Norris crava pole potente, mas tem de vencer Verstappen em prova de fogo em Zandvoort

Ainda que a McLaren tenha apresentado o melhor desempenho de todos, a maneira como Lando Norris conquistou a pole do GP dos Países Baixos surpreendeu. Foi uma volta espetacular, que colocou 0s3 em cima de um fortíssimo Max Verstappen. Agora, o inglês tem uma batalha decisiva pela frente: vencer a partir da pole e tendo o maior rival ao lado. Recurso para isso não lhe falta

Lando Norris terá pela frente uma importante chance de mostrar a que veio para essa segunda parte da temporada 2024 da Fórmula 1. Depois de lamentar e reconhecer que falhou e perdeu pontos demais para Max Verstappen antes da pausa das férias — no período em que a McLaren deslanchou —, o inglês assegurou que busca uma nova postura na briga pelo campeonato. E o primeiro passo parece ter sido dado neste sábado (24), em Zandvoort, onde o Mundial está para o GP dos Países Baixos. Lando voou na parte final da classificação, para cravar apenas a quarta pole-position da carreira, mas com um desempenho impecável e surpreendente de certa forma. No entanto, apesar da potência e da performance, Norris terá de encarar um Verstappen faminto e diante do exército laranja. É a oportunidade perfeita para a redenção.

O caso é que a McLaren voltou das férias ainda mais forte. O grande pacote de atualizações levado para a etapa neerlandesa parece ter atingido os primeiros objetivos. O carro segue muito rápido, mas apresentou algumas facetas interessantes, como a extrema eficiência nas saídas de curvas, além da velocidade de reta e nas curvas de média e baixa. A ótima tração também foi fundamental para a conquista da posição de honra do grid. E com tudo combinado, a pilotagem certeira de Norris na parte final da decisão das colocações de largada causou espanto: ele foi o único a virar abaixo de 1min10s, cravando a melhor volta em 1min09s673. A verdade é que se imaginava uma disputa mais apertada, só que Lando foi capaz de ir além. Não havia ninguém preparado para os 0s3 em cima de Verstappen.

“Especialmente minha última volta no Q3 foi de longe a minha melhor, mas me senti bem durante toda a sessão. O carro tem se mostrado muito forte”, afirmou Lando. “Na verdade, as coisas foram mais difíceis do que parecem, porque o caminho até aqui é complexo. Você nunca sabe quais são os limites, o quanto pode forçar, o que esperar. Mas é o nosso trabalho. Eu me sinto confortável, o carro funcionou de maneira fantástica. Trouxemos algumas atualizações que não trazíamos há algum tempo e tudo está indo muito bem”, completou Norris.

Quer dizer, a performance corrobora o forte ritmo visto na sexta-feira, quando o dono do MCL38 #4 impôs diferenças levemente assustadoras sob os rivais. Essa é a arma principal de Norris na luta contra Verstappen. Mas há outras arestas que precisam ser aparadas. E uma delas é a largada — mesmo que o piloto resista em projetar esse início de prova. O problema é que, ao longo da primeira fase do campeonato, o britânico sofreu para superar os adversários e, neste domingo, terá o maior rival ao lado. Fazer valer a pole será mais do que crucial, especialmente diante de uma prova tática que já se desenha.

“Não quero falar sobre a largada de amanhã. Porém, tenho certeza que será difícil, Max foi muito rápido durante todo o fim de semana. Também porque ele corre em casa, mas mal posso esperar. Sei que as largadas não têm sido meu ponto forte ultimamente, mas também não têm sido tão ruins. Houve algumas ocasiões em que as coisas não correram como planejado, mas sempre por razões diferentes. Trabalhei muito para tentar melhorar e amanhã é outro dia, um dia em que quero vencer esta corrida”, disparou Norris, de 24 anos.

