Interessante × completa idiotice: proposta de corrida de classificação divide F1

As mudanças que a FIA e o Liberty Media desejam experimentar para tornar a F1 ainda mais parelha são polêmicas e longe de serem unanimidade. As corridas de classificação são vistas pelo presidente da FIA, Jean Todt, como “uma iniciativa interessante”. Por outro lado, muitos pilotos se mostram contrários à ideia

Um dos grandes assuntos em discussão nas últimas semanas na Fórmula 1 é a possibilidade de experimentar um novo formato de classificação. Segundo circula no paddock, a ideia da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e do Liberty Media é de substituir, em três finais de semana de GP, o tradicional treino classificatório, como é hoje, por corridas de classificação aos sábados. A prova, que teria o grid invertido em relação à posição atual do Mundial de Pilotos, definiria o alinhamento inicial da corrida principal, no domingo.
 
Mas a iniciativa está bem longe de ser uma unanimidade. Jean Todt, presidente da FIA, vê com bons olhos a possibilidade de experimentar um novo formato de classificação. Por outro lado, muitos dos pilotos do grid do Mundial são frontalmente contrários à sugestão.
 
Ouvido pelo site britânico ‘Race Fans’, Todt reitera que ainda não foi tomada nenhuma decisão em termos específicos sobre a mudança. Mas entende que é preciso testar novos formatos para melhorar o esporte.
A FIA deseja experimentar mudanças no formato de classificação da F1 (Foto: Racing Point)

“É parte das conversas que temos para melhorar o esporte e torná-lo mais atrativo. Sempre tratamos de buscar ideias novas e é certo que, entre elas, está a de ter uma corrida no sábado com um grid diferente, que gere a ordem para a de domingo”, explicou o dirigente francês.

 
“Diria que é um trabalho que está em curso e ainda não foi tomada nenhuma decisão, mas acho que é uma iniciativa interessante para ver as oportunidades que podemos trazer ao esporte e, mais concretamente, à F1”, complementou o presidente da FIA. Recentemente, Ross Brawn, diretor-esportivo da categoria, ressaltou o caráter experimental da proposta de introdução de corridas de classificação na F1.
 
 
“Completa idiotice” e “muito chata”: pilotos criticam ideia da FIA
 
Ao longo dos últimos dias, muitos pilotos foram consultados e deram suas opiniões obre as corridas de classificação na F1. A maioria reflete um posicionamento bastante contrário à iniciativa. 
 
Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, os dois maiores campeões do esporte na década, detonaram a sugestão. “As pessoas que propuseram isso não sabem do que falam”, disparou o britânico no fim de semana passado em Singapura. Seb foi além e bateu ainda mais forte. “Isso é uma completa idiotice. Não sei quem foi o gênio, mas é uma solução completamente equivocada”, bradou.
 
Nesta quinta-feira, em Sóchi, pilotos como Kimi Räikkönen, Valtteri Bottas, Daniil Kvyat e Lance Stroll foram questionados a respeito da ideia. O canadense deixou claro que prefere que a classificação siga como está.
Sebastian Vettel é contra a introdução das corridas de classificação (Foto: AFP)

“Acho que seria uma pena ver esse atual formato desaparecer. É muito empolgante, os fãs adoram. Especialmente na F1 de hoje, uma corrida curta, de 25 voltas, seria muito chata de assistir, na minha opinião. Hoje as corridas de F1 dependem da estratégia, o que uma corrida de 25 voltas não pode oferecer. Então eu acho que seria um trenzinho desde a largada até a linha de chegada e isso tiraria parte da empolgação do esporte”, opinou.

 
O piloto da Mercedes endossou a fala de Stroll. “Seria uma pena perder essa classificação. Acho que todos os pilotos curtem muito levar o carro ao limite em uma volta lançada na classificação.  Eu curto demais, então seria uma pena”.
 
Dono da casa no fim de semana em Sóchi, Daniil Kvyat se mostrou até favorável às corridas de classificação, mas entende que não é essa a melhor maneira de tratar do principal problema na F1: a desigualdade de forças entre as equipes.
 
“Parece uma solução pequena para um grande problema, que é o que precisamos tentar e aproximar as equipes da concorrência. Há uma grande diferença entre as três equipes de ponta e o restante do grid e se você pode ter cinco ou seis equipes competindo pelo pódio e uma vitória, acho que seria simplesmente uma corrida muito mais empolgante”, explicou.
 
O dono do carro #26 da Toro Rosso ressaltou o grande momento da F1, com belas corridas, mas deixou claro que a desigualdade entre as equipes continua lá. “Agora, neste ano, temos muitas corridas empolgantes, claro, mas ainda essa ainda é a questão principal. E se essas corridas forem uma solução a curto prazo, que assim seja, temos de fazer isso, claro. Mas acho que o quadro geral precisa de muito mais do que isso”.
Kimi Räikkönen prefere o sistema de classificação como era nos anos 1990 (Foto: AFP)

Por fim, o ‘Homem de Gelo’ deu uma outra sugestão para as classificações: voltar com o formato que era adotado até os anos 1990: uma hora de duração e pilotos com liberdade para as tentativas de volta para definir o grid de largada.

 
“Depende obviamente de como eles fariam isso, mas provavelmente a classificação pode ser mais empolgante do que uma corrida curta”, afirmou o atual piloto da Alfa Romeo.
 
“Se eu mudasse algo, voltaria para como era, uma hora e acho que havia três jogos de pneus e 12 voltas. Ao longo dos anos, houve várias maneiras diferentes de fazer isso e, sinceramente, não sei se isso mudou muito o resultado final”, finalizou.
 
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