Fórmula 1 e FIA se envolvem e colocam Caso Horner em pauta durante reunião no Bahrein

De acordo com o site da revista inglesa Autosport, Mohammed Ben Sulayem e Stefano Domenicali pretendem discutir o caso de Christian Horner nesta sexta-feira (1), no Bahrein, e caso constatem que houve danos à imagem da Fórmula 1, poderão acionar o Código Esportivo Internacional para intervenção

A investigação sobre Christian Horner por “conduta inapropriada” com uma funcionária da Red Bull ganhou novo contorno mesmo após a absolvição do dirigente, podendo ter a interferência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e da própria Fórmula 1. De acordo com o site da revista inglesa Autosport, o presidente da federação, Mohammed Ben Sulayem, e o CEO da categoria, Stefano Domenicali, pretendem trazer o assunto para reunião que acontece nesta sexta-feira (1), no Bahrein.

Um e-mail contendo as supostas evidências do caso de Horner foi enviado a mais de 200 jornalistas, chefes de equipe e membros do alto escalão da F1, como Domenicali, na quinta-feira — um dia após a Red Bull declarar o britânico inocente das acusações. A mensagem continha um link para o Google Drive, serviço de armazenamento e sincronização de arquivos em nuvem, com prints e fotos.

O chefe dos taurinos se pronunciou sobre as supostas evidências, reiterando a inautenticidade das alegações. “Não comentarei sobre especulações anônimas, mas, para reiterar, sempre neguei as alegações. Respeitei a integridade da investigação independente e cooperei totalmente com ela em cada etapa do processo. Foi uma investigação minuciosa e justa conduzida por um advogado especialista independente, e ela foi concluída, rejeitando a reclamação feita. Continuo totalmente focado no início da temporada”, divulgou Horner em nota.

Fontes internas da F1, contudo, disseram à publicação inglesa que Domenicali e Ben Sulayem devem trazer o tema para a tradicional reunião que realizam durante os fins de semana de corrida. Tanto FIA quanto FOM (responsável pelos direitos comerciais da classe) querem garantir que o assunto não traga descrédito à Fórmula 1.

Ben Sulayem (à dir.) é o presidente da FIA (Foto: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull Content Pool)

O texto fala ainda sobre possíveis iniciativas a serem tomadas após o encontro, caso a dupla chegue à conclusão de que uma intervenção externa será necessária. Uma delas seria solicitar — sob estrita confidencialidade — acesso ao relatório final da Red Bull sobre a conclusão da investigação para assegurar que tudo foi conduzido de maneira transparente. Nesse caso, a equipe austríaca não seria forçada a revelar tais documentos, sobretudo se estiverem em caráter confidencial.

Outra alternativa, mais incisiva, seria a FIA envolver seu Departamento de Ética ou Compliance para averiguar se houve ou não violação dos regulamentos. O Código Esportivo Internacional da FIA permite que a entidade haja dessa forma se considerar que tal comportamento não é do melhor interesse do campeonato.

O artigo 12.2.1.c diz que infrações por parte dos competidores serão consideradas por “qualquer conduta fraudulenta ou qualquer ato prejudicial aos interesses de qualquer competição ou aos interesses do esporte a motor em geral”. Além disso, o texto do artigo 12.2.1.f acrescenta o que seria violação das regras: “Quaisquer palavras, atos escritos que tenham causado danos morais ou perdas à FIA, aos seus órgãos, aos seus membros ou aos seus dirigentes executivos e, mais geralmente, ao interesse do automobilismo e dos valores defendidos pela FIA.”

Se a atitude da entidade for essa e a Red Bull se recusar a cooperar ou mesmo entregar documentos, a equipe cai no artigo 12.2.1.g, que diz que “qualquer falta de cooperação numa investigação” será considerada infração.

Entenda o caso:

Red Bull GmbH abriu investigação sobre Horner em fevereiro com acusações de “comportamento inapropriado” vindo de uma funcionária. Christian teve uma reunião com advogados em Londres, na qual foi questionado por cerca de 8 horas. O encontro, contudo, não envolveu apenas a presença do chefe da equipe, mas também de outros funcionários da Red Bull, como a própria requerente e o projetista Adrian Newey, que deu sua versão sobre o caso segundo o site alemão Motorsport-Total.

Depois, o jornal neerlandês De Telegraaf chegou a dizer que, na verdade, Christian estava sendo acusado de assédio sexual e que tentou fazer um acordo com a denunciante — que recusou. Segundo a publicação alemã Motorsport-Total, o mandatário deve tomar medidas legais contra o De Telegraaf por conta da notícia.

Desde a última terça-feira, a informação era de que o desfecho do ‘Caso Horner’ estava para ser resolvido de maneira iminente. No dia anterior, a Red Bull se preparava para informar a decisão antes do GP do Bahrein, mas a coisa evoluiu na terça. O investigador independente contratado pela equipe entregou o resultado final da apuração, que já podia ser analisado pela marca dos energéticos.

A equipe tinha expectativas de resolver o caso ainda no começo de fevereiro, antes mesmo do lançamento do RB20, no dia 15. Mas a complexidade do caso e a necessidade de uma investigação fez com que o ‘Caso Horner’ se arrastasse até a beira do início da temporada. Por fim, em 28 de fevereiro, a Red Bull declarou Christian inocente.

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