FIA muda regulamento e ajusta perda de posições no grid por causa de Alonso na China

Tomando como base os incidentes envolvendo Fernando Alonso e Carlos Sainz durante o fim de semana do GP da China, realizado em abril, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou nesta quarta-feira (31) que realizou algumas mudanças no regulamento para evitar futuras incompreensões caso situações similares voltem a acontecer.

Dois casos foram analisados, sendo que o primeiro foi o contato entre os espanhóis enquanto disputavam posição na sprint em Xangai. Nas voltas finais, o #14 da Aston Martin defendia o terceiro posto, com Sainz, Sergio Pérez e Charles Leclerc colados logo atrás. O #55 da Ferrari, então, foi para o ataque, mas encontrou bastante resistência da parte do compatriota. Como resultado, ambos acabaram se tocando, com Fernando sofrendo com um furo no pneu e tendo de abandonar, enquanto Carlos ficou reclamando de avarias na SF-24.

Após comparecer na sala dos comissários para prestar esclarecimentos, o veterano foi considerado culpado por “causar uma colisão”, sendo punido com três pontos na superlicença e 10s no tempo final de corrida. A pontuação, no entanto, funcionou como uma espécie de sanção alternativa, já que o tempo acrescido não fez diferença para o companheiro de Lance Stroll, pois o mesmo não completou a prova curta.

Normalmente, pilotos que sofrem qualquer tipo de sanção depois de terem abandonado a prova, acabam compensando essa punição com perda de posições no grid da corrida seguinte, assim como aconteceu com Esteban Ocon no GP do Canadá, por exemplo, após ter sido punido por causa do incidente com Pierre Gasly em Mônaco. Porém, o ocorrido entre Alonso e Sainz aconteceu na sprint, e as regras da Fórmula 1 não permitiam que a punição fosse compensada desta forma.

Na época, os próprios comissários chegaram a recomendar “que a FIA considere fazer as alterações necessárias para trazer maior clareza a esta questão”. Agora, alguns meses depois, o órgão dirigente do esporte a motor divulgou uma revisão no Regulamento Desportivo, indicando que “se qualquer uma das punições acima for imposta a um piloto, e esse piloto não puder cumprir a punição por não ter concluído a sprint ou a corrida, no caso de ter abandonado a sprint ou a corrida, os comissários podem impor uma punição de perda de posição no grid ao piloto em sua próxima corrida”.

O segundo caso analisado aconteceu exatamente no mesmo fim de semana. Também na China, mas desta vez durante a classificação que definia a ordem de largada dos pilotos para a corrida principal, Sainz perdeu a traseira na saída da última curva, rodou e bateu, causando uma bandeira vermelha. Alguns momentos depois, o espanhol conseguiu voltar aos boxes para que a Ferrari resolvesse os danos no carro, retornando à pista em seguida e garantindo a passagem para o Q3, onde conquistou o sétimo lugar para o dia seguinte.

Após a classificação, a equipe de Lawrence Stroll contestou junto à FIA o fato do madrilenho ter voltado à ação na pista depois de ter ficado parado por conta de um acidente no Q2, o que, de acordo com eles, infringia o artigo 39.6 do regulamento esportivo, que fala de pilotos tentando voltar à sessão de classificação depois de terem parado na pista por qualquer motivo que seja. Acontece que há margem para discussão, já que Sainz causou, sim, uma bandeira vermelha, mas retornou por conta própria, sem guindaste, ajuda de fiscais de pista ou coisa do tipo.

Para evitar novos desentendimentos, a entidade máxima do esporte também atualizou a regra, deixando-a mais fácil de ser compreendida ao definir que “qualquer piloto cujo carro pare em qualquer área que não seja o pit-lane durante a sessão de classificação ou a sessão de classificação para a sprint e receba assistência física não poderá mais participar dessa sessão”.

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Em outra alteração nas regras, sem qualquer relação específica com os casos ocorridos no GP da China, uma nova cláusula foi adicionada para definir qual deve ser o procedimento caso uma corrida tenha de ser interrompida por causa de um bloqueio na entrada do pit-lane, impedindo que os pilotos entrem para os boxes, como de costume.

“Em circunstâncias excepcionais, por razões de segurança, a entrada dos boxes pode ser fechada antes que os carros retornem ao pit-lane. Em tais circunstâncias, todos os carros devem prosseguir lentamente para o grid de largada, o primeiro carro a chegar ao grid deve ocupar a pole-position e os outros devem preencher as posições restantes do grid na ordem em que chegarem”, determinou a FIA.

A Fórmula 1 agora faz a tradicional pausa para as férias de verão na Europa e volta de 23 a 25 de agosto em Zandvoort, para a disputa do GP dos Países Baixos.

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