Verstappen conta com acidente de Leclerc e vence GP da França de Fórmula 1

Max Verstappen vinha num segundo lugar do qual seria difícil sair, uma vez que Charles Leclerc mostrava controle da situação. Até sair da pista e parar no muro do GP da França. Assim, Verstappen partiu para a sétima vitória em 2022

TUDO SOBRE O GP DA FRANÇA DE FÓRMULA 1 2022 | Briefing

As corridas da temporada 2022 do Mundial de Fórmula 1 contam com uma série de altos e baixos, verdadeiras gangorras, na briga pelas vitórias de cada corrida. Na abertura da segunda metade do campeonato, no GP da França deste domingo (24), as coisas voltaram a funcionar desta maneira. Charles Leclerc foi parar no muro e abriu o caminho para Max Verstappen controlar o restante da corrida e caminhar para a sétima vitória no ano.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Verstappen atacou bastante Leclerc nas primeiras voltas da prova, sobretudo entre a quatro e a oito. Depois disso, poupou os pneus numa pista em que o asfalto alcançava os 60°C. O momento de tentar seria outro, mas Leclerc havia se defendido de maneira contundente e, depois, abria vantagem. Restou a Verstappen arriscar parar nos boxes mesmo que voltasse no meio do pelotão. Aí, a sorte sorriu para o campeão mundial vigente: Leclerc passou direto na curva 11 e foi parar no muro. No carro, o monegasco indicou que o pedal do acelerador travou e impediu que fizesse o contorno, mas logo depois assumiu a culpa pelo acidente. De uma forma ou de outra, a Ferrari voltou a jogar fora a chance clara e evidente de uma vitória.

Daquele momento em diante, Verstappen teve um dia tranquilo. Assumiu a ponta quando todo mundo parou nos boxes e passou a liderar um trem que tinha Lewis Hamilton em segundo, segurando o dono do outro carro da Red Bull, Sergio Pérez, em fim de semana difícil. Carlos Sainz se recuperava após largar em 19º por conta de uma punição por troca de motor, mas a Ferrari ainda causou nova penalização, agora de 5s, por soltar o espanhol na hora errada no pit-lane. A corrida estava nas mãos, e Verstappen aproveitou para esticar a 63 pontos uma liderança de campeonato que já era bem grande.

Hamilton segurou o segundo lugar sem nunca ser ameaçado por Pérez. Não apenas o mexicano negou fogo na relação com Lewis, ainda gastou demais os pneus para se defender de Sainz — que teve de fazer uma parada a mais — e ficou vulnerável a George Russell. O inglês aproveitou as circunstâncias e tomou o terceiro lugar, conferindo um pódio duplo para a Mercedes.

Pérez foi quarto, enquanto Sainz terminou na quinta posição. Lando Norris, Esteban Ocon, Daniel Ricciardo e Lance Stroll finalizaram o top-10. Sainz fez a melhor volta e conquistou o ponto extra.

A Fórmula 1 retorna já no próximo fim de semana, entre os dias 29 e 31 de julho, em Hungaroring, com o GP da Hungria — que encerra a primeira parte do campeonato.

Max Verstappen e Charles Leclerc lado a lado na largada (Foto: Red Bull Content Pool)
Paddockast #157: O balanço do desempenho de cada piloto na metade da F1 2022

Confira como foi a corrida:

Com a corrida posicionada uma hora mais cedo que a classificação, bem no meio da tarde francesa, a temperatura no momento da largada era a mais escaldante de todo um fim de semana que castigara até aquele momento. O asfalto pelava a incríveis 60°C no momento da largada.

Charles Leclerc tinha a pole, mas encarava a dupla da Red Bull logo atrás: Max Verstappen e Sergio Pérez, nesta ordem. Carlos Sainz largava somente em 19º, após a Ferrari decidir trocar toda a unidade de força para a corrida em Paul Ricard. Lewis Hamilton vinha em quarto, seguido por Lando Norris, George Russell, Fernando Alonso, Yuki Tsunoda, Daniel Ricciardo e Esteban Ocon fechando o top-10. Era dessa forma que a F1 largaria para a abertura da segunda metade do ano.

A largada teve Leclerc se defendendo bem e sem dar margem para Verstappen atacar. Atrás dos dois, entretanto, a coisa foi diferente. Hamilton foi para cima de Pérez e tomou a terceira posição, enquanto Alonso voou. Por dentro da primeira curva, deixou Norris e Russell para trás. George também passou Lando. Pérez se defendeu do bicampeão.

Ocon também quis fazer como o companheiro e ganhar posições, mas tocou Tsunoda na tentativa de assumir o sétimo lugar. O japonês rodou e ficou para trás, tendo que mover o carro novamente só quando o restante do pelotão passou – Esteban logo recebeu 5s de punição por causar a colisão. Com tudo dito e feito, Ricciardo e Ocon ficaram logo atrás, enquanto Lance Stroll e Sebastian Vettel limparam o caminho para a Aston Martin e assumiram as posições 10 e 11 ao longo das duas primeiras voltas.