Há ainda uma outra ressalva sobre a McLaren: Oscar Piastri. O australiano desperdiçou a possibilidade de uma primeira fila. Apesar do potencial do carro laranja, o piloto #81 cometeu erros no giro decisivo e acabou apenas em terceiro. Neste domingo, também terá a complexa tarefa de tentar superar Verstappen logo de cara, para estabelecer o favoritismo da esquadra de Andrea Stella. “Não fiz um bom trabalho. Acho que a primeira metade da volta foi bem sólida, mas a segunda parte não foi o que precisava. O carro está muito bom neste fim de semana. Estou desapontado que não fiquei em uma posição melhor, mas ainda temos um bom carro. Vamos tentar somar bons pontos amanhã”, explicou Oscar.

“A vitória não está fora de questão. O ritmo de corrida parece bom e estamos vindo de alguns fins de semana bem rápidos”, continuou.

E nem pode estar, diante do potencial da McLaren, mas há uma ameaça séria: Verstappen. Mesmo com todos os problemas, a Red Bull foi capaz de ajustar o acerto e minimizar os pontos fracos em Zandvoort. Os engenheiros optaram por aumentar a carga aerodinâmica, e isso tornou o RB20 mais previsível — impressão ratificada pela quinta posição de Sergio Pérez. Assim, Max foi capaz de brigar quase que em igualdade com a McLaren até os últimos instantes da classificação, quando assegurou uma importante segunda colocação. Porque ao se intrometer entre os carros ingleses, o dono da casa agora também sonha com uma nova vitória diante de sua torcida.

Oscar Piastri vai alinhar em terceiro neste domingo (Foto: McLaren)

O sorriso no parque fechado não foi à toa, pois. “Faltou um pouco de ritmo ao longo de toda a classificação. Tentei o máximo que dava e estou feliz por ter conseguido a primeira fila. Tudo ficou mais complicado com o vento, então o carro se comportou de uma forma diferente a cada volta. Mas estou feliz com o segundo lugar, principalmente comparado com o que enfrentamos ontem”, destacou Verstappen.

“No momento não temos o carro mais fácil de guiar, mas a maior parte da volta foi boa. Na curva 11 e 12 foi um pouco difícil, mas espero que o carro esteja bom para a corrida de amanhã. É difícil imaginar uma vitória quando se está a 0s3 do líder da classificação. Temos de ser realistas e vamos focar em apenas ter uma boa corrida”, emendou.

Diante deste cenário, a briga pela vitória deve mesmo se resumir ao trio, não só porque o ritmo geral é mais próximo, mas principalmente porque há uma distância para a Mercedes, que não conseguiu repetir a performance da sexta-feira — George Russell tomou mais de 0s5 do pole Norris e larga em quarto, enquanto Lewis Hamilton caiu no Q2 e ainda amargou uma punição por atrapalhar Pérez, o que o colocou apenas em 14º.

Também por conta do desempenho mais parelho, a estratégia vai desempenhar um papel vital, especialmente se a McLaren não for capaz de colocar seus dois pilotos na liderança no início da corrida, para então comandar a narrativa tática. Importante dizer que Zandvoort é muito semelhante ao Hungaroring, outra pista de difícil de ultrapassagem — circuito amplamente dominado pelo time de Woking neste ano. E de acordo com a Pirelli, o GP dos Países Baixos deve promover táticas abertas e o uso dos três tipos de compostos.

Max Verstappen aproveitou a melhora do RB20 e cravou a 2ª posição (Foto: Red Bull Content Pool)

No caso de um plano de dois pit-stops, é recomendada a utilização de pneus macios e médios. Mas há a chance de uma única parada. Neste caso, a mistura mais correta seria o macio e o duro. É possível ainda combinar duas paradas com macios e duros e uma com macios e médios. A temperatura no domingo vai ditar as regras. Sem previsão de chuva, a etapa neerlandesa da F1 deve acontecer sob clima ameno, quase frio.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP dos Países Baixos de Fórmula 1 e transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após treinos livres e classificação, além de antes e depois da corrida. No domingo (25), os pilotos disputam a corrida em Zandvoort também a partir das 10h (de Brasília, GMT-3).

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