Hamilton renasce ao enfim vencer e encontra paz antes de encerrar era na Mercedes

Lewis Hamilton voltou a vencer na F1 após mais de dois anos no GP da Inglaterra e mostrou comportamento totalmente diferente a partir de então. Com motivação aparentemente renovada, inglês parte para pausa de verão da categoria em situação absolutamente inesperada depois de um dos piores inícios de temporada da carreira

A temporada de Lewis Hamilton na Fórmula 1 2024 já começou histórica. Em notícia que chocou o mundo do esporte a motor no dia 1º de fevereiro, o heptacampeão mundial confirmou que encerraria uma era na Mercedes e partiria para a Ferrari a partir da próxima edição da categoria. E tudo aconteceu no momento mais tenso da parceria do britânico com a equipe alemã, algo que se arrastou e apareceu várias vezes nesta primeira parte de campeonato. Mas que traz uma imagem totalmente renovada na saída dos pilotos para a pausa de verão.

Depois de deixar claro que não se sentiu ouvido em meio a tantos problemas da Mercedes sob o novo regulamento técnico, estreado em 2022, Hamilton deu cada vez mais indícios de que a relação com os prateados não era mais a mesma. Enquanto a renovação, mais uma vez arrastada, saiu, notícias pipocavam da Alemanha dando conta de que a cúpula da marca não estava disposta a dar um contrato de longa duração ao inglês.

A partir daí, Hamilton decidiu tomar um rumo diferente. Confirmou a ida para a Ferrari antes mesmo de o campeonato começar e deu início a uma temporada opaca nas primeiras etapas, com dois sextos lugares em Miami e Ímola como melhores resultados nas sete corridas iniciais.

A única apresentação de destaque veio na sprint da China, quando liderou boa parte da disputa e só foi superado por um ainda imparável Max Verstappen. Mesmo assim, era muito pouco para o ano de despedida e chegou a levantar discussões sobre se Hamilton estaria “de saco cheio” da equipe.

Lewis Hamilton mostrou faceta diferente depois de vencer na Inglaterra (Foto: Mercedes)

A partir do Canadá, porém, as coisas mudaram de figura. A Mercedes deu sinais claros de evolução, George Russell garantiu a pole e brigou pela vitória, mas Hamilton novamente performou de maneira apagada, teve grandes dificuldades para passar um Fernando Alonso mais lento e chegou a dizer que foi um dos piores finais de semana da carreira.

Não era para tanto, mas foi realmente ruim. O que Hamilton talvez não esperasse, entretanto, é que viveria uma etapa histórica semanas depois. Terceiro na Espanha — com o primeiro pódio do ano — e quarto na Hungria — em dia de vitória de Russell —, Lewis já tinha em mãos um equipamento melhor e que conseguia fazer frente a Red Bull e McLaren. E o renascimento veio no GP da Inglaterra.

Em casa, Hamilton aproveitou uma etapa cheia de reviravoltas entre o clima e a ordem de forças para fazer uma exibição que lembrou seus melhores dias. No fim, venceu pela primeira vez desde o GP da Arábia Saudita de 2021, chorou, abraçou o pai e deixou claro o peso que tirava das costas depois de tantas tentativas frustradas de voltar ao lugar mais alto do pódio.

A reação do heptacampeão mundial chamou atenção. Celebrando a 104ª vitória da carreira, o britânico se emocionou como se fosse a primeira e chegou a dizer que “duvidou da própria capacidade de voltar a vencer”. O crescimento, a partir daí, foi constante, e Lewis fechou a primeira parte do campeonato com três ótimas apresentações.

Hamilton ainda tem dez corridas pela frente com a Mercedes (Foto: Mercedes)

Na Hungria, longe do que poderia fazer a McLaren, a busca de Hamilton foi pelo terceiro lugar — e com direito a rivalidade antiga na pista. Verstappen também queria o último lugar do pódio, precisou batalhar com Lewis pelo menos duas vezes e os dois reeditaram o que pareceu uma lembrança de 2021: disputas muito próximas e um contato que quase fez o neerlandês abandonar.

Antes de partir para a pausa, Hamilton ainda fez uma grande apresentação na Bélgica, ganhando postos de forma decisiva desde a largada e comandando boa parte da corrida. No fim, foi pego no contrapé pela estratégia surpreendente de Russell e deixou a desejar na ofensividade, mas acabou com a vitória depois de ver o companheiro ser desclassificado.

Depois de um início de temporada que anunciava o pior ano da carreira, Hamilton renasceu na reta final antes das férias de verão, tornou-se o único além de Verstappen a triunfar duas vezes e trouxe tranquilidade e fome que ainda não tinham sido vistas em 2024. Das reclamações constantes com a Mercedes pelo rádio, Lewis deixa a sensação de estar com a motivação renovada. Daqui até o fim do ano, todos os sinais indicam que uma das parcerias mais históricas da Fórmula 1 vai terminar de forma mais positiva do que parecia nas primeiras etapas do campeonato.

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