Kevin Magnussen, que foi ao Q3 no sábado e só largava em último porque foi punido por fazer exatamente a mesma coisa que Sainz, não estava disposto a negociar. Limpou oito posições em duas voltas, enquanto Sainz vinha atrás dele e aparecia no 13º lugar. Mick Schumacher, que também ficou com o 17º posto de largada por fruto das circunstâncias, subia junto e era o 14º.

Charles Leclerc e Max Verstappen na briga (Foto: AFP)
BRIEFING FAZ ESQUENTA E TRAZ ÚLTIMAS INFORMAÇÕES ANTES DO GP DA FRANÇA | Briefing

Na frente, Russell conseguiu impor a Mercedes para Alonso e fez a ultrapassagem em seguida, mas Hamilton ia segurando Checo atrás dele. E na liderança? Leclerc acelerava bastante para tentar abrir 1s, mas Verstappen evitava. O holandês se mantinha apto a abrir a asa móvel uma vez que foi permitido e começou a atacar a partir da quarta volta. O primeiro mergulho de fato veio na sexta de 53 voltas, mas Leclerc segurou.

Era evidente que Verstappen tinha a vantagem naquele momento e buscava efetuar a ultrapassagem o mais rapidamente possível, ainda que, mesmo com o DRS, nem sempre ficasse em condições de mergulhar. A questão era o calor: com 60°C no asfalto, ficar colado em alguém, na turbulência de outro carro, ajudaria a destruir os pneus que naturalmente já ficariam extremamente desgastados.

Apenas Sainz, Pierre Gasly e Valtteri Bottas largaram de pneus duros. De resto, os outros 17 apostaram nos médios. Desta maneira e após as primeiras voltas de ritmo alucinante, foi Magnussen quem abriu a janela de pit-stops e parou no fim da oitava volta para trocar os médios por duros. Sainz passara por ele e encostava nas duas Aston Martin para já assumir uma posição nos pontos. Schumacher e Guanyu Zhou pararam na volta seguinte a Magnussen para colocar a borracha de faixa branca.

Após 11 voltas, Alonso atingiu um recorde histórico: superou o número de voltas que Kimi Räikkönen obteve na carreira e, assim, tornou-se o piloto com maior quilometragem na história da Fórmula 1.

Enquanto isso, Sainz seguia limpando o caminho. Assim que chegou à dupla da Aston Martin, deixou para trás. Ainda passaria Ricciardo pouco depois para assumir a nona colocação.

Os pneus se desgastavam, mas era difícil apostar num pit-stop, no caso dos dois primeiros colocados. Isso porque a distância era pequena em relação ao restante do pelotão. Parar àquela altura seria voltar no meio do tráfego. Apenas na volta 16 é que a Red Bull concluiu que era melhor, conforme Leclerc abria. Verstappen parou e voltou atrás de Norris, na sétima colocação.

Mas tudo mudaria de figura um pouco depois. Leclerc esticava um pouco mais o stint, até aparecer saindo da curva 11 e indo parar no muro. E simplesmente assim, como no tilintar de uma taça de cristal, a corrida terminava. No rádio, Leclerc bufava e dizia: “não consigo soltar o acelerador”, indicando que o pedal travou e fez com que o carro passasse direto da curva. Terminou com um grito dolorido de ‘não’. Simplesmente assim, ficava pelo caminho mais uma vitória do monegasco.

Charles Leclerc se queixou do acelerador travado após a batida (Vídeo: Reprodução)

O safety-car veio para a pista e permitiu que os pit-stops restantes fossem efetuados. Verstappen questionou a equipe se estava tudo bem com Charles e recebeu a resposta positiva. Na relargada, volta 21, o holandês liderava e tinha Hamilton em segundo e Pérez em terceiro. Foi uma relargada sem enormes emoções, mas a questão aconteceu, na realidade, no momento do pit-stop: a Ferrari liberou Sainz quase em cima de Alexander Albon, o que rendeu uma punição de 5s para o espanhol. A segunda punição do fim de semana que recebeu sem fazer nada de errado.

Na pista, Zhou, de maneira completamente desastrada, tocou a traseira de Schumacher sem qualquer motivo aparente e causou a rodada do alemão, além de danos no próprio carro. Tsunoda já abandonara em virtude do acidente da largada — no qual, é bom lembrar, não teve culpa.

Após 26 voltas, metade da corrida, Verstappen abrira 3s para Hamilton. Pérez era o terceiro e estava sendo seguido por Russell, Sainz, Alonso, Norris, Ricciardo, Ocon e Stroll. Sainz tinha mais de 5s de frente para Alonso, então o quinto lugar era real. Ocon, por outro lado, cairia para trás de Stroll e Albon com os 5s próprios.

Mesmo punido, Sainz seguia forçando a mão. De pneus médios contra todo mundo de duros, efetuou a ultrapassagem sobre Russell e partiu para encontrar Pérez. No rádio, a Ferrari avisava que era necessário deixar George para trás logo porque “não era parte da nossa corrida”. Será que a Ferrari preparava um stint longo e fim de corrida com pneus macios para Carlos? Já que abandonou o Q3 do sábado, era o único dos primeiros colocados com pneus macios disponíveis.

