade, cometeu um erro na freada da última chicane e perdeu performance ali no momento da simulação de classificação. A Mercedes mais próxima foi a de Valtteri Bottas, que teve o contrato recém-renovado. O finlandês ficou a 0s8 dos italianos – um abismo. 
 
Além do excelente motor, que proporciona essa enorme vantagem dos trechos velozes, os ferraristas também contam neste fim de semana com uma atualização para melhorar a eficiência aerodinâmica. Os engenheiros investiram em uma nova asa traseira para o carro vermelho. Por isso, a tendência é ter uma dobradinha de Maranello na ponta do grid. Só que não é o sábado que vale, não é mesmo? 
Charles Leclerc foi o mais rápido da pista (Foto: Beto Issa)

A questão é que, mesmo muito rápida, a Ferrari enfrentou problemas na simulação de corrida na Bélgica. A equipe italiana não conseguiu estabelecer o mesmo ritmo da Mercedes em condição de GP, com tanque mais pesado e ainda perde muito no segundo setor do traçado belga. Além disso, há uma previsão de temperaturas bem amenas para o domingo, algo que só ajuda os carros prateados e também a Red Bull – que hoje ficou um pouco mais longe que o esperado. A escuderia, como vem acontecendo ao longo da temporada, também sofre com o desgaste dos pneus. 

 
"O ritmo de classificação foi muito forte, o ritmo de corrida um pouco menos, por isso temos de melhorar isso para o domingo, mas estamos bem", admitiu Leclerc após comandar o dia de treinos. "A Mercedes é muito, muito forte, e amanhã eles devem tirar o melhor do motor, então eles não vão ser tão ruins no primeiro setor e no último", completou. 
 
Mesmo impressionado com a Ferrari, Lewis Hamilton, quarto colocado na tabela, apresentou um ritmo bem mais consistente do que os rivais, andando até 0s5 mais veloz que a Ferrari. E isso por si só já serve para jogar uma pula atrás da orelha dos engenheiros ferraristas. Como se não bastasse, a Mercedes andou em uma configuração limitada do motor, como forma de poupar a unidade de potência. Quer dizer, há mais por vir. 
 

O mesmo vale para Bottas, ainda que não tenha tido o mesmo desempenho do colega de Mercedes. E com ambos os pneus – macios (vermelhos) e os médios (amarelos). A escolha da Pirelli tendeu para compostos mais duros da gama desta vez. Mais um ponto em favor dos prateados. 
 
"A Ferrari parece bem rápida, são quase 1s mais rápidos em linha reta chegando na curva 5. Isso foi impressionante, mas a gente vai tirando aos poucos. Nós estamos claramente na briga, o que é bom", ratificou o pentacampeão. 
 
Falando em ritmo de corrida, Max Verstappen andou até mais que os carros de Maranello, embora a simulação de classificação preocupe. A performance chamou a atenção, porque também viu um quarto elemento: Sergio Pérez conseguiu impor com a Racing Point um desempenho também interessante e bem próximo e, em alguns momentos, até superior ao da Ferrari. Aliás, a equipe do pai de Lance Stroll chegou fortalecida e surpreendeu pelo ritmo forte, mas sofreu já um revés doloroso: ao que parece, uma falha do motor Mercedes no carro do mexicano, vai fazer o time voltar a uma versão anterior da unidade de potência. Para dar uma ideia mais nítida do passo à frente da RP, Stroll foi o oitavo mais rápido do dia. Sergio foi o quinto.
Lewis Hamilton (Foto: Beto Issa)

Verstappen ainda não possui o motor mais atual da Honda, mas, mesmo assim, a equipe austríaca tem espaço para melhorar e já mostrou outras vezes que é possível ter a velocidade de reta suficiente para entrar em uma disputa na corrida.

 
"O carro não esteve mal e, certamente, somos competitivos no segundo setor, mas não pude usar minha capacidade normal o dia todo. Como resultado, pilotamos o dia inteiro com menos potência do que normalmente temos disponível na sexta-feira. Isso não é ideal aqui em um circuito como Spa, o que significa que agora estamos um pouco mais longe do que o normal. Amanhã, isso deve ser resolvido", disse Max.
 
Diante desse cenário, é possível esperar um embate maior na classificação deste sábado, sem essa grande diferença vista nos treinos. Mas é na corrida que a F1 pode ter um confronto mais direto entre as três principais equipes do grid.

O terceiro treino livre do GP da Bélgica está marcado para a manhã deste sábado (1), às 7h (horário de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e em TEMPO REAL.


 
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