Honda deixa tempos sombrios para trás em casamento bem-sucedido com Red Bull

A Honda voltou à Fórmula 1 em 2015, em uma reedição da parceria com a McLaren. Entretanto, em um casamento de poucos frutos e um tanto quanto traumático para ambas as partes, deixou a equipe em 2017 e passou a fornecer motores para a Toro Rosso em 2018, e Red Bull em 2019. Com uma verdadeira reviravolta, tem voltado a mostrar competitividade e tem tudo para crescer cada vez mais

O GP da Alemanha de 2019 certamente vai ficar na história para a Honda: Max Verstappen garantiu uma espetacular vitória na molhada Hockenheim, enquanto Daniil Kvyat levou a Toro Rosso para o pódio ao ficar em terceiro. Com isso, é a primeira vez que a fornecedora de motores leva dois pilotos ao top-3 desde o GP de Portugal de 1992. Além de ter dado o primeiro pódio da equipe de Faenza desde a incrível vitória de Sebastian Vettel, em 2008. 
 
O excelente resultado em terras alemãs só mostrou o que tem sido óbvio aos olhos de quem acompanha a Fórmula 1: a clara evolução da marca japonesa. O início do casamento com a Red Bull tem se mostrado frutífero, assim como a continuidade da parceria com a Toro Rosso, iniciada em 2018.
 
“Ver o Daniil no pódio foi uma sensação incrível, depois de termos trabalhado tão arduamente com a Toro Rosso durante uma temporada e meia. Sentimos que fizemos o melhor que podíamos. Esta foi uma corrida inesquecível – a equipe, os pilotos e todos os membros da Honda estão trabalhando unidos”, disse Masamitsu Motohashi, engenheiro chefe da Honda na Toro Rosso.
Daniil Kvyat e Max Verstappen fizeram a alegria da Honda (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Mas o caminho para a glória foi bastante tortuoso e cheio de altos e baixos, muitos e muitos baixos. A Honda voltou à categoria em 2015, quando fechou uma parceria com a McLaren. E se era esperada a reedição de uma das duplas de maior sucesso da história da Fórmula 1, o cenário visto foi totalmente o oposto.
 

Desde o início já ficou perceptível que as coisas seriam difíceis. Logo no campeonato de estreia a falta de competitividade foi gritante, o desempenho muito abaixo do esperado e os resultados pífios conquistados geraram críticas de todos os lados. E nos anos que se seguiam as coisas não mudariam muito. A questão é que a Honda decidira esperar uma temporada a mais para entrar em uma F1 que havia acabado de passar por uma enorme transição técnica, com a adoção dos complexos motores híbridos V6 turbos. A fabricante de Sakura levou tempo para se entender com a unidade de potência e também para fazê-la funcionar dentro do conjunto da McLaren. O problema não era somente a ausência de potência, na comparação com as rivais, mas a frágil confiabilidade dos motores. Por isso, a equipe inglesa teve de amargar muitos vexames com punições por troca de peças, além de inúmeras quebras. A verdade é que não havia como brigar com as adversárias. 
 
Então, tudo isso se transformou num péssimo relacionamento com Fernando Alonso, que sempre fez questão de deixar pública sua insatisfação com os ‘motor de GP2’, como mesmo chamou no Japão. No final de 2017 veio o inevitável divórcio de uma relação traumática e que deixou profundas marcas em ambos os lados. Dispensada, a Honda acabou fechando contrato com a Red Bull. Mas primeiro entregaria motores à Toro Rosso, que assumiu um papel de cobaia. 
 
O novo vínculo se mostrou uma oportunidade de ouro para a Honda se desenvolver com menos pressão e cobrança. Usando a equipe satélite das bebidas energéticas para testes, a marca nipônica fez todos os ajustes necessários para chegar afinada e em sua melhor forma ao time de Milton Keynes em 2019.
Honda e Red Bull: o casamento que tem dado certo (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
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E os esforços têm se mostrado cada vez mais certeiros. A Honda investiu alto na potência e já trabalha para dar às suas clientes algo parecido com o que a Mercedes já faz: o famoso 'modo festa'. E os motores da marca japonesa têm apresentado grande competitividade, já conseguindo cinco pódios, dois deles com vitórias históricas de Verstappen. Ainda, conta com a confiabilidade ao seu lado, sem nenhuma quebra de motor no atual campeonato durante as corridas – nos tempos de McLaren, foram mais de dez abandonos por conta do motor.
 
“É fantástico para a Honda, dois carros, dois motores no pódio. Pilotos da Red Bull do passado e do presente aqui também. Foi um bom dia para nós. Estamos com mais performance no carro. O chassi está melhorando, o motor está melhorando”, disse Christian Horner após o GP da Alemanha.
 
Após amargar o fundo do pelotão e ter que encarar tempos sombrios na Fórmula 1, a Honda mostrou ter encontrado seu caminho com a Red Bull e Toro Rosso e agora indica que vai crescer cada vez mais, podendo, enfim, mostrar seu verdadeiro valor na categoria.
 

 

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