Magnussen encerra capítulo e se emociona em texto: “Desde criança, a F1 foi a minha vida”

Kevin Magnussen concluiu um ciclo marcado pelo pódio logo na estreia, correndo pela McLaren, além de uma temporada pela Renault e os últimos quatro anos defendendo a Haas. O dinamarquês deixa a Fórmula 1 depois de 119 GPs disputados com o sentimento de gratidão e atribuiu a chance de estar na principal categoria do automobilismo principalmente aos pais

O sofrível GP de Abu Dhabi marcou, dentre tantas despedidas, o adeus de Kevin Magnussen à Haas e à F1. No último domingo, o dinamarquês de 28 anos completou seu 119º GP no Mundial em 18º, somente à frente de Pietro Fittipaldi, seu companheiro de equipe nas duas últimas corridas do ano. Dono de uma carreira que compreendeu um pódio logo na estreia, no GP da Austrália de 2014, pela McLaren, a passagem de um ano pela Renault em 2016 e as últimas quatro temporadas pela equipe norte-americana, Kevin se despediu de vez do Mundial no último domingo para trilhar novos horizontes no IMSA SportsCar pela Ganassi.

O melhor resultado de Magnussen pela Haas foi o quinto lugar no GP do Bahrein de 2018. Nesta temporada, o dinamarquês obteve sua melhor posição no Mundial de Pilotos ao fechar o campeonato em nono lugar. Aquele foi o grande ano da escuderia de Kannapolis, que terminou o Mundial de Construtores em quinto. Em 2020, em contrapartida, a Haas foi apenas a nona colocada, com 3 pontos, com Magnussen somando apenas 1 ponto com o décimo lugar no GP da Hungria.

Horas depois da corrida em Yas Marina, Magnussen escreveu um texto nas suas redes sociais e não escondeu a emoção ao lembrar quando era apenas uma criança que sonhava com a Fórmula 1 e teve o apoio dos pais. Filho de Jan Magnussen, piloto que teve sua passagem pelo Mundial e se destacou com muitos títulos nas corridas de longa duração, Kevin destacou o sonho realizado antes de partir para trilhar um novo horizonte, repetindo, de certa forma, a trajetória do pai.

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Kevin Magnussen se despede da Fórmula 1 com emoções mistas (Foto: Haas)

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“Um capítulo se encerrou hoje. E que jornada foi! Desde criança, a Fórmula 1 foi a minha vida. Quando disse aos meus professores na escola que seria piloto de F1, eles riram de mim. Eu simplesmente sabia, sem dúvida, no meu coração, que faria acontecer”, escreveu K-Mag.

“Eu era somente uma criança boba, sem nenhuma ideia dos desafios reais que teria de superar para chegar lá, eu simplesmente sabia que chegaria. Mas, de jeito nenhum, sobreviveria sem o apoio que tive da minha família, principalmente dos meus pais”, disse.

“Quando falei sobre ser um piloto de Fórmula 1 no futuro, senti que eles realmente acreditavam que eu poderia chegar lá. Mesmo que não houvesse nenhuma forma de eles estarem sequer perto de ter o dinheiro necessário; Tive uma sorte incrível de encontrar pessoas que foram capazes de me apoiar para realizar meu sonho e vou ser eternamente grato a elas”, lembrou.

Magnussen foi campeão da Fórmula Ford dinamarquesa em 2008 e, depois de passagens pela Fórmula Renault e Fórmula 3 Europeia, disputou a F3 Inglesa em 2011 e foi vice-campeão daquela temporada, tendo como grande adversário o brasileiro Felipe Nasr, que ficou com o título.

O impulso decisivo para Kevin chegar à Fórmula 1 foi dado em 2012, quando o competidor foi contratado pela McLaren para fazer parte do programa de desenvolvimento de jovens pilotos. Magnussen, então, trilhou o caminho da antiga World Series by Renault, uma das mais fortes competições das categorias de base no começo da década passada, e chegou ao título em 2013, derrotando Stoffel Vandoorne. Daí em diante, a partir de 2014, com a própria McLaren, substituindo Sergio Pérez, o dinamarquês iniciou de vez sua trajetória na Fórmula 1. Uma trajetória que se encerrou no último domingo.

“Agora estou ansioso para o próximo capítulo da minha vida, que vai ser incrivelmente emocionante. Obrigado a todos pela incrível torcida ao longo dos anos. Espero ainda conseguir entretê-los com o que farei daqui em diante. Agora é hora de voltar para a Dinamarca e celebrar o Natal com a minha família. Cuidem-se todos e muito obrigado”, finalizou.

Magnussen concluiu sua trajetória na Fórmula 1 no último domingo (Foto: Haas)

Magnussen vai defender a Ganassi em novo projeto no IMSA SportsCar a partir de 2021, seguindo, de certa forma, os passos do pai, que se consagrou no endurance, principalmente defendendo a Corvette.

Ao cruzar a linha de chegada em 18º lugar, quase 40s atrás da Williams de Nicholas Latifi em Abu Dhabi, Kevin recebeu uma mensagem do chefe da Haas, Guenther Steiner, que foi mais como um pedido de desculpas pela falta de performance no último fim de semana da sua trajetória na F1.

“Kevin, muito obrigado pelos últimos quatro anos. Você fez um ótimo trabalho. Lamento que não possamos ter feito melhor nesta corrida. Mas, por favor, não nos julgue, você sabe que somos melhores do que isso, só temos um equipamento que não funciona”, declarou.

No fim das contas, Magnussen é mais um piloto que sai de cena com a tristeza de sequer ter chegado perto de lutar por vitórias na F1.

“Para ser sincero, os dois últimos anos, não os últimos quatro, mas os últimos dois anos, foram bem complicados. Sou um piloto que gosta de vencer. E sei que todo piloto quer vencer, mas eu quero muito vencer, e não estivemos nem remotamente perto de estar em qualquer tipo de situação para vencer corridas nos dois últimos ou mesmo nos últimos quatro anos”, analisou.

“Portanto, não estou muito triste porque estou muito ansioso para voltar a uma situação de vitória, onde posso ir para os finais de semana de corrida e somente focar nisso e pensar no título o ano todo. Então, não vou sentir falta disso na F1”, disse Kevin.

“Infelizmente, não consegui me colocar em posição de ter um carro que pudesse vencer corridas. Mas ainda sou grato pela chance que tive na Fórmula 1. Foi um sonho de infância que virou realidade e me sinto muito privilegiado por ter tido essa oportunidade”, completou.

Se há algo, contudo, que o dinamarquês vai sentir saudades é do ambiente dentro da Haas. “Acho que nos divertimos muito. Olhando para os quatro anos que tivemos, gostei. Vou pensar nas ótimas lembranças que tivemos e desejo tudo de melhor para a equipe no futuro. Vou torcer por eles”, finalizou Magnussen.

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