Hamilton seguia constantes 3s atrás de Verstappen até escapar sozinho da pista na curva dois, após sair de frente. Nada muito grave, mas suficiente para aumentar bastante a distância para o holandês. Max aproveitava para anotar a volta mais rápida da corrida até aquele momento e se aproximava de marcar os 26 pontos do fim de semana, algo que aumentaria a liderança do campeonato para 64 pontos.

Os dias em casa estavam complicados para Gasly, que cortou a chicane e caiu para 15º: antes disso, estava atacando Albon pelo 11º lugar. Com o carro rendendo razoavelmente bem, porém, o francês se recuperava e logo deixaria Nicholas Latifi e Kevin Magnussen para trás, essa última em manobra que levou os pais de Pierre ao delírio na garagem da AlphaTauri.

Como estava no mesmo ritmo de Verstappen, Sainz encostava em Pérez na chegada à 37ª de 53 voltas. A preocupação, entretanto, era que os pneus médios tinham o mesmo tempo dos duros do mexicano. Assim, em breve começariam a se desgastar muito mais. O espanhol só atacaria na volta 41, e logo após pedir para fazer o pit-stop porque os pneus estavam desgastados. A Ferrari, que mandou Carlos ficar na pista, resolveu mandar o piloto entrar nos boxes no meio do ataque a Pérez. “Agora não, pessoal. Agora, não”. Depois de passar, inclusive de maneira linda, reclamou. “Poxa, pessoal…”.

De qualquer maneira, era o terceiro colocado e abria o caminho para Russell ir junto e atacar Pérez na tomada da curva seguinte, por dentro, quase em cima da zebra. Os dois se tocaram, e Checo foi para fora da pista. Pérez manteve a posição, mas Russell estava desesperado no rádio da Mercedes argumentando que tinha a vantagem da curva e a posição devia ser dada a ele. Era um argumento que tentava se sobrepor à imagem. Toto Wolff teve de vir ao rádio mandar o rapaz se concentrar na corrida.

George Russell foi ao pódio (Foto: Mercedes)

Assim que Sainz passou, a Ferrari o chamou novamente para os boxes. O espanhol parou com dez voltas para o fim, colocou novo jogo de pneus médios e cumpriu a punição de 5s além de um pit-stop lento. Voltou em nono. Qualquer chance de pódio ficava, assim, pelo caminho. Mesmo assim, Sainz voltou e rapidamente sacou Ricciardo, Ocon, Norris e Alonso da frente. Foram quatro ultrapassagens em quatro voltas, além de cravar o melhor giro da corrida.

Com tanta coisa acontecendo, um detalhe ficou para trás: Latifi e Magnussen se tocaram, algo que causou o abandono de ambos, embora não tenha sido um acidente pesado. Verstappen sobrava e avisava a equipe que os pneus dianteiros estavam desgastados, mas recebeu um retorno para dar tranquilidade. “Todo mundo está com desgaste nos pneus dianteiros”, falou a Red Bull.

Restavam somente quatro voltas para o fim quando Zhou, que fora punido pelo toque em Schumacher, apareceu parado na pista por conta de problemas no carro da Alfa Romeo. Safety-car virtual acionado.

A pista foi liberada com duas voltas pela frente. O suficiente para Russell finalmente engolir um vulnerável Pérez e assumir a terceira colocação. O mexicano tentou se recuperar e chegou a resmungar no rádio, dizendo que George saíram da pista na curva seis, certamente afim de induzir alguma ação dos comissários, mas não tinha nada. Pódio para Russell, ainda que os dois tenham chegado quase acoplados. Vitória para Verstappen, a sétima do ano, enquanto Hamilton ficou em segundo.

O QUE ESPERAR DA ALPINE NO GP DA FRANÇA DE F1?

Fórmula 1 2022, GP da França, Paul Ricard, Corrida:

1M VERSTAPPENRed Bull RBPT53 voltas
2L HAMILTONMercedes+10.587
3G RUSSELLMercedes+16.495
4S PÉREZRed Bull RBPT+17.310
5C SAINZFerrari+28.872
6F ALONSOAlpine+42.879
7L NORRISMcLaren Mercedes+52.026
8E OCONAlpine+56.959
9D RICCIARDOMcLaren Mercedes+1:00.372
10L STROLLAston Martin Mercedes+1:02.549
11S VETTELAston Martin Mercedes+1:04.494
12P GASLYAlphaTauri RBPT+1:05.448
13A ALBONWilliams Mercedes+1:08.565
14V BOTTASAlfa Romeo Ferrari+1:16.666
15M SCHUMACHERHaas Ferrari+1:20.394
16G ZHOUAlfa Romeo FerrariNC
17N LATIFIWilliams MercedesNC
18K MAGNUSSENHaas FerrariNC
19C LECLERCFerrariNC
20Y TSUNODAAlphaTauri RBPTNC
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.